o homem de jaqueta preta

663 63 70
                                    

Seokjin.

Faltavam apenas algumas caixas á serem depositadas no meu carro e eu finalmente estaria pronto para me mudar. Seria uma longa e cansativa mudança após a morte de minha irmã Lisa, e eu já não via necessidade de morar na cidade, tirando outras coisas que estavam acontecendo fora do ''normal'' na minha casa.

Uma delas era quando eu voltava para casa vindo do supermercado ou festas e sempre encontrava mensagens como ameaças e afins. Eu pensava que era alguma peça dos meus amigos, mas após alguns questionamentos e fortes pescotapas direcionado aos mesmos me dei conta de que eles realmente não tinham nada haver com isso.

Contudo, eu estava exausto dessas situações diárias e me decidi isolar. Agora irei morar na antiga casa da minha avó localizada em meio a floresta, que por direito permaneceu a mim como herança há muito tempo.

 Agora irei morar na antiga casa da minha avó localizada em meio a floresta, que por direito permaneceu a mim como herança há muito tempo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Após duas horas de viagem meu carro já estava completamente sujo pela terra avermelha do local. Haviam vários buracos que possivelmente tenha estourado o pneu, mas eu não via motivos para voltar à cidade tão rápido, então não optei por trocar ou me preocupar com este.

Logo ao lado da minha casa encontrava-se uma outra moradia pequena, possivelmente algum senhor de idade deveria morar ali, ou algo do gênero, a casa não parecia (e nem era) uma das mais modernas. 

Ao adentrar no meu "novo" lar que por direito permaneceu a mim como herança há muito tempo pude ver retratos meus quando criança, um dos retratos mostrava eu segurando Lisa no colo estava em destaque entre os outros. Mesmo aquilo partindo meu coração em pedaços eu sentia muita saudade da época de quando éramos crianças, quando brincávamos com barro nas panelas enferrujadas da vovó e saímos correndo quando o vovô vinha nos repreender. A gente realmente era feliz naquele tempo.

Passo meus dedos em um dos móveis com poeira pegando o porta joias da vovó, este que não carregava joias, e sim, a felicidade de seus amados netos e os doces da avó que amávamos incondicionalmente. Sem perceber uma lágrimas escorre pelo meu rosto, mas não era lágrimas de tristeza, e sim da saudade enorme que eu sentia daquela alegre e preciosa época, onde nossa única obrigação era saltitar feliz no campo e comer guloseimas deliciosas sem nenhuma preocupação.

Eu, obviamente curioso, não me impedi de abrir o porta joias e ver o conteúdo que havia dentro.

Para a minha infelicidade, não haviam doces quando abri, não havia mais nada além de um pedacinho de papel virado.  Quando o viro para o lado correto tive a torturante visão de ver uma foto de Lisa quando criança, mas essa foto não estava exatamente do jeito que foi tirada. Na foto, se encontrava alguns rabiscos parecidos com o desenho de uma forca, como se a mesma estivesse pronta para ser morta.

Como alguém teria coragem de colocar essa coisa bizarra na foto? Ainda mais na casa da vovó. Eu estava totalmente exausto de ser aterrorizado por todas aquelas coisas macabras e um tanto estranhas. A morte de Lisa apesar de nunca ser solucionada deixa qualquer um intrigado e completamente horrorizado. Ela morreu em um incêndio, e logo após o fogo da casa abaixar pode-se ter a visão do corpo da garota queimado em chamas pendurado sobre o teto da sala com uma corda envolvida em seu pescoço.

O tanto de lágrimas que caíram dos meus olhos escuros naquele dia eram agonizantes e carregadas de medo e angústia. Eu só soube chorar durante semanas. Em meus olhos podiam ser enxergadas facilmente olheiras escuras e bolsas d'água. Minha família nunca morria de causas ''naturais'', sempre eram causas incomuns, inexplicáveis, sinistras e brutais. Ás vezes me pego pensando de que jeito eu iria morrer.

Rasgo a foto de Lisa com o desenho feito e o jogo no chão sujo da casa afastando as lembranças ruins.  Eu estava me sentindo sufocado e a poeira daquele lugar não ajudava em nada a minha rinite. Resolvo então ir tomar um ar.

Abro a porta e respiro o ar fresco, não me lembrava de como aspirar o cheiro de terra molhada e folhas secas de pinheiro eram boas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Abro a porta e respiro o ar fresco, não me lembrava de como aspirar o cheiro de terra molhada e folhas secas de pinheiro eram boas. Olhando o horizonte me deparo com um homem de jaqueta preta levando aparentemente o lixo para fora. Achei isso um tanto estranho, já que nesta área não passava sequer um caminhão de lixo. Apenas na avenida à uns dois quilômetros. Esse fato me decepcionou um pouco, já odeio levar o lixo imagina ter que levar um monte de sacolas á dois quilômetros de casa? Minha pobre coluna chora.

O homem de preto me olha e acena com a cabeça, e por eu estar imerso pensando na situação do lixo acabo levando um breve susto, e por impulso desvio o olhar para o lago próximo da moradia.

'' Quem será o homem de jaqueta preta? ''  — Murmurei com os lábios semicerrados.

fear of feelings | NAMJINOnde histórias criam vida. Descubra agora