capítulo I

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[10/09/2019 Nova Iorque]

— Bom dia família — Wendy exclamou assim que surgiu na escada — estão tomando café sem mim? Que feio!

— Eu estava morrendo de fome tia Wendy — Charlotte disse encarando seu segundo pedaço de panqueca — papai, me passa o mel.

— Hoje é sua folga, achei que gostaria de relaxar — Matthew sorriu e entregou o mel para sua filha que agradeceu. — Meu amor, termina de comer rápido, não quero que se atrase.

— Até queria, mas hoje eu tenho visita da cerimonialista para escolhermos as cores do casamento. — O homem confirmou com a cabeça, aliviado por não poder participar.— Uma pena você ter que trabalhar.

— Você tem um ótimo gosto, tenho certeza que vai fazer a melhor escolha. — tomando último gole de seu café e dando a última mordida em meu sanduíche ele completou. — tenho que ir, estou atrasado. Deixa ela com a senhora Dave para mim?

— deixo sim amor, bom trabalho. — Wendy caminhou em direção ao seu noivo depositando um selinho demorado. — vê se não demora.

— papai! — Charlie gritou chamando minha atenção. — não esquece de perguntar a cor do meu vestido para o moço.

— Tudo bem filha, te vejo mais tarde, tenha ótimo dia de aula.

Ao se despedir das meninas, Matthew entrou em seu carro carro dirigiu até o escritório onde passaria o resto de seu dia. Havia um grande projeto de um arranha céu que o deixou animado o mês inteiro, e agora que o contrato estava assinado ele poderia finalmente mergulhar em seu processo criativo.

No final da tarde, ele ja se encontrava em casa. Assim que chegou, decidiu tomar uma bela xícara de café enquanto observava sua noiva folheando alguns papéis referentes a lista de convidados. Não tinha nada de especial em Wendy hoje, ela estava de pijama, usava uma tiara rosa para que seu cabelo não atrapalhasse sua visão, e com o prazo apertado do casamento sua mania de roer as unhas era evidente. Mesmo assim, a mulher continuava linda como na primeira vez que Matthew a viu.

— Amor, acho que vamos ter que diminuir a lista de convidados. — Wendy me encara fazendo com que eu voltasse a realidade.

— Tabo... Espera, amor não pagamos por 220 convidados como você queria? — Morgan arqueou a sobrancelha esquerda bebericando o conteúdo em sua xícara.

— Eu sei Matthew, mas acabei lembrar de mais pessoas e agora a lista conta com 300 convidados. — Ela mordeu o lábio inferior apreensiva mordendo compulsivamente a ponta da cabeça. — Estava dando uma olhada e acho que temos como tirar algumas pessoas.

— quem você sugere? — O homem cruzou os braços relaxando seu corpo na cadeira.

— Que bom que perguntou! — A mulher se levantou e em passos lentos se sentou ao lado do noivo, colocando o papel sobre a bancada em seguida. — Sabe amor, acho que podemos cortar a Kate, vocês não se falam a um ano e bom, eu acho que ela nem vem. Também não acho que a Joana tenha que ser madrinha, ela nunca foi muito próxima de mim e eu também acho que ela me olha estranho.

— Amor, eu convidei apenas dez pessoas e fiz pequenas exigências com a condição que você poderia fazer a festa do jeito que quisesse. — antes que ela o interrompesse ele levantou a mão pedindo a palavra. — portanto as outras 210 pessoas são seus convidados e você terá que administrar sua lista para colocar as outras pessoas que faltam.

— Mas você não fala com a Kate e as madrinhas tem que ser amigas da noiva. Para de ser injusto! — ela altera o tom de voz me fazendo perder um pouco da calma.

— Injusto? Você tem  210 vagas para convidados e me chama de injusto? A Kate é tia da minha filha e a Joana é a madrinha, você não vai alterar nada disso. Arrume outro jeito de montar o teatro que você está transformando nosso casamento.

— Então eu vou pagar a mais para termos 300 convidados — Wendy lançou um olhar desafiador fazendo seu noivo respirar fundo.

— Faça o que quiser.

Matthew se levantou e sem mais explicações fui para o quarto de Charlotte, para espairecer. Diferente do resto da casa esse quarto era um único cômodo que pouco mudou depois do desaparecimento. Os porta retratos foram mantidos —tendo apenas algumas fotos mais atuais —, a cômoda era mesma de seu nascimento e a  a régua de crescimento ao lado da porta ainda tinha a letra dela que era com certeza a mais bonita que ele já viu. Tudo naquele pequeno cômodo trazia lembranças de uma das melhores épocas de sua vida.

Deitado ao lado da cama encarando as estrelas brilhantes no teto,  ele lembrava do dia em que colocaram elas lá. Alice sempre foi uma mulher rebelde, mas no quarto de sua filha ela fez questão de que tudo fosse planejando. Pintaram o teto todo em galáxia, mas não era o bastante, na cabeça de Alice, desde chão até o teto do quarto deveriam contar uma história e foi daí que surgiram as estrelas. Ela fez questão de colocar as estrelas de acordo com as constelações que podem ser vistas da casa nas noites de agosto, e esse detalhe tornou esse quarto especial e aconchegante para todos. Inclusive para Matthew.

Ele passou um bom tempo fitando o teto. Depois de tanto tempo lidando com o luto, era bom poder recordar das coisas com saudades e felicidade ao mesmo tempo. Mesmo que a angústia, e o medo sempre aparecem em dado momento, mas valia a pena por alguns momentos de risada ou por poder finalmente ver fotos antigas.

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