Aquilo que não se pode nomear

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 Hoseok passou as mãos pelo cabelo avermelhado, tentando seu melhor para se controlar e não sair daquele elevador para socar o idiota do Namjoon.

 Ele se aproximou de Taehyung, vendo o mais novo se encolher como reflexo na parede da pequena caixa de metal que estavam.

 Hoseok sempre adorou transmitir medo nas pessoas, ele sentia certo prazer na intimidação, mas pela primeira vez, ver Taehyung se encolher por causa dele o deixou incomodado e frustrado de um jeito novo em que ele não estava sabendo lidar muito bem. 

- Você não precisava ir tão longe. Eu disse que daria um jeito. - ele falou da forma mais calma que conseguia, alisando a ponta dos dedos no rosto do pequeno anjo amedrontado à sua frente.

- Seu jeito acabaria gerando uma confusão. Eu sei que pareceu que Namjoon tinha todo o controle da situação, mas eu sei lidar com ele e ele não faria nada que eu não quisesse, apesar de não parecer.

 Hoseok quase mordeu a língua, na tentativa de não gritar de raiva, porque aquilo significava que foi prazeroso para Taehyung estar com Namjoon e seu ego estava um tanto quanto prejudicado com aquela realização. 

- Seja como for, não conte nada disso para o Yoongi, ele às vezes esquece o que você faz pra viver.

 Taehyung rangeu os dentes, concordando irritado.

 Hoseok tinha o dom de trazer sempre o pior dele. Era impressionante.

 Quando Taehyung entrou pela porta do apartamento, agora até que familiar a ele, não pôde deixar de sorrir com o desespero estampado na cara de Suga, o encarando como quem não quer nada, ao mesmo tempo que tenta medir se o loiro está realmente bem como Hoseok tentou dizer umas dez vezes pelo telefone durante o percurso que fizeram até ali de carro. 

- Eu estava tão preocupado. - Yoongi fez um bico fofo com os lábios, arrastando Tae até o banheiro, após ver seu estado.

 Ele encheu a banheira pacientemente e colocou sais coloridos na água. Em nenhum momento ele olhou para o mais novo, que por sua vez estava em pé, encolhido ao lado da porta, onde foi deixado da última vez.

 Era terrível se sentir um objeto comprado por alguém, mas era ainda pior quando parecia danificado aos olhos de seus novos donos.

 Taehyung não sabia exatamente o que estava sentindo, mas estava um pouco envergonhado, apesar de não assumir isso em voz alta.

- Levanta os braços. - Yoongi pediu com sua voz monótona e sem nenhum sentimento, o que fez Taehyung obedecer quase que imediatamente.

 Yoongi tirou sua blusa, fazendo uma careta nada característica da sua personalidade ao ver todas as marcas que Namjoon fez em seu corpo, mas não comentou sobre o assunto fazendo o mesmo com o resto de sua roupa rasgada .

 Então ele só levou Tae até a banheira e começou a dar banho no mais novo como se ele fosse uma criança, usando um copo para enxaguar seu cabelo da espuma do shampoo e uma escovinha para limpar suas unhas de maneira delicada, porém ágil. 

- Como se sente? - Yoongi perguntou quando secava os cabelos do Tae enquanto este estava sentado na cama com o olhar vago e o corpo arrepiado com a diferença de temperatura no ambiente.

- Culpado. - Taehyung finalmente disse, estranhando sua honestidade diante de um cliente, mas era Yoongi afinal, então não era tão surpreendente assim.

- Pelo que? - Yoongi parou de mexer em seus cabelos já quase secos,  encarando Taehyung com certa preocupação.

- Por aparecer aqui assim, todo fodido.

O poder das circunstâncias ( Taeyoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora