[Viewpoint Matthew Morgan 11/09/2019 Nova Iorque]
— Amor está tudo bem? você parece pálido — Alice entrou e me abraçou em seguida.
Não conseguia dizer nada, aquilo não parecia estar acontecendo de verdade. No ano que o acidente aconteceu sonhava diversas vezes com ela entrando em casa vindo me dizer que não tinha embarcado, ou ouvia sua voz quando passava pelos corredores, era um martírio que superei com o tempo e que pelo visto voltou com tudo.
— Alice, não pode ser... — a olhava incrédulo, fiquei receoso imaginando que tudo era mais um dos meus sonhos malucos — você...
— eu voltei e estou com tanta saudade! — a morena sorriu com os olhos marejados e segurou meu rosto dando um selinho demorado.
— Mamãe! — Charlie atravessou a sala correndo e abraçou as pernas da mulher que não aguentou e chorou de emoção — viu papai, se realizou!
— Filha, você está tão grande! — a mulher pegou sua filha no colo e abraçou-a forte, afagando o cabelo da menina em seguida — desculpa a demora da mamãe tabom princesa?
— tabom mamãe — a menina tentava secar as lágrimas de felicidade que escorriam pelo rosto da mais velha e distribuiu beijinhos por todo o rosto de sua mãe. — Vem mamãe, vou te apresentar pra todas as minhas amigas!
— agora não filha, mamãe precisa muito falar com o papai, mas fica tranquila que vamos ter todo tempo do mundo pra eu conhecer todas as suas amigas. — a pequena concordou com a cabeça e balançou as pernas para sair do colo de Alice.
Olhei para trás e todos da festa pareciam não entender o que estava acontecendo, de um lado uma mulher que poucos viram chorando com a aniversariante no colo, do outro JowJow que também chorava sem acreditar que sua amiga tinha voltado era consolada por Jonas, mesmo ele compartilhando do mesmo sentimento e eu em estado de choque não conseguindo sequer formular uma frase. Alice olhou para todos sentindo- se uma intrusa, a casa já não era a mesma desde que ela se acidentou, as pessoas que aqui frequentam nunca tinham passado da calçada em anos anteriores, sem dar satisfação ela sobe correndo para o quarto e vou atrás dela, ouvindo ao fundo a voz de Jonas que pediu para todos se retirarem do local.
— Cadê os quadros? Onde estão os nossos móveis!? Cadê minhas roupas? — A morena disparou todas essas perguntas assim que me viu. Estava nervosa, andando de um lado para o outro abrindo as gavetas, olhando novamente as paredes e me encarando para ver se respondia alguma de suas tantas perguntas.
— Como assim cadê as coisas? Alice você morreu a cinco anos naquela merda daquele navio, quem deveria estar fazendo perguntas sou eu! — cruzei os braços respirando fundo, meus sentimentos estavam confusos, queria beija-la e dizer que estou tão feliz por ver ela aqui, mas ao mesmo tempo queria gritar, perguntar onde ela estava, saber porque demorou tanto para voltar pra casa e o motivo de nunca ter ligado.
— amor, o que ouve, por que subiu daquele jeito — minha noiva entrou no meio da conversa, assim que viu Alice ficou sem reação e se apoiou na porta — essa é a...?
— Oiie tudo bom querida pode nos dar licença um pouquinho? — a morena parou por um momento parecendo pensar e começou a ficar vermelha — espera aí, ela te chamou de que? Matthew Quem é ela?
— essa... Essa é Wendy — passei a mão por meu rosto tentando achar alguma forma fácil de explicar isso tudo — minha noiva.
— Ótimo, perfeito, excelente — Alice limpava as lágrimas insistentes que escapavam de seus olhos, estava com uma veia saltada em sua testa e o rosto tão avermelhado quanto o amanhecer em um dia de verão — agora está tudo explicado, como eu pude ser tão burra? Eu vou embora!
Ela andou esbarrando em meu ombro passando por mim, quando me dei conta ela já está lá embaixo pronta para ir embora. Acabei surtando de uma maneira inexplicável, não queria que ela fosse, mesmo confuso tinha medo de não a ver de novo. Corri o mais rápido possível até o andar de baixo, fui até a porta e a tranquei, ficando parado a frente dela em seguida. A mulher bateu o pé impaciente, esperando que eu saisse da frente mas permaneci imóvel, ela pediu diversas vezes para que eu saisse da frente e ignorei seu pedido em todas as tentativas, a deixando cada vez mais irritada.
— Jonas fala pra o seu amigo sair da minha frente!? — lancei um olhar para o loiro de que não iria ceder e ele pareceu entender mesmo não concordando.
— Alice, respira, são muitas emoções para um dia só e os dois estão muito confusos com tudo o que aconteceu nesses cinco anos, por que você não dorme aqui no quarto da Charlie e amanhã assim que acordarmos conversamos melhor? — a morena negou com a cabeça de imediato e revirou os olhos.
— eu não quero ficar nem mais um minuto aqui, Jonas por favor me leva pra casa — a mulher suspirou derrotada, parecendo ter um mundo inteiro sobre as costas.
— okay, vamos fazer assim então, Alice você dorme lá em casa hoje e amanhã o Morgan vai para lá conversar com você tudo bem? — a mulher pareceu não gostar muito mas assentiu com a cabeça e me olhou esperando alguma atitude minha em resposta.
Charlotte apareceu bem quando estou prestes a sair da frente da porta, a menina pediu colo a mãe chorando, dizendo que não queria que ela fosse embora de jeito nenhum e que queria ficar com ela, pra onde fosse. Era inútil repreender minha filha por isso, tudo que eu mais queria era sair dali com ela, porém a vida não e tão fácil assim, principalmente quando ela não queria nem mais olhar em minha cara.
— Filha, quer vir com a mamãe pra casa da titia Jowjow? — a menina concordou com a cabeça batendo palminhas e sacudindo os cabelos. — ótimo, então vamos, da tchauzinho pro papai!
E novamente ela se foi, e como da outra vez não pude fazer nada. Me sinti vencido, confuso, desacreditado, a mulher que eu amo voltou e eu nem sequer consegui saber o que ouve com ela em todos esses anos. Me sinti um idiota, e se não a visse nunca mais? Eu precisava falar com ela, mas infelizmente meu melhor amigo tinha razão, hoje não era um bom dia para fazer isso.
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Choices (Em Revisão)
Romance1 dia, 1 volta em torno do sol, 365 dias, 8760 horas, 525.600 minutos,31.536.000 segundos,52.560.000 batimentos cardíacos. Todos estes números são formas de demostrar um ano, mas você deve estar pensando, o que isso pode ter a ver com este livro? E...