BUT IF YOU NEVER TRY, YOU'LL NEVER KNOW

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Acordar aquela manhã fora uma das coisas mais difíceis que Kara Danvers já fez na vida. Pois estava ciente do que faria aquele dia, de quão confusa e machucada estava, sem nem ao menos ter um real direito de se sentir machucada. Winn tivera de chamá-la três vezes e arrastar o cobertor dela na terceira para que a loira finalmente reagisse e despertasse. E afinal ele estava certo, é preciso encarar a vida. Desde que Kara vira aquelas fotos na TV de Diana Prince conversando com Lena e a morena a explicou que ela era a sua ex-namorada, ela suspeitava de que alguma coisa estivesse acontecendo entre ambas.

Ainda assim suspeitar é muito diferente de saber, de ver como ela viu naquele karaokê. Os sorrisos e olhares, a temática da música cantada e como elas prendiam a atenção uma na outra... A quem ela queria enganar? O seu tolo coração estava ruindo aos pedaços. Não queria olhar para Lena, não estava furiosa com a morena. Estava machucada, e embora soubesse que não tinha aquele direito, isso não fazia o machucado desaparecer e doer menos. A voz de Lena dizendo-a que ela iria reaprender a dormir sem ela fora usada como estimulo para que ela conseguisse dormir.

Foi difícil num nível alto, mas não foi impossível. E acabar-se em lágrimas como ela fez quando estava sozinha ajudou o sono chegar mais rápido, é verdade. Mas Kara Danvers tinha uma vida lá fora, tinha uma filha. E era hora de viver, mesmo estando tudo uma confusão. Ela então retornou para o apartamento. Naquele café da manhã nem mesmo olhou nos olhos de Lena, conversava coisas necessárias, Lena sentiu-se desconfortável com o clima pesado e se perguntava pelo que poderia ser. Será que Kara estava chateada por conta do sofá-cama? Ela não perguntou.

Naquele mesmo dia Kara teve de fazer o inegável: Conversar com Nick, ela fez aquilo quando já era noite. Aproveitou que Lena havia levado Lana para a casa de seus pais para fazer-lhes uma visita e chamou Robson para conversar. Suas mãos soavam e seu estômago embrulhava-se, oh Deus, por que ela teve de se atrapalhar tanto assim em sua vida? O que fez para merecer aquelas coisas? Com certeza fora apenas ela estragando tudo e também um pouco de falta de sorte e nada mais.

Primeiro saíra com um cara que parecia ter tudo para ser um cara que a levaria para o altar e lhe diria belas coisas durante a vida embora o tempo passasse e eles começassem a fazer brincadeiras nada românticas. Mas então ele apenas parecia, e ela descobrira que ele não era aquilo que ela esperava que fosse, que ele passou ser, da pior maneira possível: Grávida deste e abandonada pelo mesmo. Segundo, foi à coisa mais infindável da sua vida: Ter sentimentos pela sua melhor amiga! E para piorar tudo na falha tentativa de melhorar, ela a machucou e terceiro: Meteu alguém que nada tinha a ver com isso naquela história louca.

Mas uma coisa lhe parecia injusta: Não ter conseguido amar Nick enquanto Lena parecia "Muito bem obrigada" com a senhorita Prince. Aquela situação toda já estava roubando-lhe a paciência e ela já não tinha o suficiente, disso estava convicta. Nick sentou-se no sofá a sua frente com um sorriso pequeno, apenas para massacrar mais Kara e a sua consciência pesada. A loira dera um longo suspiro e comprimiu seus lábios enquanto sentia o olhar dele sobre si esperando-a se pronunciar sobre o que parecia tão importante para não conversarem através do celular.

-Nick... Eu preciso ser honesta com você. Eu gostei de você desde o dia em que eu o conheci. Mas... Eu não sei exatamente como dizer isso, porque não há um jeito legal em dizer isso...

Sua voz já estava falha, mas ela tentava seguir firme no que sabia que devia fazer.

-Mas acontece que tem outra pessoa...

-Um cara?

Robson a interrompeu.

-Vocês já ficaram...?

-Apenas... Não deduza nada, certo? Tem essa pessoa, e eu não consigo tirá-la de mim, e isso dói, é desesperador e inquietante. Mas é como é, e não é justo com você.

Two Mothers • SuperCorpOnde histórias criam vida. Descubra agora