-Eu tenho uma coisa para te contar que voce não vai gostar!- disse o pai de May à sua esposa.
Depois de um passeio a uma pequena cidade do interior da Bahia, May e sua família estavam de volta a São Paulo. A cada 3 anos, eles faziam essa pequena visita, já que os pais da garota haviam nascido lá.
- O que foi agora? - disse impacientemente Marcela, a mãe de May.
-Eu fui demitido!! - disse Eduardo.
-Você queria isso, não é? Já vinha discutindo com seu gerente a meses. Porque voce é tão irresponsável? Temos filhos, sabia?
Durante anos, Eduardo tinha em mente a ideia de voltar para a "roça". A fome e as necessidades que passou na infância o fez sair de lá , e não se sabe o por que ele resolveu voltar.
- Podemos voltar para o interior, toda nossa família está lá!!
Sabendo que sua mulher não o apoiava, Eduardo resolveu jogar sujo. Dirigindo a palavra aos seus dois filhos durante o jantar, ele prometeu que todo o dinheiro ganho na roça seria dividido entre a família.
May, que é a mais nova, teve em seu pensamento a liberdade que tinha toda vez que passeavam naquela cidadezinha. Sua inocência não a deixava ver que existe uma diferença enorme entre passear e morar em um determinado lugar!
Seu irmão focou em outra coisa. Quatro anos mais velho que a garota, viu na promessa da divisão a chance de ter o que, até ali, não tinha. Videogame, computador e um gameboy estavam na sua lista.
Eduardo, que trabalhava como chapeiro, parecia cansado de vender horas da sua vida a uma empresa, esquecendo as dificuldades que passara no interior, e omitindo o fato de que era responsável por mais 3 vidas, tomou a decisão precipitadamente.
- Se ela não quiser ir, deixamos ela aqui! - disse May.
Com o apoio de seus dois filhos, a decisão tomou o rumo pretendido por Eduardo: Iriam todos se mudar para o interior!!
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Entre o céu e o inferno
RomanceMay é uma garota que foi levada da cidade grande para uma cidade do interior, ao qual ela chama "roça da roça ". Entre seus pensamentos niilista e de suicídio, ela encontra alguns amigos que a ajudam a superar a barra. Mas será que todos que dizem s...