A gente olhou e vimos o Renato, o Rodrigo me soltou.
— Vocês não responderam, eu atrapalho?
— Mano, eu posso explicar, não é nada do que tu tá pensando.
— Tu sabe no que eu tô pensando? Vocês deveriam ser mais cuidadosos, já pensou se fosse os teus pais Vinícius, ou os nossos Rodrigo?
— Pelo amor de Deus, não fala nada pros nossos pais.
— Relaxa, não vou falar nada. Mas eu quero saber qual é o lance de vocês, mas claro que agora não. Pelo que eu ouvi vocês tão tendo uma DR, vou deixar vocês a sós.
Ele saiu me deixando a sós com o Rodrigo.
— Vai embora Rodrigo, por favor.
— Não, a gente vai conversar.
— Tu vai me dizer o quê? Que não quer viajar, mas a tua mãe tá te forçando a ir porque é uma grande chance pra ti? Se for isso nem diz por que eu concordo com ela.
— Caralho, fala sério. Como tu me diz que concorda com ela?
— Ah... Só fiquei puto porque tu não me falou que tinha sido selecionado, só isso, ou pelo jeito eu só ia saber quando tu já tivesse indo pro aeroporto, né?
— Eu não te falei, porque eu não vou... Ah, amor vem cá — ele colocou a mão na minha cintura e me abraçou — Eu não vou porque eu não consigo ficar longe de ti, eu te amo. O que eu sinto por ti é algo que eu nunca pensei em sentir por alguém, muito menos por homem, mas eu sinto e fico feliz que é por ti.
Ele me beijou, o beijo dele mostrava que o que ele dizia era verdade, no final do beijo eu o abracei.
— Bora voltar pra lá pra casa? — ele disse.
— Bora.
A gente foi pra casa dele.
A mamãe perguntou por que eu tinha saído daquela forma, disse que tive que ir ao banheiro. Fiquei sentado numa cadeira pensando, até que o Renato sentou do meu lado.
— Te chamo como? Cunhado, pode ser?
Eu ri sem graça pra ele.
— Sabia que quando eu vi tu e o Rodrigo juntos senti algo de diferente entre vocês? A forma que um olha pro outro, não que vocês dão pista, mas eu conheço meu irmão e hoje quando ele foi me buscar, de 5 em 5 minutos ele falava de ti e quando ele falava ele ria e a gente só ri quando fala de alguém quando sente amor. Me responde uma coisa?
— Claro!
— Que viagem é essa?
— É que na faculdade teve um concurso pra três bolsas pros EUA pra estudar por seis meses e o Rodrigo fez, só que ele não me falou que tinha sido selecionado e hoje a tua mãe me falou que era certeza que ele ia, aí imagina como eu fiquei.
— Vocês namoram há quanto tempo?
— Quase três meses.
— E mais alguém sabe?
— Uns amigos mais próximos.
A gente ficou conversando, ele disse que ia dar apoio em relação a qualquer coisa que a gente precisasse.
Nem saímos naquela noite. No meio da madrugada eu acordei e perdi completamente o sono, desci e fiquei sentado no murinho em frente de casa, pensando. Quando eu vi alguém chegando perto eu olhei e era o Fábio, fazia quase dois meses que a gente não se falava. Ele parou na minha frente e ficou me olhando.
— A gente pode trocar uma ideia?
— Fala, o que tu quer?
— Até quando tu vai ficar nisso?
— Como é? Nisso o quê?
— Nessa via... esse teu lance com o Rodrigo?
— Cara, se tu veio falar sobre isso, nem perde teu tempo.
— Tu não sente nojo não? Beijar outro homem, fazer sexo com outro homem?
Eu desci do muro e fiquei em frente pra ele.
— O único nojo que eu sinto é de ti, um cara que eu considerava mais que um amigo, quase irmão, ter um preconceito idiota desse como tu tem.
— Eu não tenho preconceito nenhum, só não aceito tu ficar com essa viadagem.
— Cara, vai embora que eu não consigo mais olhar pra tu cara.
— Eu vou sim, mas só toma cuidado pros teus pais não saberem dessa tua viadagem.
