forty four

186 11 0
                                    

... Los Angeles, segunda feira, 5 de dezembro de 2013, são 6:15 da manhã 66,2 ° F, não esqueçam seus casacos no dia nublado de hoje...

Eu acordo e olho a janela, o dia está cinza como tem sido os últimos dias aqui. Tenho que tomar um banho rápido e me arrumar logo pois tenho que estar no aeroporto antes das oito.

Eu me visto com uma calça jeans clara, uma camisa xadrez preta e branca, prendo meu cabelo num laço de fita como tenho usado nesses últimos dias e coloco um all star branco e a minha conhecida jaqueta de couro.

Tudo parecia perfeito, mala arrumada, passagens e passaporte na mão, Petúnia na bolsa de transporte de gatos. Eu saio do apartamento com o coração apertado de emoção. Fazia muito tempo que eu não voltava para Inglaterra e hoje mesmo depois de 10 horas de viagens logo eu estaria em casa. E sai em direção ao aeroporto.

As sete e meia eu e Lisa já estávamos no aeroporto e já tinhamos feito check-in.

— Última chamada do voo UA930 para Londres oito horas. — Alto falantes chamavam para entrar no avião.

— É o nosso vôo — Lisa dizia se levantando da cadeira onde estava em direção ao portão onde estavam chamando.

— Preparada para dez horas de vôo? — sorrio e pego a bolsa com Petúnia.

— Estou sempre pronta "my sunshine" — Lisa ironizou.

Dormimos, acordamos, jogamos, comemos, dormimos de novo, no ar a gente não tem noção de que horas sao, principalmente quando trocam os fuso horários, então Lisa e eu estávamos dormindo como anjos quando escutamos a tripulação avisar que estávamos na cidade de Londres.

— Bem vindos ao aeroporto de Heathrow na cidade de Londres, Inglaterra. Informamos que no horário local são 00:55am. Esperamos que tenham tido boa viagem, obrigada por viajar com a United Arlines.

Estou sentido dores em cada parte do meu corpo. Vocês já dormiram em avião? Ou pelo menos passaram dez horas viajando? É isso que acontece. O avião acendeu as luzes e eu ainda demoro um pouco para acostumar com os olhos, então imediatamente levo as mãos a frente do rosto e em seguida coço os olhos na tentativa de despertar. Me ajeito na poltrona e me viro para Lisa que estava resmungando algo sobre dor no corpo e eu não evito soltar uma risada.

— Que foi? A Inglaterra me pareceu bem longe. — Lisa me olhava ainda com os olhos estreitos.

— E é — rio — acho que é a primeira vez que eu a vejo acordar de mal humor Lisa Owens.

— O que te deu na cabeça para sair daqui e atravessar o estados unidos para viver na Califórnia? — Lisa pegava sua mochila e se preparava para levantar.

— O que deu na cabeça do meu pai de sair da Inglaterra e ir viver com a minha mãe no Estados Unidos né, e minha mãe de ainda assim querer voltar pra Inglaterra e viver aqui. — Dou de ombros.

— Homem faz cada coisa por mulher né. Vamos sair desse avião que eu tô morrendo de fome, quero comida decente. — Lisa disse se levantando e seguindo o corredor para a saída.

— Achei que você ia chegar cheia de disposição e ia querer ir num pub autêntico inglês. — Desafiei Lisa

— Você tá falando sério? Quer ir num pub hoje ? — Lisa estava estática olhando pra mim.

— Bem vinda a vida noturna de Londres — dou uma gargalhada.

— Maddie nós mal chegamos e você já está com sotaque britânico. Que loucura é essa ? nem Turner tem esse acento mais. — Lisa soltou e depois levou a mão a boca visivelmente arrependida

— Será que é possível estarmos na Inglaterra sem falar de Turner?
— eu perguntava idgnada enquanto entravamos no típico táxi preto da cidade de Londres.

Para minha infelicidade ou talvez felicidade os deuses do destino conspiravam contra mim, e sim, aparentemente não era possível pisar na Inglaterra sem falar de Turner nem Arctic Monkeys. E a garota da rádio anuncia isso.

Para começar a madrugada fria de Londres deixamos vocês com o clássico dos garotos de Sheffield que estarão no próximo festival de Glastonbury. 505 do arctic monkeys.

Então o compasso marcado da música e a guitarra suave iniciam em seguida a voz melódica de Alex que eu esperava não ouvir mais por um bom tempo começa a ecoar no interior do táxi. Eu sinto que Lisa está me olhando esperando uma reação e eu involuntariamente prendi a respiração e olhava para o teto do carro na esperança de não chorar de novo.
O que só dura até a ponte da música quando Alex aumenta o tom de grave no trecho.

But I crumble completely when you cry

It seems like once again you've had to greet me with goodbye

I'm always just about to go and spoil the surprise

Take my hands off of your eyes too soon

A voz de Alex entra em minha cabeça como se ele tivesse falando tudo aquilo para mim. É como se fizesse todo o sentido na letra da música. E a tensão é tão palpável que posso sentir o toque de Alex em mim. Meu corpo se arrepia por completo em resposta, e eu agradeço pelo taxista estar super concentrado no trajeto até o hotel. Lisa repara minha angustia, se aproxima, segura minha mão e sorri. Aquele sorriso que consola, daqueles que não é preciso falar nada. Eu sorrio de volta, respiro fundo e volto a olhar as luzes de Londres refletidas no rio Tâmisa, que passava ao lado da minha janela.

Depois do clima de tensão e choro, no táxi onde até o taxista muito amável perguntou se tinha acontecido algo. Eu decido mostrar para Lisa algumas atrações turísticas de Londres antes de chegarmos ao hotel. Que estava a algumas quadras.

— Ola, temos reservas no nome de Maddison Sofia Hughes e Lisa Owens — Eu estou parada no balcão do hall do Hotel conversando com a recepcionista.

— Bom noite senhoritas, quer dizer, bom dia, sejam bem vindas ao Westpoint hotel. Aqui estão suas chaves. Aproveitem a estadia. — a garota de cabelos castanhos na altura dos ombros e olhos verdes com no máximo 20 anos nos entrega as chaves sorridente.

THE RED LINE Onde histórias criam vida. Descubra agora