twenty four

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Como combinamos passamos em uma Target e compramos sorvetes, algumas máscaras de pele e batatas fritas, voltamos para o táxi e nos dirigimos para casa.

Lisa está com uma camisa minha do Strokes preta com o símbolo azul e uma calcinha box sentada no meu sofá de pernas cruzadas, enquanto Hanna está com um pijama meu que consistia em camisa branca e short rosa com estampa de gatinhos, provavelmente alguma herança que eu trouxe de Sheffield por não me lembrar de quanto tempo não uso, e pela estampa de um nível total adolescente, a tv estava ligada no canal da MTv apenas para fazer o som ambiente.

— Não teve mais notícias do Alex? — Hanna pergunta despreocupada enquanto come seu sorvete.

Eu estou sentada no carpete felpudo que tinha no chão depois de colocar meu celular para carregar em cima do balcão estilo ilha que divide a cozinha da sala.

— Não, porque eu teria? — levanto a cabeça e respondo tentando parecer desinteressada.

— Maddison, até quando você vai ficar levando esse joguinho de não quero saber dele, eu vejo nos seus olhos que você ainda gosta dele, e não é por ele ser o Alex Turner. É por que você nunca deixou de gostar. — Lisa advertia como uma mãe protetora.

— Vamos supor que eu tenha algum sentimento por Alex, ou seja, mesmo que não como casal, Alex foi muito meu amigo acima de tudo. Eu não deixaria ele passar por algo ruim ou coisa do tipo, só que eu também não tenho mais 17 anos, não tenho mais tempo para ficar me aventurando em paixonites. — respondo pegando a colher de sorvete da mão de Hanna enquanto passava algum vídeo clip na tv.

— Maddie eu entendo o seu lado do medo de se aventurar e não dar certo pelo que passou com Thomas, mas também não entendo por que não dar uma chance ? Ou seja, você também não é tão velha assim. — A voz de Hanna é doce e eu adoro isso, parece um anjinho que sempre tem um bom conselho para dar.

Eu sorrio com o comentário. E me lembro de Megan minha melhor amiga de quando vivia em Sheffield, morena de olhos verdes, e super amável, sempre me dava conselhos, uns não tão bons mas ainda assim era leal e verdadeira e sei que faria qualquer coisa por mim.

La fora o céu brilha em tons de roxo e branco como flashs de máquina fotográficas ensinuando que ia chover uma dessas chuvas torrenciais que raramente se vê em Los Angeles.

Me levanto e vejo Petúnia sentada na cadeira da varanda observando o céu. A pego no colo e carrego no colo para dentro de casa, e fecho a porta de vidro que divide a sala da sacada. Antes de soltar tunia acaricio seu pelo até as costas, a gata ronrona e eu sorrio feliz, e agradeço por estar em casa rodeada de pessoas que amo.

Vou até o meu celular que tem um consideravel número mensagens de um número desconhecido.

+1 213 1637 163
Ei, tá aí ?

Na tela da tv começa alguma sessão de videoclipes Indie e Lisa e Hanna já estão dormindo o sono dos anjos. Aceito. Já não temos idades para festinha do pijama.
Alguns cigarros estão espalhados pela mesa de centro. E potes de sorvete abertos que eu decido fechar e guardar na geladeira antes que não sobre nada.

Pego meu Celular no balcão e resolvo subir pro meu quarto.

+1 213 1637 163
onde voce tá ?
Quero te ver.
Porque não me responde ?

Um calafrio sobe meu corpo, quem está tentando contato comigo? Sim, confesso que depois do episódio de Tom estou mais desconfiada de qualquer coisa. Atenta a qualquer suspeita. Mas eu estava mais interessada em saber quem era. Nas mensagens não parecia que a pessoa queria meu mal.

La fora a chuva demonstrava todo o poder da natureza, era bem barulhenta e com o todo o espetáculo de raios e trovões que podia oferecer. Ligo a essência de lavanda no meu quarto e quando já estava me preparando para dormir recebo mais mensagens. Isso me deixa inquieta.

+1 213 1637 163
me manda uma mensagem para eu saber que voce está bem.

+1 213 1637 163
Estou aqui fora.

Merda!

Quem está fora da minha casa? Desço as escadas correndo e vou até a sacada da sala. Com certa dificuldade pois lá fora ventava fazendo as gotas da chuva se chocarem contra o vidro da porta consigo abri-la e chegar até a beirada para ver a figura de Alex, totalmente encharcado com o celular na mão, encostado em um poste de luz de frente a porta do meu prédio.

Merda, merda, merda!

O que ele faz aqui?

Subo até meu quarto de novo e pego meu roupão felpudo e desço para chamar um elevador. Ao chegar na porta do prédio encontro Alex, vestido numa camisa de algodão preta, com sua corrente pra fora da camisa, sua fiel jaqueta de couro, calça jeans escura e botas. Seu topete já havia se desfeito e apenas escorria uma gota no que restava dele.

— Maddie...

— Alex, o que deu em você? — vou até ele e passo um braço em volta da sua cintura trazendo-o para dentro do prédio.

— Eu precisava te ver...— a fala de Alex era arrastada, claramente estava bêbado — e você não respondia minhas mensagens.

— Alex, eu não sabia que era você e ... — eu estava sem palavras. Nao sabia o que responder. 

Na minha cabeça eu estava mais preocupada com o que íamos fazer para tirar Alex dessa situação. Entramos em meu apartamento e a tv seguia ligada, agora passava um videoclip e Alex prontamente apontou para a tv sorrindo.

— Olha sou eu ! — exclamou sorridente.

No clipe estavam os Arctic Monkeys dispostos dentro de um barquinho cantando durante uma tempestade que ocorria como lá fora. O cabelo de Alex, Nick e Jamie na altura do pescoço me chama a atenção. O clipe em questão era da música crying ligthinig.

— estava bem diferente com esse cabelo — levanto uma sobrancelha mas não evito dar uma risada.

— É... Matt costuma chamar da era de cogumelos  — Alex pende a cabeça pra um lado.

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