Eu peguei ele pelo pescoço e o empurrei contra o muro.
— Tu tá me ameaçando? Tu pode até estragar a minha vida, mas eu te mato logo após e tu sabe muito bem cumpro o que eu prometo — ele me empurrou — Tu tá avisado!
— Tudo bem, tu fez a tua escolha. Pra mim a partir de hoje tu morreu.
Ele foi embora. Ali terminava definitivamente a nossa amizade.
Me sentei no murinho de novo quando vi um carro vindo, até que parou em frente da casa do Rodrigo e o Renato saiu dele.
— Tá fazendo o que aqui, moleque?
— Procurando sono. E tu vem da onde?
— Fui dar uma volta com uns amigos, já que tu e o Rodrigo não quiseram ir.
— Pois é!
— Posso sentar aqui?
— Claro!
— Nunca pensei que eu fosse ter um cunhado — ele falou rindo.
— E eu nunca pensei que namoraria um homem.
A gente riu junto, ele colocou a mão no meu pescoço, eu olhei pra ele.
— Tu vai quando pro teu apê?
— Não sei cara, acho que vou passar uma semana aqui e depois eu vou pra lá.
— Tu volta quando pro Rio?
— Cara nem sei, já terminei tudo o que eu tinha pra fazer lá. Pra te falar a verdade, o que eu vou te falar não falei pra ninguém ainda, eu arrumei um emprego aqui numa empresa que é do Rio e vem pra cá.
— Que legal Renato, teus pais vão ficar felizes.
Ele tirou a mão do meu pescoço, pegou o celular do bolso dele e ficou vendo umas coisas.
— Deixa eu te mostrar a gata que eu tava pegando lá no Rio.
Ele mostrou a foto de uma morena bem bonita mesmo, mas ele disse que era só curtição e nada de amor. A gente ficou conversando sobre tudo faculdade, família, até que chegou no ponto eu e Rodrigo.
— Vocês pretendem algum dia se assumirem?
— Renato, não sei. Porque eu não me vejo gay entende, é meio esquisito. Eu namoro um cara, mas não sou gay, o que eu sinto pelo o Rodrigo é só por ele e se a gente se assumir é assumir que eu sou gay e eu não sou.
— Sei, mas cara, tu já tinha ficado com outro cara antes?
— Já teve um cara antes, mas não sentia nada por ele além de amizade, sabe?
— Entendi, então meu irmão foi o primeiro em tudo?
— Foi sim, em tudo.
A gente riu.
— Sorte dele. Cara, vou indo nessa, tô com sono. A gente se fala amanhã, cunhado.
— Falou, cunhado!
Ele entrou e eu fiquei mais um pouco ali e logo entrei.
-
Dezembro passava muito rápido e com isso o tempo do Rodrigo ficar aqui também. A tia Silvia, mãe dele, em um dia que ela tava aqui em casa conversando com a mamãe e comigo, veio me pedir uma ajuda.
— Fala com ele meu filho, tenta convencer o Rodrigo a ir estudar fora. É esse namoro que tá fazendo ele hesitar e o pior que eu nem sei com que ele namora.
— Tia, vou conversar com ele sim.
— Por favor, ele tá cego, não consegue ver que é uma grande oportunidade e ele tem menos de uma semana pra mandar os documentos que faltam. Eu não faço isso pelo mal dele e sim pelo bem, se ele ama mesmo essa namorada como ele diz, em seis meses ele volta e fica com ela.
Ouvindo aquilo eu me sentia culpado, ele não queria ir por minha causa e ela tava certa. O pior de tudo era isso e eu concordava com ela, mesmo não querendo que ele fosse.
— Fala com ele Vinícius, faz ele ir — a mamãe:
— Falo sim mãe, vou conversar com ele.
Fui pro meu quarto pensando e cheguei a uma conclusão. Peguei meu celular e liguei pro Renato.
— Fala, cunhado!
— Renato, tu pode me ajudar numa coisa?
— Claro, no quê?
— Tu pode me emprestar teu apê hoje por algumas horas?
— Hum... Precisa nem explicar, já até sei pra quê. Mas claro que empresto, eu passo aí e deixo a chave pra ti.
