O Fim Está Longe De Chegar

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Se deixei passar algo, me perdoem.

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Lindbergh se via em um vilarejo de 1800. Não entendia por que tinha voltado ali, da ultima vez tinha descoberto um passado conturbado. Não sabia como fazer para voltar a sua realidade.

Avistou em seu caminho o santuário conhecido como Saint Alesbergh. Caminhou até lá, pois ali deveria ter a chave para voltar, como da outra vez. Mas ao chegar perto, o prédio desabou levantando uma grande poeira.

— Mas o que...? – Lindbergh pensou.

Uma mão o puxou. Era uma mocinha que ele não se lembrava.

— O Santuário caiu porque a magia que os unia já se acabou. Você não deve mais voltar aqui. – Ela disse e Lindbergh acordou.

Ao abrir os olhos, Lindbergh viu os olhos de Molon o mirando preocupado.

— Você está bem? – Molon perguntou.

— Eu... Não sei. O que aconteceu?

— Você desmaiou quando me viu. Acho que a surpresa pelo que viu. – Passou a mão na barriga aparente pelos 7 meses de gestação.

Lindbergh se sentou no sofá onde o colocaram deitado.

— Você me colocou aqui? – Lindbergh perguntou apontando para o sofá.

— Foi o Márcio e o Alckmin que me ajudaram.

— Eu já sabia da sua gravidez, Molon. Soube no dia que você foi embora.

— Como? E por que não disse nada?

— Você queria ir embora e não queria que essa criança me prendesse a você, o que você acha que eu iria fazer?

— Mesmo sabendo você aceitou muito rápido nosso fim. Isso foi pra ficar com ela sem a preocupação de um filho?

— Não tinha nada haver com ela, Alessandro! E você quem quis me esconder um filho. Eu só respeitei o seu desejo. Mas já se passaram 6 meses e você não pretendia me contar sobre isso?

— Eu ia te contar... Mas... Soube que você estava feliz com ela e... Não soube como faria. E a Gleisi me mostrou uma história antiga.

— A Gleisi? Por que você e a Gleisi estiveram em contato?

— Ela me devia umas coisas que não pude cobrar devido aos acontecimentos recentes, como a morte dela, depois a gravidez de risco, o que ela não queria que ninguém soubesse e outras coisas. Recentemente ela veio falar comigo sobre negócios que fizemos e, também ficou surpresa em saber da minha gravidez. Ela me mostrou um livro com um nome que não me lembro, que dizia que nossa história nunca pode se ligar por completo porque seu coração sempre esteve dividido e que o futuro depende da sua escolha. Não queria que essa criança interferisse na sua decisão.

Lindbergh se levantou e passou a andar pela sala.

— Isso é um absurdo! Como podem colocar em minhas mãos esse tipo de decisão. E aliás, que diferença fará a minha escolha? Você já espera um filho meu, nossas vidas já estão ligadas e nada pode mudar isso independente de quem eu escolha para viver. – Voltou a se sentar. – O que nós tínhamos se quebrou a muito tempo, e sei que sou o culpado por isso. Não adianta nós tentarmos refazer, porque já tentamos e falhamos. E ainda que nós não estaremos juntos, espero que não me impeça de estar perto do meu filho, porque não vou desistir dele.

— Eu não vou impedir que esteja próximo do nosso filho. – Molon não demonstrava nenhuma emoção.

Os dois ficaram em silêncio por uns instantes. O silêncio era incômodo.

— Bem, era isso. Eu acho. – Lindbergh sentia-se sem jeito diante da situação. Se levantou rapidamente querendo logo ir embora, mas sentiu-se tonto e tornou a sentar-se.

— O que foi, Lindbergh?

— Só me senti um pouco enjoado.

A resposta de Lindbergh fez uma ponta de tristeza se mostrar no rosto de Molon, o que não passou despercebido pelo petista.

— Não é nada disso que você possa estar pensando, Molon.

— Não estou pensando nada. E você já estava de saída, não estava? – Fez um sinal para que Lindbergh se fosse, e o petista o obedeceu.

⭐🌟⭐

Meio-dia, horário de Brasília, só que em Minas Gerais.

Dilma ainda dormia, tinha sido uma noite complicada porque Tancredo estava doente. Ele também dormia ao lado da mãe.

Entrou no quarto um homem com uma bandeja de café da manhã, deixou na mesinha ao lado da cama, sentou-se do lado de Dilma e lhe deu um beijo a acordando.

— Marcos... – Ela pronunciou ainda com os olhos fechados. Marcos era o novo namorado de Dilma.

— Não. – Respondeu o homem, fazendo Dilma despertar de vez e se sentar na cama.

— Aécio? Como entrou aqui?

— Eu dei meu jeito. Por que não me avisou que Tancredo estava doente? Eu teria vindo correndo.

— Não era necessário sua presença aqui. Eu e Marcos poderíamos cuidar dele.

— Vai dar meus filhos pra esse cara criar? A quanto tempo vocês se conhecem? Porque pelo que sei você conheceu ele já esperando um filho meu.

— Minha relação com o Marcos não te diz respeito. E fale mais baixo para não acordar o menino.

— Você não me ama mais?

— O que o amor adiantou para nós? Você me sabotou mesmo dizendo me amar.

— M-me desculpe por isso. – Disse baixo.

— Agora já não faz diferença. Melhor ficarmos afastados.

— Você não pode fazer isso comigo.

— Sabe por que engravidei de novo de você? Por amor. Não me lembro muito bem, mas se não resisti aquele dia foi porque meu coração me traiu mais uma vez. Mas isso não vai voltar a repetir, Aécio. Não sei como fez para entrar aqui, mas acho melhor você ir embora. Caso queira vir ver seu filho, não vou impedir, mas nós dois... Não há mais chance.

— Eu não vou desistir tão fácil. Vou provar pra você que posso ser diferente. – Deu um beijo na barriga de Dilma como carinho pela bebê que ia nascer e fez um carinho em Tancredo. Por último deu um selinho na petista. – A gente ainda vai voltar. – Ele saiu do quarto.

Assim que Aécio se foi, a bebê de Dilma ficou bastante agitada, não parava de chutar. Poucas horas depois Dilma foi levada ao hospital, pois iria dar a luz a sua filha. Ela nasceu bem, recebendo carinho da mãe e de amigos que a visitaram.

Lula tinha ido ver como estava Dilma depois do parto, e deixou Junior com uma babá, para não levar o menino ao hospital. Pouco depois de chegar a o hospital, recebeu uma ligação desesperada da babá.

"— Me desculpe, Lula. Mas ele o levou. Me ameaçou de morte e levou o menino."

— Quem o levou? – Perguntou preocupado.

"–Bolsonaro. Ele o levou."

O desespero bateu em Lula. Seu filho estava nas mãos de um louco. Teria que ir atrás deles o mais rápido possível.

Nos EUA...

— Como você me aparece aqui com um bebê, Jair? Eu não posso te assumir assim, você sabe!

— Não precisa me assumir. Só me ajudar para que Lula não pegue nosso bebê. Se ele crescer ao lado de comunistas vai virar comunista e viado!

— Está bem. Mas você terá que fazer tudo que eu quiser.

— Claro, my love.

Continua...

O Misterioso Livro do SenadoOnde histórias criam vida. Descubra agora