Como espinhos sobre a pele, a última frase de Baekhyun cortava dolorosamente a mente do corsário, repetindo seguidamente e fazendo com que Chanyeol não tivesse concentração no que estava fazendo, até que por fim, os devaneios o causassem um corte raso no dedo indicador em meio a tentativa de cortar verduras.
― Merda! ― Ele chupou o sangue e reclamou ao perceber que o ferimento persistia.
― Está tudo bem? ― Deneb que estava logo ao lado, o questionou preocupado.
O capitão piscou nervosamente.
― Está. ― mentiu.
Vega, que o analisava de longe, deixou o lugar onde estava e se aproximou do corsário.
― Essa quietude unânime de todos não é algo habitual. Houve algum acontecimento importante do qual não fui notificada?
Ele desviou os olhos. Não queria que aquela experiente em ler sentimentos, deixasse-o ainda mais desconcertado do que já estava.
― Estão a minha procura.
Ela franziu o cenho.
― E quem aqui não está sendo procurado? ― Riu triste.
― Aparentemente, meu primo traidor matou o filho do Rei e agora, ele e seus soldados estão caçando a minha cabeça acreditando que eu sou o responsável.
― Raios! Não contou isso para Baekhyun, contou?
― Ele se encontrava ao meu lado quando li a carta, não houve nem tempo para ponderar uma mentira. Não somente isso, eu o contei também que Howard está atrás dele e quer matá-lo.
Vega suspirou e ajeitou-se ao lado do capitão, pronta para tentar se aprofundar naquele assunto.
― Acho que entendi o que motivou Polaris a se trancar no quarto agora há pouco. Já vi isso acontecer uma vez, e não houve nada que o tirasse de lá tão cedo. Espero que tenha algo em mente, pois precisamos que ele nos leve de volta. Howard é fraco perto dos poderes do Polaris, mas é forte quando bate de frente com Baekhyun.
Chanyeol a encarou e assentiu. Ele sabia a diferença daquela comparação citada por Vega. Se pudesse simplificar, diria que Polaris era completamente poder e Baekhyun era puro coração. E as duas emoções mesmo pertencendo a uma única personalidade, em certo momento, acabariam se enfrentando.
Ela apontou para as verduras.
― Cuidarei disso. Se preocupe nesse momento em ir salvá-lo do martírio particular que ele mesmo se sentenciou. ― Sorriu gentilmente.
Chanyeol agradeceu, entregou a faca para ela e se levantou, sentindo que conforme caminhava para longe de onde preparava a última refeição, vários olhos o seguiam.
Ele se aproximou do quarto de Baekhyun e tentou ensaiar algumas palavras antes de chamá-lo, mas conforme repetia as frases aos sussurros, mais a frustração o dominava e consequentemente, ele suava como um porco.
Polaris se deparou com a cena engraçada do corsário andando de um lado para outro, lamentavelmente ensaiando o que iria dizer. Pensou em continuar quieto, assistindo-o se decidir, no entanto, o capitão acabou notando que estava sendo observado.
O corsário ajeitou as vestes no corpo, engoliu em seco e se aproximou. Quando o fez, era nítido pelos olhos inchados, que o viking esteve chorando instantes antes.
― Achei que precisaria criar algum tipo de chantagem emocional para que saísse, mas foi mais fácil do que eu imaginei.
Baekhyun deu um meio sorriso e abaixou o olhar para o peito do corsário.
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POLARIS | ChanBaek
FanfictionHavia uma lenda que dizia que o céu ficaria completamente sem estrelas e sucederiam as noites mais longas de todos os tempos. O corsário de barco, Park Chanyeol, não acreditava em nenhuma dessas histórias de pirata assim como o próprio pai que o doo...