meu sorriso se foi, minha canção também

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S O O B I N

Estive pensando em minha breve jornada até agora e em todas as coisas que já aconteceram em tão pouco tempo. Que loucura, cara.

Dá para acreditar em tudo isso? É como assistir a qualquer anime shounen, onde um mês se resume em dois únicos episódios, tudo espremido e picado para os telespectadores. É basicamente isso que a minha vida se tornou, dois episódios de anime.

Se eu contar que não lembro de absolutamente nada do que aconteceu lá no início, será que vão me achar louco? Porque, assim, tudo o que tenho são flashes que as vezes me acontecem e eu fico "caraca, isso aconteceu mesmo?", e ultimamente eu tenho tido muitos desses flashes. Ontem mesmo, eu estava no sofá da casa da minha avó, assistindo Ame-a ou Deixe-a: Vancouver com Yeonjun, bem num climinha romântico, quando eu lembrei da vez em que assistimos Yuri on Ice e eu pensei que ele fosse me beijar. Eu tive uma epifania digna do Homer Simpson, porque eu fiquei uns três minutos parados só pensando naquilo e percebendo que parecia ter acontecido há anos, mas foi só pouco mais de um mês.

Louco pensar que há um mês eu estava doido pra ele me beijar e que agora somos namorados que namoram.

E naquela época também — como se tivesse acontecido há vinte anos — éramos só eu, Beomgyu, Yeonjun e Taehyun, depois que o coisa 1 e o coisa 2 se juntaram ao grupo e tudo virou festa.

Parem pra pensar que tudo começou porque eu era um inútil, que essa deveria ser minha jornada descoberta, onde eu seria iluminado pelo divino e descobriria a minha vocação, entretanto, tudo se tratou apenas de mim tendo uns surtos e sendo o mais gay que eu conseguiria.

Quero dizer, com certeza não sou o mesmo Choi Soobin de antes, mas também não sinto que tive tantas mudanças. Não alcancei meu objetivo, na verdade, acho que estou tão perdido do que quando tudo isso começou.

Vim para o Éden na intenção de trabalhar, eu devia ter tido os dias mais chatos e cinzentos da minha vida, só que desde o início nada foi como deveria ser. Tudo tem sido só diversão, plots twists, romances e risadas, e o que isso me diz? Será que eu tenho que virar um escritor de romances meia-boca? Imaginem só, eu escrevendo um livro, quanta bobagem.

Com que cara que eu vou voltar pra casa e dizer "fui e voltei e continuo um inútil"? Nossa, meus pais vão ficar desapontados. Vai saber, talvez eu faça um cursinho besta e vá trabalhar no mercadinho.

Toda essa reflexão só para chegar aqui e dizer que tudo que é bom dura pouco mesmo.

Eu tive os dois meses mais loucos da minha vida, os quais eu pude compartilhar com as melhores pessoas que eu já conheci, e hoje me encontro do mesmo jeito que eu estava no começo. Sozinho.

Não sei dizer como o tempo funciona, só sei que às vezes ele passa num piscar de olhos.

Depois do encontrinho do Kai e da Yeji — e do puta esporro que ela me deu — tudo pareceu acontecer em dois segundos. Eu pensei que pudesse aproveitar um pouco mais da presença deles, achei que teria mais tempo, mas quando eu percebi já estava ajudando a minha prima a arrumar as malas.

Yeji foi embora primeiro, e mesmo que ela tenha entrado de penetra na história eu não queria que ela fosse embora, ia faltar alguma coisa com ela voltando pra casa.

— Não faz drama, por favor. — essas foram as palavras de afeto e carinho que ela me disse enquanto jogava as coisas na caçamba da caminhonete do meu tio. — Não é como se nunca mais fossemos nos ver.

Hot tub, nice buttOnde histórias criam vida. Descubra agora