Two Mothers • SuperCorp

MINHA PRIMEIRA

-Cadê ela?

Lena perguntou ao chegar da casa da Samantha aquele dia e encontrar Kara dando um pequeno sorriso enquanto olhava para a tela de seu celular.

-Dormindo.

Kara respondeu fitando-a. A morena apenas lhe dera um grato aceno de cabeça e saiu da sala após tirar seu sobretudo, Kara a acompanhou com seu olhar até que ela deixasse o cômodo. A loira suspirou derrotada, fazia três semanas desde que havia beijado Lena, aqueles malditos beijos que não saíam da sua cabeça. Se se concentrasse bem ela poderia até mesmo senti-los novamente, as coisas entre ela e Lena ficaram um poucochinho diferente. Ela sentia falta de dormir abraçada a morena, sentia falta de quando Lena afagava os seus cabelos enquanto elas assistiam algo juntas. Sentia falta dos beijos nos rostos, e dos carinhos que sempre tiveram uma com a outra. Tudo aquilo se perdeu depois que elas se beijaram naquela madrugada e Kara se praguejava por isso.

-Você precisa acordar amor.

Lena disse acariciando a bochechinha rechonchuda da filha.

-Como eu vou passear com você dormindo? Você tem que inaugurar algo que eu comprei para você já faz tempo, eu acho que nós faremos sucesso hoje.

A morena disse a última frase com um pequeno sorriso em seu rosto e então suspirou olhando para a porta e lembrando-se de Kara que vira a pouco na sala, sorrindo olhando para a tela de seu celular. Lena sabia muito bem com quem ela estava falando, ou pelo menos podia fazer alguma noção. Fazia uma semana desde que ela conhecera alguém chamado Nick Robson, ele havia impedido que ela fosse assaltada quando voltava da casa de Winn que teria a oferecido carona se seu carro não estivesse no concerto. Mas Nick Robson estava de carro e acabou vendo as intenções do ladrão que perseguia Kara preparando-se para abordá-la.

Por fim, após salvar a pátria o herói deixara Kara em casa. A loira não tinha palavras para agradecê-lo e Lena também fora extremamente grata e fez questão de demonstrar sua gratidão. Mas Nick e Kara acabaram trocando números, e passaram a trocar mensagens e uma vez ele até mesmo a buscara para um jantar. Era perceptível para Lena que os dois estavam entrando na fase de se "conhecer melhor" e ele tinha todos os créditos possíveis com Kara, afinal era um herói. Lena voltou seu olhar para Lana e suspirou com um olhar distante.

-Quer saber Lana? Nunca beije alguém apenas porque está carente, e muito menos seu melhor amigo, ou amiga. Isso é cruel.

Lena disse pegando na mãozinha da filha e acariciando-a levemente.

-Quer saber? Nem mesmo cresça, se você puder ser assim para sempre eu irei ser grata.

Comentou, mas daquela vez soltou um pequeno sorriso.

-Eu não... Estou preparada para ver você ter o coração partido, para ver você falar de independência, não estou pronta para que você sofra decepções ou que cause decepções... Será que um dia eu estarei pronta afinal?

Lena olhou para baixo comprimindo seus lábios e suspirando, quando levantou a cabeça novamente a pequena estava se espreguiçando. O que gerou um sorriso na morena.

-Olá seu bolinho preguiçoso!

Lena disse entusiasmada recebendo um sorriso preguiçoso de Lana que tinha uma expressão amável de sono.

-Nós vamos passear hoje, bem... Nós vamos caminhar, mas você vai ter que comer antes. Não quero carregar saco vazio comigo, não.

Completou pegando Lana em seus braços e beijando seu rosto, Lena fizera questão de preparar o alimento da pequena enquanto ela prestava atenção em tudo o que a mãe fazia sentada em sua cadeirinha. Lena lhe dizia coisas como "Vai ficar delicioso". E ela sorrira de volta. Lana era uma criança carismática de sorriso frouxo, mas sempre sorriria para as suas mães até se elas falassem simplesmente um "a" acompanhado de um sorriso, pequeno ou não.