A ajuda está a caminho

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Um silêncio opressor se fez presente no carro e eu quis muito dormir até toda aquela loucura ter fim. Só que quando estava pensando em abrir minha boca para perguntar se demoráriamos muito a chegar ao nosso destino. Já que não havia outra opção para mim dada a situação. Naruto começou a tremer tanto que parecia estar convulsionando.

— Meu Deus, Naruto — gemi, desesperada. — ele precisa de ajuda agora!

Toda minha resolução de odiá-lo foi por água abaixo. Meu coração batia frenético no peito, arrebentando a caixa torácica. Acabei desejando com todas as minhas forças que ele ficasse bem.

— Estamos chegando, Naruto deve estar com hemorragia, ou a bala está se movendo — Sasuke informou, preocupado. — Acho melhor eu localizar um hospital próximo, pode ser que seja muito grave para a médica que irá nos receber.

— Hospital não... — Naruto gemeu, tremendo cada vez mais e cuspindo uma golfada de sangue. — Toneri vai me achar e achar vocês se dermos entrada no hospital.

— Sua saúde é mais importante, idiota! — Sakura ralhou, tentando recuperar o controle.

— Ela tem razão — constatei, tocando nele e percebendo que a pele de Naruto queimava sob minha palma. — Você está ardendo em febre e expelindo sangue, indício de hemorragia, você precisa sim de um médico. — tentei manter minha voz neutra e calma, apesar das circunstâncias.

Só que minhas mãos tremiam, mesmo depois de tudo, eu me importava com Naruto. Agora que me lembrei dele, eu não podia simplesmente apertar um botão e odiá-lo. Aos poucos minhas lembranças com Menma voltavam, como se um bloqueio houvesse sido quebrado e era impossível não ser grata a ele por tudo o que fez por mim, enquanto morávamos no orfanato. Eu me importava sim com Naruto. Minha razão duelava contra meu coração, só que eu sabia quem venceria. Não conseguiria odiá-lo, mesmo se quisesse.

— Só... — iniciou com dificuldade — Me deixe morrer, se a Hinata ficar a salvo. Não é pedir muito. — concluiu, tendo espasmos assustadores. Ele parecia não estar em seu juízo perfeito.

— Cala a boca. — revidei, desesperada. — Sasuke, se você não levá-lo ao médico ele vai morrer!

Sasuke, que por fora parecia calmo, discou um número no celular e o levou até a orelha. Sendo logo atendido.

— Ele está com hemorragia, você consegue? — foi dizendo a não sei quem... — Tudo bem, obrigado. — e finalizou a ligação. — Ela consegue.

— Quem consegue? — perguntei, já fula pela teimosia deles.

— A melhor médica que eu conheço e de quebra teremos um apoio, assim não haverá problemas caso Toneri nos ache. — informou, parecendo mais tranquilo. — Falta pouco, aguenta firme, Naruto. — com isso ele meteu o pé no acelerador do carro, dando uma guinada para a frente.

— Era isso que Toneri queria, quando ordenou que atirasse em mim. — e tossiu mais um pouco. — Ele queria te assustar, assim você me levaria ao hospital e ele te acharia longe da segurança dos seus conhecidos. Toneri não pode se expôr, não pessoalmente, ele precisava que eu baixasse a guarda e te atraísse, para finalmente poder te sequestrar sem levantar suspeitas. Talvez eu ficasse até para segundo plano, para mais tarde. Confie em mim, eu não preciso ir a um hospital, não se isso significa colocar um alvo brilhante na sua testa, Hinata.

— Dane-se, Naruto! — exclamei, injuriada. — Você acha que eu me importo com os planos desse louco? Se você morrer, como acha que eu me sentirei?

— Você não precisa se importar comigo, hime — protestou e eu estremeci, Menma costumava me chamar de hime. — Só que você sempre foi boa demais...

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