O Misterioso Livro do Senado

O Livro Da Feiticeira

1840

Já se fazia alguns meses desde a morte da irmã de Nano, ele ainda não se conformava que no Brasil ainda se caçavam os feiticeiros. O padre Alessandro tentava o fazer largar a feitiçaria, mas era difícil.

— Eles mataram minha irmã, ela estando grávida. Isso tem que acabar, nem que seja com a minha morte! – Nano protestava.

— Você tem que esquecer. Eu arrisquei a minha batina por você, mas você insiste em querer se matar por uma bruxa que já está morta. – Alessandro disse.

— Era minha irmã!

Alessandro se aproximou de Nano e com as mãos no ombro dele, disse:

— Eu sei. Mas morrer não vai ajudar. Quero o seu bem, meu amor.

— Só aqui ainda tem essa perseguição. – Ele disse chorando. – Mataram o grande mago, a minha irmã, logo será eu...

Alessandro o abraçou.

— Vamos partir, para onde ninguém nos conheça.

— Antes tenho que encontrar o livro da minha irmã. Soube que um vampiro o pegou. O conhecimento dela não pode cair em mãos erradas.

— Vamos achar. – Alessandro beijou Nano.

— Então era mesmo verdade que vocês dois estavam juntos! Hereges! – Era um soldado, o mesmo que levou Gleisi para morte.

— Como nos encontrou aqui? – Alessandro perguntou.

— Tive ajuda. Bom te ver meu cunhadinho, em pensar que sua irmã tinha orgulho de você ser tão poderoso...

— Não fala da minha irmã! – Nano tentou ir para cima do soldado, mas Alessandro o deteve. – Você que comanda essa caça louca aos feiticeiros, não é?

— É claro! Queria ter tirado Gleisi dessa vida, mas ela nunca me escutou. Preferiu morrer levando nosso filho com ela. Agora resta você.

Nano queria muito dar um soco na cara daquele homem, mas Alessandro não o soltava.

— Você vai pagar isso que fez!

— Sou um demônio, nada irá me atingir. – Com um sinal de mãos seus subordinados pegaram os dois hereges a sua frente e os levaram para a fogueira.

Nano teve seu peito perfurado pela lâmina de uma espada no trajeto até a fogueira.

Foi anunciado que último bruxo seria morto junto ao padre que o ajudou a se esconder.

— Estão vendo este padre? – começou a falar o soldado demônio. – Sua alma irá queimar no inferno por sua heresia. Ele perdeu seu lugar no céu, e à partir de hoje, o dia de sua morte, ele será um demônio, pois é este o destino de hereges.

Encendiou Alessandro e o viu sofrer pelas chamas.

Enquanto os gritos de sofrimento de Alessandro ecoavam, Nano era o próximo, estava fraco pela perda de sangue das perfurações em seu peito. A última coisa que viu foi o rosto daquele que enganou sua irmã e a matou mesmo grávida e agora era o culpado de sua morte.

...

Lindbergh acordou se deparando com Alessandro pronto para sair.

— Onde você vai? – Lindbergh perguntou ainda sonolento.

— Gleisi precisa falar comigo. Você teve outro pesadelo?