thrity nine

203 13 0
                                    

Arielle

Ding dong

Maddie, eu te dei a chave pra ...

— Esperando visita Alex? — Alex abriu a porta com um largo sorriso que se desmanchou quando me viu parada na porta.

— Arielle, o que você está fazendo aqui? — Alex revirava os olhos ainda sem abrir a porta por completo.

— Calma baby, vim buscar umas coisas minhas que esqueci aqui. — sorrio debochada e empurro a porta que alex está se apoiando para entrar na casa.

Eu não tinha mais nada nesta casa, além do que eu quase não vinha aqui. Alex e eu tínhamos um apartamento juntos o que me impedia de ter alguma necessidade de vir nesta casinha modesta demais pro meu gosto. Mas eu precisava de uma razão para aparecer do nada aqui. Eu sei que hoje tem ensaio e provavelmente Alex estaria aqui. E a namoradinha também. Seria a cena perfeita pra eu destruir de vez está relação. Só precisava de um pretexto.

— Arielle não me lembro de você ter esquecido alguma coisa aqui. — Alex então fecha a porta atrás dele. — Seja lá o que for fazer, faça rápido, eu realmente estava esperando uma visita, que não era você ! — Alex exclamou.

Ele vestia somente um jeans e um vans preto e branco. Exalava colônia masculina, e o cabelo ainda não estava completamente penteado. Estava claro que havia acabado de sair do banho. Eu subo até o quarto e reviro algumas coisas sozinha para parecer que procurava algo. Alex me esperava na porta.

— Acho que meu Channel está no banheiro de baixo. — Sorrio presunçosa.

— Rápido Arielle, rápido! — Alex estava furioso.

Desço as escadas e entro no banheiro do andar de baixo. Onde está a loirinha?
Bingo! Um barulho de carro se aproxima da casa.
Com um pequeno pedaço de papel tiro o resto de batom que eu tinha e abro alguns botões da minha camisa e bagunço um pouco o cabelo com as mãos. Ótimo, perfeita cena pós sexo. Acho que isso vai causar impacto suficiente na namoradinha que já foi trocada em outra ocasião. Escuto o barulho na porta e caminho até ela.

— Al, você não sabe o dia de merda que eu... — A loirinha tagarelava e parecia não ter percebido minha presença ali. — Arielle?

Perfeito. Teatro completo com sucesso.

— Maddison — sorrio vitoriosa — eu já estava de saída mesmo.

Alex então aparece atrás de mim. Sem camisa, cabelo bagunçado.. cena perfeita para desmoronar qualquer namoradinha.

Ele ainda tenta correr atrás dela, mas ela o ignora com sucesso. Em pouco tempo Alex vai estar nas minhas mãos. Afinal só tem a mim para consolar. O Observo sentado na escada.

— É, parece que eu não encontrei nada meu aqui. Engraçado eu jurava que tinha deixado meu perfume aqui. — eu dizia com a mão no queixo fingindo desentendimento.

— Arielle, eu tenho um compromisso agora. Você pode por favor sair da minha casa? — Alex cuspia as palavras ainda sem olhar para mim.

— Calma gatinho, eu já estava de saída mesmo. Se encontrar algo meu me liga ? — eu descia as escadas e passava a mão bagunçando seus fios escuros.

— Pode ter certeza que eu encontrar algo seu aqui você nunca mais vai ver Arielle. Eu não quero mais te ver aqui.

— Tá bom, Tá bom. Tchauzinho Alex. — entro no meu SUV e saio do condomínio onde se localizava a casa de Alex.

Pego meu celular e busco Thomas na agenda.

Olá Tom, está por Los Angeles? Tenho boas notícias.

Não Arielle, estou no Canadá. Mas me diga, o que você quer...

Eu não quero nada seu idiota. Já consegui tudo sozinha, afinal você não serviu de nada no plano. Mas sim, já estraguei a relaçãozinha deles.

Ótimo. Vou mandar uma mensagem para ela agora mesmo.

De nada Thomas. A única coisa que você tem que fazer e levar ela de volta. Se possível para o Canadá.

Adeus Arielle.

Adeus Tom

Chamada desligada.

Maddison

— Como eu pude ser tão tola, que droga! Eu não tenho mais dezeseis anos. — eu resumungava sozinha no banco de trás do táxi enquanto lágrimas rolavam em meu rosto.

Antes que eu perceba eu já estou na porta do meu prédio. Pago o táxi e saio do carro correndo para dentro do edifício. Agradeço por poder pegar o elevador sozinha, me permitindo chorar como a garotinha de dezeseis anos apaixonada que foi machucada pelo namorado. Agora pela segunda vez.

Entro no meu apartamento e me encontro com Petúnia, sentadinha me esperando na porta como se soubesse que eu chegaria nessas condições, forço um pequeno sorriso para a gata, largo minha bolsa no sofá e subo em direção ao meu quarto.

Acendo a luz e tiro minha roupa, peça por peça, ficando somente de calcinha e sutiã, caminho até o banheiro da suite e tiro o resto das roupas íntimas, pego meu celular e olho mais uma vez para a foto da tela de bloqueio, rapidamente abro o Spotify e seleciono asleep do The Smiths e estou pronta para entrar no chuveiro. Ligo a água que cai com pressão sobre meu corpo, a água está quente e logo o vapor começa a subir embaçando tudo que era de vidro no cômodo. As lágrimas se misturam com a água e eu fico ali, apenas desfrutando a sensação de relaxamento.

Saio da água e me enrrolo numa toalha branca secando meu corpo todo e depois passando a toalha no cabelo onde eu faço uma espécie de turbante e deixo ali. Minha cabeça doía de tanto choro e estresse. Eu não quero mais ter nenhuma preocupação hoje. Visto apenas uma camisa do Guns n roses que achei perdida no guarda roupa. Eu olho para as minhas meias pretas que vão até o joelho e um turbilhão de lembranças vem a minha mente e eu descido que não é a melhor ideia. A janela esta entre aberta e no silêncio da casa a única coisa que se escuta é o vento uivando passando pela brecha aberta. Desço de volta pro primeiro andar que está iluminado somente pela luz da rua. Me sento de frente para a porta de vidro e abro um pouco para que não entrasse frio mas para que a fumaça de cigarro pudesse sair e circular o ar. Petúnia se aninha em meu colo e finalmente eu paro de chorar mas não estou sentindo qualquer sentimento. Termino a noite apenas parada olhando a luz da rua.

THE RED LINE Onde histórias criam vida. Descubra agora