fifty four

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Sheffield, dezembro de 2015

Você é como primeiro dia da primavera com um piercing no septo, pequena miss bons sonhos tenessee...

— Alex você pode por favor cuidar deste pequeno furacãozinho? — Eu dizia enquanto ajudava Penny a por a mesa do Natal e Madeline seguia roubando doces da mesa e sorria inocentemente.

O natal era animado na casa dos Turner. Depois que minha vó faleceu meus pais iam para lá e comemoravamos a data todos juntos. O que fazia a casa ter um fluxo enorme de pessoas.

Alex a pegou no colo e sorriu aprovando todas a façanhas de nossa bebê.

— O que essa princesa está fazendo de tão grave? — Alex falava fingindo surpresa e apertando o nariz de Madeline.

— Ela está roubando os biscoitos da Mesa do natal Alex. — eu dizia rindo enquanto ajudava minha mãe com a salada de batata.

— Olha, o papai não se importa de você roubar biscoitos tá ? — Alex a abraçava e gargalhava.

— Eu ouvi isso Alex. — eu finjo estar brava. Minha mãe e Penny se desdobram em risadas.

Madeline estava prestes a completar dois anos e era a segunda criança mais velha do grupo perdendo apenas para Forrest primogênita de Jamie. A casa está toda iluminada por conta das festividades de fim de ano e Madeline adorava isso. Aquele ser tão pequeno que mal tinha aprendido a andar ia caminhando em passos difícies até a grande árvore de natal que montavamos na sala só para sentar de frente para as luzes. As quais pedia "bobô" David para ligar sempre ainda que estivesse de dia. Eram mais encantadoras que qualquer presente. A única coisa que encantava mais a Mad era as luzes de quando papai estava no palco.

Chegava a ser engraçado como Madeline gostava de ver titio Matt tocando bateria e imitava seus movimentos. Deixando Alex morrendo de ciumes por não ter tanto interesse pela guitarra.

— Madeline, você está uma garota muito levadinha viu? — eu digo a pegando no colo depois de arrumar a mesa.

Alex se levanta e caminha até mim. — aprendeu com a mamãe.

— e o papai morre de ciúmes. — eu sorrio e dou um selinho em Alex.

— O jantar está servido. — Penny chama a todos trazendo o último pote de molho e reunindo toda a família.

— Quem acabar por último não vai abrir os presentes. — Meu pai pegava Madeline do meu colo e a segurava no alto fazendo aviãozinho arrancando uma gargalhada gostosa de nossa bebê.

Nós sentamos todos a mesa que estava toda adornada de natal.

É engraçado pensar que isso tudo começou em 2003, ou que sequer imaginaria em 2003 que hoje estaria em Sheffield de novo passando meus natais aqui. A vinda para Sheffield sempre mudou minha vida de cabeça para baixo em todas as vezes que eu vim. É engraçado como a vida te prega peças e por mais que você ache que tem tudo sobre controle. A verdade é que é difícil contornar o vento. Mas tudo se torna mais fácil quando você tem alguém para te dar a mão nessa caminhada com você. E olhando para esse exato momento agora eu não ganhei só os amores da minha vida. Ganhei uma família inteira. E é tudo que eu mais valorizo na vida. E não abro mão de passar todos os fim de ano desde então aqui em Sheffield. Voltando para onde tudo começou.

Madeline como eu nasceu americana e é nítido como ela é nata da Califórnia. Ela ama o sol e a praia e toda a diversão que o calor nos proporciona. Não muito diferente dos seus pais. Apesar que devo admitir que ela fica a coisa mais gostosa com as galochinhas de chuva amarelas. E para orgulho dos avós ela puxou o sotaque britânico.

Olhar Madeline correndo pela casa, com Alex atrás babando aquece meu coração. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginei ter essa vida. E o tempo voa. E Alex e eu seguimos construindo nossa história, com Alex registrando algumas delas em forma de canção.

Eu sigo apaixonada por esse homem.

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