— Brigadão.
Ele passou lá em casa, deixou a chave e disse que o apê tava livre pra gente a noite toda. À noite eu peguei o carro do papai.
— Pra onde tu vai me levar, hein? — perguntou o Rodrigo.
— Fica calmo, garanto que tu vai gostar, mas só quero que tu coloque isso! – dei uma venda pra ele colocar.
Ele riu e colocou, a gente chegou no apê do Renato e ele tirou a venda.
— Hãam, o que a gente faz aqui?
— A noite é nossa!
Peguei e o beijei, encostando meu corpo no dele e ele entendeu muito bem o que eu queria. Tirei a camisa dele e a minha, ele me carregou e foi me levando pra um dos quartos, me jogou na cama e tirou a bermuda ficando nu eu fiz o mesmo. Ele veio pra cima de mim e no meu ouvido disse:
— Pode parecer até loucura, mas eu não me vejo mais longe de ti, eu quero construir um futuro do teu lado e eu vou fazer o possível pra que isso aconteça!
Ali eu tive a certeza de que o que eu ia fazer seria a pior coisa da minha vida, mas tinha que ser feita.
Ele chupou o bico do meu peito, foi descendo até que chegou no meu pau e começou a chupar. Ele segurava as minhas bolas e eu segurava o cabelo dele e metia meu pau todo na boca dele fazendo engasgar. Ele me pegou e me fez chupar o pau dele, passava o pau pelos meus lábios e quando eu ia colocar na boca ele tirava, até que ele deixou eu chupar pra valer, e se contorcia todo, eu já conseguia meter o pau dele todo na minha boca e ele adorava.
Empurrei ele e fui pra cima, direcionei o pau na entrada do meu cu (a gente sempre fez sexo sem camisinha e ele me dizia que comigo era o primeiro que fazia sem e com ele também era o primeiro que fazia sem), fui sentando na pica dele até sentir entrando em mim, ele agarrou as minhas costas fazendo entrar o resto. Meu coração batia rápido, ele me beijou e disse:
— Eu te amo!
Ele começou a meter em mim, passava a mão pelas minhas costas, mordia meu pescoço me fazendo sentir um prazer desgraçado. Ele deitou em cima de mim sem tirar o pau dele de dentro, metia da mais perfeita forma, me arrancando gemidos, eu arranhava as unhas nas costas dele.
Ele começou a meter com velocidade e me masturbava junto, o pau dele indo fundo dentro de mim fez meu tesão aumentar e com isso a vontade de gozar veio e em dez minutos a gente gozou praticamente juntos, eu na minha barriga e ele dentro de mim. Ele caiu por cima de mim, a gente ficou assim calados, só ouvindo a respiração um do outro. Até que ele disse:
— Hoje foi especial, não sei porque mais foi.
— Foi mesmo, preciso de um banho.
Ele saiu de cima de mim e quando eu tava entrando no banheiro ele me agarrou.
— Já disse que tu me faz sentir especial? Te amo — e me deu um selinho.
Eu tomei meu banho pensando em como eu ia falar, me vesti e esperei ele na sala. Ele ainda tava no banho, tinha que ser naquele momento, tinha que criar coragem pra fazer aquilo. Minhas mãos suavam, sabia que ali as coisas se transformariam.
II
Ele veio só de short pra sala com um sorriso lindo, eu respirei fundo e disse:
— Acabou!
— Acabou o que?
— A gente, essa palhaçada acabou!
Ele me olhava como se não estivesse acreditando no que eu disse.
— Tu tá de sacanagem, né? Por que tu tá fazendo isso? – ele veio andando em minha direção.
— Porque eu cansei, foi isso, cansei dessa merda. Tá feliz?
Ele segurou a minha cabeça e me olhou nos olhos.
— Diz que tu não me ama mais!
— Amor? Tu acha mesmo que algum dia eu te amei? – até hoje eu não sei como consegui ser tão frio.
— Para de mentir, tu me ama!
— Eu posso ter até gostado de ti, tesão, sabe? Mas amor? Eu nunca te amei, só falava aquilo por pena de ti.
