Succubus

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Desde a minha infância me foi ensinado que masturbação e sexo eram pecados hediondos, e o castigo para aqueles que cometessem a luxúria, seria a condenação para o perpétuo inferno. Me diziam que relações sexuais só deveriam ser feitas após o casamento e apenas  para fins de reprodução.
Tive uma vida sexual totalmente reprimida, nunca havia nem beijado na boca, pelo fato de tudo que me foi imposto.
Numa noite, estava demasiadamente cansada e portanto, não demorei até adormecer.
Eu estava no universo dimensional dos sonhos...
O sol irradiava o imenso jardim ao qual eu me encontrava... Lá havia todos os tipos de flores e plantas que o homem poderia imaginar e haviam árvores de porte pequeno. O cheiro das rosas emanavam profundamente em minhas narinas, me deixando encantada. Até que após alguns minutos, uma mulher aparece... Sua aparência era tão bela que parecia até uma divindade. Ela tinha uma alta estatura, pele pálida, cabelos longos e pretos e seus olhos possuíam a tonalidade esmeralda, e a misteriosa mulher encontrava-se nua, segurando em sua mão uma orquídea negra. Ela sorri e diz, com uma voz tão doce e suave:
- Esse belo jardim, assemelhasse ao paraíso não é?
- Sim. Que lugar é esse ?
- Para quê saber se você simplesmente pode desfrutar à vontade ?
- Você mora aqui ?
- Não, estou de passagem.
- Qual o seu nome ?
- Você faz tanta perguntas, Laura, venha, vamos aproveitar esse local paradisíaco.
Fiquei confusa pelo fato daquela mulher saber meu nome, aparentemente ela sabia de tudo, entretanto, sem escolha decidi segui-lá.
Chegamos a um local onde estava repleto de rosas vermelhas, cujas quais tinha um brilho tão demasiado que poderiam ser consideradas realmente uma obra divina.
A misteriosa mulher, aproximou-se de mim e murmurou em meu ouvido:
- Entregue-se ao prazer da carne...
Eu tive medo, era errado e não poderia fazer aquilo, e além disso somos duas mulheres, então, simplesmente a abandonei e tentei fugir. No entanto, ela segurou em meu braço e disse suavemente:
- Não tenha medo, apenas confie em mim, ninguém irá descobrir, este segredinho será guardado e você não irá se arrepender.
Isso era loucura, eu nem sabia o nome daquela mulher e o prazer da luxúria é pecado. Porém, no fundo eu me senti atraída por ela e queria deixá-la desfrutar de meu corpo.
- Não.
- Feche os olhos, confie em mim, prometo que não irá doer... Deixe-me ser a primeira a desbravar os labirintos de seu corpo.
O desejo falou mais alto e aquilo era só um sonho, então me permiti sentir isso...
Fechei meus olhos e senti seus quentes e intensos lábios tocarem os meus. Nossas línguas dançavam em um ritmo singelo... As partículas de meu corpo pareciam que iriam entrar em chamas. Ela me despiu e cada parte do meu corpo era tocada pelos seus dedos e sua boca quente. Eu só conseguia pensar em quão maravilhoso aquilo estava e meu desejo era que durasse para sempre. Meu corpo estava em total êxtase e submissão a ela... Meus gemidos eram intercalados por sua boca. Fizemos amor pelos campos, incansávelmente.
Até que acordei e aquele sonho parecia ter sido tão real... Me sentia como se minhas energias tivessem sido sugadas... Tive um sentimento de me sentir tão suja por ter cometido a luxúria em meus sonhos, desesperadamente chorei e clamei por perdão.
Contudo, tudo isso estava longe de ser encerrado.
A mulher pecadora, me visitava todas as noites e sempre fazíamos amor, e como sempre me sentia esgotada e culpada, às vezes, não tinha energia para sair de minha cama.
Porém, queria encontrar ela sempre em meus sonhos, jamais queria deixar de sentir todo aquele prazer, mesmo sabendo que era errado...
Até que numa noite, tive insônia, mesmo estando exausta... Por horas, me revirava, escutava músicas calmas, mas, tudo era inútil.
Comecei a escutar rangidos, cuja origem era desconhecida... Sentia uma presença ali, mesmo não vendo ninguém... Calafrios invadiram intensamente minha pele. Até que sinto meu corpo pesado. Então, após alguns segundos, a mulher dos meus sonhos aparece encima de mim, com um fúnebre e penetrante olhar, e um sorriso psicótico, senti-me incapaz de falar sequer uma palavra. O que diabos era aquilo? Era um sonho lúcido ? Paralisia do sono? Alucinação? Questionei mentalmente.
Até que formaram-se chifres, uma calda, garras de suas mãos, presas de seus dentes e enormes asas negras de suas costas.
- Você me alimentou tanto e só tenho a agradecer, seu desejo intenso de me ver me trouxe até aqui, sua pequena pecadora pervertida, agora irei sugar sua energia vital para minha força se intensificar.
Senti suas presas invadindo minha carne de forma violenta e impiedosa, ela alimentava-se de minhas entranhas como um predador cruel e faminto.
Até que suas últimas palavras foram:
- Eu sou um demônio, e sua alma será eternamente minha. Ficaremos juntas para sempre no inferno.

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