Capítulo 9 - Respira Alex!

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Alguém por favor cata os pedaços do meu coração? Porque ele ficou despedaçado ao ver minha pequena sentada naquela sala tendo que reviver aquela noite. Tentando lembrar o máximo de detalhes, mas tudo que tinha eram fleches, sensações, cheiros e medo.

- Ok, já deu por hoje Alex. Kara já falou tudo que sabe. Chega disso. Lena foi em defesa da loirinha que esfregava a testa que latejava.

- Tudo bem, só mais uma coisa e libero vocês ok? Disse Alex ligando a TV. - É a gravação da rua e precisso que você olhe tudo com atenção Kara.

- Tá bom... Suspirou e encarou a TV. Lena, Braini e até Samantha, chegaram mais próximo a TV observando a tudo... Kara viu o momento em que saiu pela rua e logo e foi seguida por um homem. Viu quando ele a puxou para o canto, levando a mão instintivamente ao braço revivendo o momento... Viu quando, minutos depois, o homem pegou sua bolça e a jogou na caçamba de lixo... Viu quando ele entrou com ela no táxi e saiu... viu sua paz sendo tirada dela... viu o momento em que sua vida foi tirada dela. Sim, existem mais de uma forma de morrer...

- Infelizmente não há como ver o rosto do agressor, mas temos a placa do táxi e já estamos trabalhando nisso. Nós vamos pegar ele Kara, isso é um fato. Alex segurou sua mão e fez a loirinha olhar para ela. - Por hora, peço que você fique atenta a qualquer coisa que possa lembrar daquela noite, qualquer coisa mesmo. Ok?!

- Nos mantenha informados sobre qualquer progresso Alex, por favor.

- Não se preocupe Lena, estamos com os melhores agentes trabalhando no caso.

Ao atender o telefone que tocava estridente em cima de sua mesa, Alex abriu um sorriso enorme ao ouvir as informações que lhe foram passadas...

- Ok, ok! Já entendei! Pegamos o motorista! Avisou aos presentes assim que encerrou a ligação. - Estou indo agora mesmo interroga-lo. Disse juntando as pastas e os documentos que estavam na mesa.

- Eu vou com você, e pode deixar Lena, serei gentil. Samantha piscou para Lena que sorriu em resposta. A morena sabia como a amiga podia ser... gentil.

Os agentes saíram, sendo seguidos de perto pela advogada, deixando Lena e Kara na porta da delegacia morrendo de curiosidades por novas informações.

- Obrigada.

- Pelo que?

- Como pelo que Lena? Olha tudo que você está fazendo. Não sei como seria sem você, sem seu apoio... A loirinha abaixou a cabeça.

- Hey! Amigos são pra essas coisas Kara! Você é rabugenta mas eu te amo. Zombou Lena fazendo a outra rir e deixar um tapinha em seu braço.

- Kara Denvers! Chamou a recepcionista.

- Eu tenho uns documentos pra assinar na empresa, tudo bem se eu for e pedir o motorista pra te levar pra casa depois da consulta? Quis saber Lena ao se levantarem.

- Tudo bem, eu posso ir pra casa sozinha Lena.

- Nem pensar. Ele vai estar te esperando lá fora. Até mais tarde rabugenta.

- Atá mais maniaca da almofada.

Meu pobre coração gay não aguenta quando minha diabinha fica assim, toda protetora...

- Boa tarde Nia! O que temos pra hoje?

- Boa tarde Lena! Como a Kara esta? Braini não me conta nada! Nem casamos ainda e já quero o divórcio... Falou uma Nia emburrada seguindo Lena pelo corredor.

- Kara é forte, está encarando tudo de frente! Tenho muito orgulho dela.

- Huuuum....

- O que? Fala logo! Eu conheço essa cara Nia.

- Nada não rainha do Nilo.

- Não crie teorias nessa sua cabecinha de vento... Ia falando Lena quando abriu a porta da sala de reuniões e deu de cara com seu irmão sentado todo empertigado na cabeceira da mesa.

- Olá irmãzinha! Senti saudades!

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- Olá Kara! Sente-se, fique a vontade!

- Obrigada Dra....

- Delphine, pode me chamar de Delphine. Deixe isso de Dra. para quem tem doutorado. Disse piscando para a loirinha que não conteve o sorriso. - Em que posso ser útil minha cara? Aceita um chocolate?

É, aquilo poderia ser muito melhor do que Kara poderia imaginar. Delphine era divertida e a deixava muito a vontade. Conversaram sobre sua infância, em como foi difícil perder o pai e doloroso quando a mãe soube de sua orientação sexual. Ela não aceitava a filha ser "daquele jeito". Alura era uma mulher religiosa e defensora da "moral e dos bons costumes". A quantidade de diplomas disputava com o tamanho de sua ignorância.

Kara saiu de lá tão bem, leve... Precisava contar a Lena como tinha sido a consulta.

- Hey Hércules! Onde a Lena costuma comer?

- Bom senhorita, a senhorita Lena varia bastante, mas... Com certeza comida japonesa.

- Ótimo! Aposto que ela não comeu nada ainda. Que tal darmos uma passada no japa e levar o almoço pra ela na empresa? Falou baixo ao se aproximar do motorista que retribuiu com um olhar cúmplice a olhando pelo retrovisor.

- Já sei até onde ir!

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- Com o retrato falado do agressor vai ser fácil pegar o filho da puta! Comemorou Samantha, fazendo Alex sorrir triunfante.

- Agora é só jogar no banco de dados e voilá! Teremos um nome para colocar na lápde.

- Achei minha alma gêmea a muito perdida! Alex riu sem graça ao ouvir a outra, abaixando a cabeça enquanto coçava a nuca. - Nem parece aquela detetive que, a pouco minutos atrás, fez o pobre taxista mijar nas calças de medo. Zombou da outra.

- Cuidado senhorita Arias, posso te prender por desacato.

- É pra ficar preocupada, ou com tesão? Fiquei confusa te imaginando me algemando...

- Tchau Samantha.

- Obrigada pela carona detetive. Agradeceu dando um beijinho na bochecha da outra antes de sair do carro rindo.

- Respira Alex, só respiraaaaaaa!!!!

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