a amizade é muito importante e quando estamos juntos somos semelhantes

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S O O B I N

— ... aí o Tae apareceu pra me levar de volta pro quarto. Admito que dei uma choradinha no colo dele e então dormimos. Passamos o dia no quarto hoje, porque eu decidi te dar um tempo pra se acalmar, por isso não aparecemos no café ou almoço.

Já sentaram embaixo de uma cachoeira? Garanto a vocês que é uma sensação bem estranha ter toda aquela água te atingindo de forma brutal, mas não te ferindo de forma alguma. É assim que eu me sinto depois de ouvir todos os mínimos detalhes da relação de Beomgyu e Taehyun.

Embaixo de uma cachoeira.

Meu amigo se preocupou em me contar tudo desde o início, e a cada parte da história eu me sentia ainda mais idiota. Consegui me ver no meu melhor amigo e me estapeei mentalmente diversas vezes. A forma como ele falava sobre aquilo, sua expressão que parecia tão cansada e as vezes que ele me olhava como se esperasse encontrar uma carranca, tudo isso só me deixava ainda pior e me fazia perceber que a minha reação foi a pior de todas.

Quando digo que consegui me ver no meu amigo, é porque eu passei pela mesma coisa que ele, embora muito mais cedo, mas foi igual. Eu também me senti assustado e confuso, também tive medo de contar para minha família e amigos próximos e, principalmente, também mantive segredo dele. Quando lembro do dia em que Beomgyu me pegou com a boca na botija — no caso, com a boca na boca de outro cara — imediatamente sinto um aperto no peito e começo a me sentir o pior amigo de todos, porque ele não fugiu de mim ou me tratou como se eu tivesse feito algo horrível, na verdade, ele veio atrás de mim, me abraçou e ainda chorou comigo, depois passamos a noite juntos conversando sobre isso. E eu? O que eu fiz? Eu surtei com ele, fiquei irritado sem razão, quando eu deveria ser o primeiro a entendê-lo.

O que me consumiu foi a merda do ciúmes mesmo, se eu não tivesse dado tanta atenção ao fato de que HueningKai soube antes de mim, talvez toda a situação teria sido diferente, menos dramática, e idealizar isso me faz bufar de ódio.

Ódio de mim mesmo, por ser um grande babacão.

— Ainda tá bravo comigo? — eu o olho de imediato ao ouvir sua frase, notando o jeito amuado como ele me encara.

— Não to bravo com você, agora eu to puto é comigo. — — Eu fui um merda com você, te tratei muito mal, e isso por que? Porque eu fiquei revoltadinho por você ter contado por Hyuka primeiro.

— Mas eu deveria ter te contado.

— Sim, deveria, mas no seu tempo. — — Eu sou bem imbecil as vezes, mas dessa vez eu me superei. Claro que eu deveria saber que você tem seu tempo e que conta o que quer, pra quem quiser e quando quiser, eu não deveria te obrigar a nada e muito menos ficar agindo feito um babaca por você não me contar algumas coisas. Me desculpa, Beom, por ter sido um amigo tão ruim.

Acho que nunca fui tão franco em toda a minha vida, parece que eu abri meu peito e revelei todos os meus defeitos.

Ok, eu sou meio paranoico e ciumento, eu deixo minhas emoções me controlarem e eu tenho essa mania de pensar no lado dos outros em último momento. Eu sou assim, infelizmente, mas acho que nunca me dei tanta conta disso como agora.

Eu me levanto de onde estou, fazendo o balanço chacoalhar, e paro na frente do meu amigo, não o dando muita escolha ao puxa-lo e abraça-lo apertado, algo que não é muito comum na nossa amizade.

— Se você não quiser me desculpar, tudo bem também. — estou contendo minhas lágrimas, porque eu sei que Beomgyu odeia lidar com gente chorona. — Mas saiba que eu to muito arrependido.

— É claro que eu vou te desculpar, hyung, eu meio que entendo o seu lado.

Fungo baixinho e escondo o rosto em seu ombro, torcendo para que ele não perceba que eu estava começando a chorar.

Hot tub, nice buttOnde histórias criam vida. Descubra agora