Velhos hábitos permanecem.

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O nome ecoando pelo corredor tirou o capitão dos pensamentos. Kyungsoo se aproximou o chamando desesperadamente, indicando que algo a importunava. Chanyeol seguiu a voz e se deparou com a mulher correndo em sua direção enquanto segurava o sangue que brotava da própria cintura. A fisionomia não era nada satisfatória.

― O que aconteceu? ― Segurou-a pelos braços e a descansou sobre a parede.

Ela estava com o fôlego entrecortado e suava um pouco. Kyungsoo fez uma expressão amarga de dor.

― Eles o reconheceram quando estava com o rei, capitão... Os guardas. ― Tentou explicar enquanto o corpo cedia em busca de apoio.

― Te atacaram?

― Pelas costas, aqueles covardes. Graças ao meu bom reflexo, eu consegui desviar a tempo, mas por estarem em dois, arrebataram sua espada de minhas mãos e me atingiram. Eu corri antes que perfurassem algum lugar letal do meu corpo. Os malditos ficaram lá, desamarrando Kai. É melhor irmos embora. ― Ela se apressou. ― Antes que nos encontrem.

― Desgraçados! ― Ele se afastou da parede e verificou se havia a presença de mais alguém no corredor. Quando percebeu que o caminho estava livre, se virou novamente para ela. ― Precisa de ajuda?

― Eu estou bem. ― Tentou forçar um sorriso e recuperou a postura para que pudesse sair do palácio o mais rápido possível. ― Já tive ferimentos piores.

Com as costas arqueadas, correram pelo corredor, sem se virar para distrações que aparecessem durante o caminho. Chanyeol deu uma rápida olhada para a mesa do rei e a última visão que teve foi a do homem totalmente inclinado enquanto ainda dialogava com Howard. Maldito seja o seu azar! Teria que contar com a esperança de que a vossa majestade se agarrasse a boa índole e com o tempo, se compadecesse pelas palavras do tratado de paz proposto anteriormente pelo próprio corsário.

Depois de furtar um cavalo e sair ás pressas, Kyungsoo e Chanyeol chegaram até a casa, apavorados. O capitão ofereceu ajuda para a mulher, porém, ela levantou a mão sobre sua visão, mostrando que estava tudo bem em deixá-la se virar como sempre havia feito.

Ainda absorto, o corsário se sentou, sentindo a respiração desacelerar gradativamente.

― Parece preocupado. Acha que conseguiu convencer o rei? ― Kyungsoo questionou enquanto passava sobre a lesão, um líquido de plantas moídas no pano ensopado com medicamento natural.

― Ainda não sei dizer. Conhece um sujeito chamado Howard?

Ela demonstrou sentir um arrepio.

― O pirata das lendas? Obviamente que sim, ele é o terror da Espanha há anos.

Chanyeol juntou as sobrancelhas.

― Quanto tempo?

― Eu nasci com as lendas correndo por todas as bocas, então pressuponho que não seja pouco. Para se ter uma noção, minha avó tinha conhecimento da popularidade dele desde a infância. Mas por que, ele estava lá?

― Chegou enquanto eu conversava com o rei. O propôs um acordo. Quer que o ceda um navio para que possa encontrar uma pessoa. Matá-lo, na verdade. ― Engoliu seco. ― É um conhecido meu.

― Conhecido seu? ― O encarou, confusa.

― O nome dele é Baekhyun ou Polaris, como costuma ser chamado.

― Polaris como a estrela? ― Ela apontou para cima. ― A estrela guia?

― Como, não. A própria estrela.

Ela era uma especialista em variados assuntos. Chanyeol sabia que seria questão de tempo para que ela descobrisse. Esperava que ela fosse ficar assustada, desacreditava com a nova informação, porém, Kyungsoo não esbanjou nenhuma surpresa.

POLARIS |  ChanBaekOnde histórias criam vida. Descubra agora