Reconciliação

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Quando acordei, estava na mesma cama que Sakura. Ela me olhava com seus grandes olhos verdes, enquanto permanecia deitada de lado. Estávamos de frente uma para a outra e vê-la foi reconfortante.

— O que aconteceu? — me ouvi dizer, minha voz soando estranha aos meus próprios ouvidos.

Era como se eu tivesse acordando de um longo pesadelo.

— Sua pressão caiu e Sasuke te trouxe para descansar, você estava muito abalada. — explicou com a rouquidão característica de quem acabava de acordar.

— Então não foi um sonho? — divaguei sonolenta.

— Infelizmente não, amiga. — foi sua resposta.

Assenti com lágrimas nos olhos e repassei minha conversa anterior com Sasuke. Mas logo me lembrei de Naruto e o desejo de saber se ele estava bem me assolou.

— Naruto tá bem? 

Ela ficou em silêncio, sua expressão neutra. Eu a conhecia, Sakura me escondia algo.

— Está? — insisti.

— Rin o operou e retirou a bala, mas Naruto está desacordado até então. Perdeu muito sangue e o ideal seria levá-lo a um hospital, onde terão mais equipamentos para tratá-lo. — falou de uma vez e mordeu o lábio preocupada com minha reação.

Não deu outra, levantei num pulo e senti a cabeça girar. Ficou tudo embaçado e vários pontinhos brilhantes apareceram diante dos meus olhos.

— Aí... — reclamei, tocando a cabeça.

— Calma, você não pode levantar tão rápido assim! — me repreendeu.

— Não importa — discordei e sai do quarto, indo em direção aos outros.

Eu precisava enfiar algum juízo na cabeça deles, não permitiria que Naruto morresse por minha causa.

— Hinata! — Sakura veio atrás de mim, só que eu fui andando.

Até encontrar os quatro em um cômodo que lembrava uma sala com apenas um sofá grande. Todos pareciam desolados e exaustos, principalmente Rin. Ela aparentava ter envelhecido uns cinco anos desde que a vi pela primeira vez.

— Levem Naruto ao hospital — ordenei enfática — Se ele morrer por minha causa jamais me perdoarei! — berrei, sentindo meus olhos arderem.

— Calma, Hinata — foi Obito quem falou — Naruto é forte, Rin fez todo o possível de acordo com nossas possibilidades aqui. Confie que ele ficará bem. — suas mãos estavam viradas com as palmas para mim, em um claro gesto de contenção.

— Eu não quero me acalmar... — murmurei — Quero vê-lo.

— Certo, eu te levo até ele — Rin levantou-se —, você pode vê-lo. Naruto só está dormindo, tudo vai ficar bem.

Assenti sem acreditar e a segui ao outro cômodo que servia de hospital improvisado. Encontrando Naruto pálido, deitado em uma maca, com vários aparelhos ligados ao corpo. Um lençol o cobria e ele parecia dormir calmamente, apesar dos lábios sem cor e da palidez de sua pele, antes tão dourada e reluzente. Faltava todo aquele brilho que emanava dele, e imediatamente eu senti um aperto no peito ao me lembrar do quanto Naruto estava lindo quando o vi no dia da entrevista. Foi como se um pedacinho de sol entrasse na cafeteria naquela manhã, eu só queria que Naruto acordasse e me dissesse que tudo ficaria bem. Estava disposta a perdoá-lo, só para ver sua luz brilhar mais uma vez. 

— Naruto... — sussurrei, pegando sua mão com cuidado.

Estava fria e de forma alguma lembrava o toque cálido que fez meu corpo queimar há algumas horas.

Destinos entrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora