Os primeiros dias de aula, como em todos os outros, era marcado por descobrir a sala, se apresentar aos colegas e conhecer os professores. May não caiu na mesma sala que Marcelo, mas com muita insistência, conseguiu, junto a diretora, mudar de sala. Com o tempo, passou a ser muito conhecida pela mesma, já que quase todos os dias a garota era enviada para a diretoria, seja por conversas paralelas durante a aula, seja por cabular aulas. May, durante os primeiros dias, em que Marcelo estava mais quieto que o de costume, sentou-se com o pessoal do "fundão". Esses eram responsáveis pela maioria das piadas durante as aulas.
May e Marcelo percorriam sempre as outras salas quando cabulavam ou durante o intervalo entre aulas. May interessada nos garotos, Marcelo nas garotas. Sempre escolhiam alvos que andassem juntos, pois se tornava mais fácil puxar a conversa se os dois estivessem juntos: Um cobria a ausencia do outro, evitando aquele silencio constrangedor.
Passeando pelas classes, May e Marcelo encontraram seus novos alvos. O garoto alvo de May era alto, devia ter seus 15 ou 16 anos, de pele morena, porte atlético, estava sempre rindo e perturbando os garotos mais novos, além de estar rodeado de meninas. Parecia popular, mas isso não assustava a garota. Ela queria o garoto e o teria. Marcelo, se aproveitando da determinação da garota, a incentivou a ir falar com o garoto. Desse modo, ele poderia se aproximar das garotas próximas ao alvo de sua amiga, tendo um motivo perfeito. A garota que Marcelo escolhera era baixa, pele clara, longos cabelos longos e seios medianos. A parte que Marcelo mais desejava eram os seios da garota. Ele era vidrado em seios, enquanto May sempre preferiu, nos garotos, o rosto. A beleza facial para ela era mais importante que peitoral ou abdomen definido.
Foram ao encalço das vitimas. May se aproxima do garoto, o chama em um canto, dizendo que tem um recado de uma amiga. Enquanto isso, Marcelo puxa conversa com as garotas que rodeavam o alvo de May.
- Então, quem é essa amiga que mandou recados em vez de vir da-los? - Pergunta o alvo de May
- Não tem amiga! Eu é que quero falar contigo. A amiga foi só uma desculpa para te tirar do meio das piriguetes!
- Garota esperta! O que voce quer comigo então?
May exitou. Parece óbvio, para voce leitor, as intenções da garota. Para ela também. Mas nesse momento, sempre bate o medo da rejeição. Mesmo sendo uma coisa comum na vida, ninguém, absolutamente ninguém, gosta de ser rejeitado. May já estava acostumada com a falta de vergonha de Marcelo, mas não tinha internalizado isso ainda. Ela achava ter uma reputação a manter. Usava aquele personagem que fizeram dela, de maluca, sem medo, mesmo não sendo assim. Suspirou. Pensou em uma desculpa. Como não encontrou, foi direta:
- Eu quero ficar com você!
-Beleza então, quando?
-No intervalo! - Responde May
- Ok!
Tinha sido fácil. Fácil até de mais. Mas do que ela estava reclamando? Seria pior ter inventado qualquer desculpa e sumido do local, e ficar sem saber se teria rolado ou não. May sorriu e foi em direção a Marcelo. Ele beijava uma das garotas. Quando finalmente terminou, ela o arrastou de volta a sala.
- Olha, eu tenho que te dizer: Uma daquelas garotas é afim do cara que voce quer pegar, e ela disse que contaria para a diretora se visse voces juntos! - Contou Marcelo
- Deixa ela vir, eu estou pronta!!!
No intervalo, May foi atrás da sua vitima. Acompanhada do Marcelo, foi parada pouco antes da entrada da sala por um grupo de 3 garotas.
- Voce não vai passar daqui!! - Diz uma delas
- Quem vai me impedir? Voce e essas 2 putas?? - Respondeu May
- Eu sei com quem voce quer ficar, mas ele é meu!!!! - Diz a garota avançando com as outras duas em direção a May.
Marcelo se intromete e empurra uma das garotas, que cai com toda a força no chão:
- 3 contra 1? Não me parece justo! Ou voces se resolvem sozinha, ou eu mesmo quebro a cara de voces!!!
Os outros estudantes começam a gritar e ficam envolta dos 5 brigões. A briga será 1 contra 1. May torce para que alguém separe a briga. Ela odiava isso. O único motivo para manter a pose de valentona e maluca era justamente para que ninguém mexesse com ela. A briga começa. A outra garota segura May pelos cabelos. May crava as unhas na cara da garota e diz:
- Já que voce quer tanto beija-lo, vamos ver se consegue fazer isso sem dentes!!!
A garota derruba May, que faz de tudo para tentar levantar a oponente em cima dela. Sua oponente senta em sua barriga e começa a dar-lhe tapas no rosto. May, cheia de ódio, revida com socos. A briga acaba com a intromissão da diretora:
- As duas para a diretoria! AGORA!!!
Já na direção, May tenta se explicar. Sua oponente se defende dizendo que May sempre passa por aquele corredor, zombando de todos. May teria zombado dela e por isso a briga começou. Com suas idas e vindas à diretoria, a diretora acreditou na oponente de May! A garota foi liberada e May recebeu uma suspenção:
- Da próxima vez que voce brigar no colégio, vai receber uma expulsão! Estamos de acordo mocinha?
May se levanta sem responder. Ao passar pela porta da diretoria, ela grita:
- FODA-SE!!!!
Em seguida corre para a sala. Não olhou para trás, não se importava em saber se a diretoria saiu para pega-la ou não. Passou o resto da jornada escolar na sala. Seriam 3 longos dias em casa por conta da suspensão. Ao menos a diretora não prorrogou por conta da sua pequena palavra ao sair da sala.
Na saída do colégio, May é surpreendida novamente pela diretora:
- May, alguns alunos me disseram que não foi voce quem começou a briga. Por isso, esqueça a suspensão. Mas espero que isso não aconteça de novo! Estamos entendidas?
May olha para Marcelo , que sorri:
- Se quiser me agradecer, eu aceito. Mas o seu crush também estava lá!!
Os dois vão até a praça. Marcelo compra algumas cervejas e os dois ficam olhando os onibus escolares cheios de alunos voltando para a zona rural...
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Entre o céu e o inferno
Storie d'amoreMay é uma garota que foi levada da cidade grande para uma cidade do interior, ao qual ela chama "roça da roça ". Entre seus pensamentos niilista e de suicídio, ela encontra alguns amigos que a ajudam a superar a barra. Mas será que todos que dizem s...