Eu estava aflita e ansiosa, havia marcado entrevista com quatro pessoas em um café próximo de casa. Claro que não enfiaria desconhecidos no meu apartamento, pelo menos essa noção eu tinha.
Obviamente, Sakura não aceitou de bom grado minha decisão de dividir o apê. Ela ficou preocupadíssima que eu vivesse sob o mesmo teto de um serial killer. Saky só descansou um pouco quando eu garanti que, se meus entrevistados fossem muito loucos, eu desistiria da ideia e partiria para o plano B. Que consistia em dividir o apartamento com um amigo aleatório e confiável da Sakura. Friso aqui essa palavrinha, confiável aos olhos da minha amiga, né. Porque eu não confio em nenhum amigo dela, registrem nos autos.
Na realidade, como eu sou muito impulsiva, coloquei o anúncio no jornal sem comunicá-la. E, como o dinheiro da propaganda não seria estornado em hipótese alguma, decidi seguir em frente com às entrevistas e ver no que daria. Graças a Deus minha conjuntivite melhorou em alguns dias e eu pude espiar o mundo outra vez. Portanto, aqui estou eu, tamborilando as unhas na mesa da cafeteira, aguardando minha primeira entrevistada.
Sentia-me confiante, ou pelo menos esperançosa. Eu não queria dividir o apartamento com o amigo da Sakura, eu não me dei bem com nenhum que ela me apresentou até o presente momento. E já imaginava o pé no saco que seria morar com um homem, porque homens são homens, se é que me entendem. Eu queria uma garota, assim me sentiria mais à vontade. O problema é que Sakura não conhecia garota alguma, pelo menos não de confiança ou que ela considerasse uma amiga. Eu era única. De modo que minha opção de escolha era aceitar o amigo dela, que Sakura alegou ser correto, responsável e, acima de tudo, não era um tarado pervertido.
Eu, porém continuava reticente em dividir meu apartamento com um homem. Fosse ele certo da cabeça ou não, pior ainda pedir arrego e pegar um empréstimo. Eu não tinha muitas opções além de entregar o apê e ir morar com minha amiga. Enfim, mesmo selecionando mulheres para a entrevista, pedi antecedentes criminais e mais algumas coisas que julgava importante para a convivência. Só esperava que desse certo.
Qual é, eu não tinha amigas confiáveis, no máximo colegas. Aliás, Sakura era única na minha vida, assim com eu na dela. Por este motivo, era o êxito do anúncio ou eu seria despejada por não dar conta de pagar todas as despesas do apartamento. Era meu rabo que estava em jogo! Certo, sou um tanto dramática, eu não ficaria na rua da amargura porque Sakura me acolheria em seu pequeno apertamento alugado. A questão é que não quero retroceder, comprei o apê agora preciso quitar.
Olhei para a entrada da cafeteria e uma mulher linda de morrer chamou minha atenção. Ela ostentava cabelos loiros na altura da cintura, era alta, corpo escultural e mesmo de longe consegui distinguir a cor de seus olhos. Possuíam um tom pálido de lavanda.
Caraca, me apaixonei.
Não nesse sentido que devem ter imaginado, mas a garota era muito bonita mesmo. Do tipo que parava o trânsito e conseguia o que queria apenas por ser tão linda.
Eu a encarei, buscando confirmação de que ela era minha entrevistada. E, quando me viu, a garota levantou discretamente o jornal. Abri um sorriso e a observei se aproximar.
— Olá, você é a Hinata Hyuuga? — quis saber.
— Eu mesma e você é a Shion, certo?
— Isso, prazer Hinata. — respondeu com um sorriso no rosto.
— Senta, podemos tomar alguma coisa enquanto conversamos. — me ouvi dizer e Shion prontamente aceitou.
Pedimos dois capuccinos e passamos a tratar de negócios. Não demorou muito e fiquei sabendo que Shion havia se mudado há pouco tempo e estava morando em uma república de mulheres. Mas, não estava satisfeita com a bagunça, como fazia faculdade, era complicado manter a concentração com tantas meninas entrando e saíndo. Eu a considerei muito ponderada, responsável, por isso desisti dos antecedentes. Na real, fiquei meio acanhada quando ela me ofereceu, afirmando que jamais teve passagem na polícia. Assim sendo, após tirarmos todas as possíveis dúvidas de ambos os lados, nos despedimos. Pois eu teria mais algumas entrevistas naquele mesmo dia.
Fiquei de dar um parecer o quanto antes e, após um aperto de mão cordial, Shion se foi. Minha segunda entrevista não foi muito boa, na realidade foi apavorante. Minha selecionada comentou que o corpo do marido estava enterrado no quintal de sua casa e que de vez em quando ela falava com ele. Decidi nem pegar os antecedentes e inventar logo que daria uma resposta em breve. Apesar de relutar e me olhar com grandes olhos questionadores, Betina aceitou ir embora.
Para minha tristeza a terceira também não foi proveitosa e eu comecei a achar que minha solução seria a Shion. A mais sensata de todas as garotas que entrevistei até agora. Quando ele entrou na cafeteria. Quando digo ele, eu quero dar ênfase que era um homem.
Era de fato um homem.
E que homem!
Alto, loiro, cabelo baixinho estilo recruta, impondo-lhe um quê de masculinidade. Barba por fazer, olhos muito azuis, do tipo cristalinos, queixo quadrado e porte de modelo. O tal cara vestia um terno escuro, camisa branca sem gravata e, pasmem, segurava um jornal nas mãos.
Epa, ele era um homem! Ué, buguei.
Eu havia informado que estaria sentada com um jornal na mesa, para dar indício de que seria eu. Não quis informar detalhes sobre minha aparência e nem vestimenta. Pois, se considerasse a pessoa louca demais, eu nem insistiria em entrevistá-la. Apenas esconderia o jornal e faria a egípcia. Esses foram os termos para que Sakura me permitisse ao menos tentar fazer dar certo. Vejam bem, com uma inquilina mulher. Não obstante, eu sequer tive chances de me mover, estava hipnotizada pela imagem do deus grego que jazia na minha frente.
Quando ele focou os olhos nos meus, eu senti tudo dentro de mim se agitar, feito um refrigerante que acabara de ser chacoalhado. Eu borbulhava. Ele era muito bonito. Inclusive, por um instante, pensei que o desconhecido combinava com Shion no quesito aparência. Loiros e lindos de morrer, formariam um daqueles casais padrão digno de fotos no instagram.
— Hinata Hyuuga? — meu nome soou sugestivo em seus lábios carnudos e eu só consegui sacudir a cabeça em confirmação.
Minha baba devia estar escorrendo no queixo, que com certeza já encostava no chão a essa altura do campeonato.
Caraca, de onde esse homem saiu?
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Como eu imaginei o look do Naruto 👇🏻
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Destinos entrelaçados
FanfictionHinata comprou um apartamento para garantir um teto sobre a cabeça; porém, ao perder o emprego como fotógrafa na mesma semana em que fechou o contrato, já não podia sustentar o luxo. Foi aí que teve a brilhante ideia, dividir às despesas com alguém...