Quando senti meu rosto ficar quente e a vista ficar escura me fazendo cair no chão. Voltei a olhar pra ele e o olhar dele naquele momento é algo que talvez eu nunca me esqueça: ele me olhava com desprezo, nojo e com os olhos vermelhos de quem queria chorar.
— Vai embora daqui e nunca mais tu aparece na minha frente! – ele gritava.
Eu me levantei, quando ele segurou meu pescoço e gritando:
— Tu foi a pior coisa que aconteceu na minha vida!
Eu tava tão fora de mim que não conseguia esboçar nenhuma reação no momento, ele foi me levando até a porta e me jogou pra fora do ap.
— Pra mim, a partir de hoje tu morreu, tu nunca existiu pra mim!
E fechou a porta e logo após um barulho de algo quebrando. Me levantei e peguei meu celular e liguei pro Renato.
— Fala Vinícius, tu não devia tá fazendo algo bom?
— Vem pro teu ap agora.
— O que foi que aconteceu?
— Vem agora! – e desliguei, chamei o elevador e entrei nele.
A "tranquilidade" que eu sentia ali era algo que me fazia sentir medo, peguei o carro e vim pra casa. No caminho eu só conseguia ouvir o Rodrigo falando, entrei no condomínio, desliguei o carro e fiquei um tempo dentro dele, isso era por volta da meia noite.
...
Abri a porta e apertei a campainha e logo a porta abriu.
— Tu não dormes não vagabundo? — disse o Príncipe.
Eu não respondi nada, ele ia vindo.
— O que foi que aconteceu?
Eu não conseguia falar, ele pegou meu rosto me fazendo olhar pra ele.
— Vinícius, tu tá me deixando com medo cara, me diz o que aconteceu!
Ali a ficha tinha caído, eu o abracei e comecei a chorar, um choro com soluço. Ele me abraçava e não falava nada, se alguém passasse ali e olhasse a gente pensaria que alguém tinha morrido. Eu fiquei um bom tempo ali nos braços do Príncipe, só parei de chorar porque não tinha mais lágrimas. Ele passou os dedos nos meus olhos.
— Bora lá pra cima e quando tu achar que tá pronto pra me contar o que aconteceu, tu me fala.
A gente foi pro quarto dele e eu me joguei na cama e me encolhi ficando na posição fetal, ele sentou do meu lado e ficou calado, só me olhando.
— Eu terminei com o Rodrigo!
— Imaginei, mas por quê?
— Porque tinha que ser!
— E por que tinha que ser?
Tá aí, eu não sabia responder. Eu criei aquilo com a intenção de ele poder viajar, mas será que valia a pena aquele sofrimento todo? Será que não era só um capricho da mãe dele? Não sabia dizer, só sei que já tinha feito e não tinha como voltar atrás.
— Vinícius?
— Oi.
— E o Rodrigo?
— Ficou no ap do Renato, mas eu avisei pra ele ir pra lá.
— Tudo bem.
— Eu posso dormir aqui hoje? Tô com medo.
— Claro, tu pode ficar aqui sim! – ele deitou do meu lado e ficou me olhando.
Eu queria dormir, mas toda vez que eu tava quase dormindo eu ouvia o Rodrigo gritando, até que o sono veio e eu apaguei. Acordei moído, como se eu tivesse leva uma surra das boas. Mas de certa forma eu levei uma de mim mesmo.
Eu tava só naquele quarto até que o Rafael entrou e acendeu a luz, eu coloquei a mão nos olhos.
— Desculpa, mas tu tem que levantar. São três horas da tarde.
Eu me virei e me cobri, ele apagou a luz e sentou do meu lado.
— Tua mãe veio aqui, ela disse que te ligou e nada do teu celular e como viu o carro do teu pai aqui...
— O que tu disse pra ela?
— Disse que tu tinha bebido demais.
— Brigado, Príncipe.
— Como tu tá?
— Não sei, mas acho que ainda vem o pior pela frente — me sentei na cama.
— Por que tu terminou com ele?
— Pensando no melhor pra ele, pode parecer loucura, mas foi por isso!
Fiquei na casa dele até às cinco horas e depois fui embora, quando cheguei perto de casa meu coração quase saiu pela boca, entrei e vi a mamãe conversando com a tia Silvia.
— Bonito, né? Isso é hora de chegar em casa?
— A senhora sabia onde eu tava, não sabia?
— Sei sim, mas tu falou com o Rodrigo ontem?
— Por quê?
A tia Silvia que falou:
— Meu filho, vai falar com ele, por favor, ele tá muito mal, terminou o namoro com a namorada ontem. Ele chegou em casa chorando com o Renato.
Aquilo esmagou meu coração, era tão ruim fazer alguém que a gente ama sofrer. Não respondi, fui pro meu quarto e me joguei na cama com uma dor de cabeça do cão. Então fui tomar banho, fiquei debaixo do chuveiro por minutos, até que os meus dedos ficassem enrugados, saí e vesti roupa.
Ainda tinha que fazer a última do semestre na faculdade, por sorte só ia fazer mesmo a prova pra garantir média. Os poucos dias que restavam pro natal eu passei em casa, não queria ver ninguém, meu celular eu achei que tinha perdido ele em algum lugar. A mamãe perguntava se tinha acontecido algo e eu só dizia que não queria sair de casa.
No dia 23 a mamãe disse que achou meu celular no chão do carro do papai, o coloquei pra carregar. Tinha 20 ligações e 25 mensagens, não tinha coragem de ler. As ligações, metade eram do Renato e as outras do Guga, então abri as mensagens, só via escrito Rodrigo, Rodrigo, Rodrigo, Rodrigo, larguei o celular, não tava a fim de ler.
O Natal eu passei em casa com meus pais e a família que veio toda pra cá. Depois da meia noite o Renato aparece lá em casa, ele falou com meus pais e depois veio falar comigo.
— Feliz Natal!
— Feliz natal!
— A gente tem que conversar.
— Bora lá em cima.
A gente foi pro meu quarto.
— Só quero sabe por quê.
— Eu não queria mais.
— Porra Vinícius, tu acha mesmo que eu sou idiota?
— Porra eu cansei, não queria mais, simples. Não sou obrigado a empurrar algo que eu não queria mais.
— Não é só isso, porra nunca vi meu irmão daquela forma, ele te ama!
— Vai passar!
— Vai, claro, tudo passa. E só pra te avisar, tu não vai mais ver ele por seis meses. Sim, eu acho que tu conseguiu o que queria, ele vai estudar nos EUA. Feliz Natal, Vinícius, Feliz Natal!
Ele saiu do meu quarto me deixando ali com os meus malditos pensamentos.
Dia 27, meus pais viajaram pro Rio, iriam passar o Ano novo lá e todo dia eu pegava meu celular pra ler as mensagens do Rodrigo, mas não conseguia. Dia 30 a galera viajou, eu até pensei em ir, mas sabia que o Rodrigo iria, então inventei uma desculpa pra não ir.
Dia 31 de dezembro de 2011, lá estava eu sozinho sentado em frente de casa esperando 2012 chegar, alguns fogos já estouravam no céu, quando meu relógio apitou, 2012 tinha chegado e eu nunca imaginei passar a virada assim, sentando na frente de casa com uma garrafa de cerveja na mão e ouvindo os fogos no céu, 2012 começava de um modo não que nunca imaginei realmente. Peguei minha garrafa e fiz um brinde pra cima:
— Feliz 2012!
Quando eu olhei o Rodrigo tava na frente da casa dele olhando pra mim, meu coração acelerou. Aquela era a primeira vez que eu o via depois daquela noite, ele tava tão bonito, vestia uma calça jeans, uma camisa polo azul e um chinelo. Nossos olhares se cruzaram por alguns segundos, me levantei e entrei em casa com o coração na garganta. Fui no banheiro mijar, lavei minhas mãos e quando saí ele tava encostado na porta.
— Feliz 2012!
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Eu não sou gay, eu só me apaixonei por outro cara.
NouvellesHistória real, conto romântico homossexual contando a história de Vinicius e Rodrigo que de inimigos se tornaram namorados. É aquele velho ditado. Os opostos se atraem.