Soulmates

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Taehyung acordou com o barulho da água do chuveiro na suite do quarto, aproveitando para olhar o celular em busca de horas. No entanto, acabou encontrando várias chamadas perdidas, algumas do Jimin, muitas do Hoseok e umas de um telefone que quase nunca ligava para ele, muito menos há essa hora.  

- Appa? - Taehyung abriu a porta da sacada com cuidado, encarando Yoongi que dormia feito um bebê inocente, duas coisas que ele realmente não era.

" Taehyung? Desculpa te atrapalhar, sei que deve estar ocupado…"

- Aconteceu algo com a vovó?

" Não, ela está bem…"

  Taehyung juntou as sobrancelhas confuso. Seu pai nunca ligava, a não ser que o assunto fosse a saúde da vovó. 

- Appa. O que houve?

 Seu pai tossiu um pouco sem graça, pausando um tempo excessivo durante a ligação, mas Taehyung não queria pressioná-lo, o velho já parecia nervoso o suficiente. 

"Eu não sei bem o que aconteceu exatamente. Estava saindo do serviço essa manhã pelos fundos do restaurante, uma pessoa me parou e"…

- O senhor está bem? Alguém te machucou?

 Taehyung saiu da varanda, juntando às pressas as roupas jogadas pelo caminho para se vestir, já que só estava com uma boxer preta. 

" Filho, você sabe que pode sempre contar comigo pra tudo, certo?!"

 Taehyung não respondeu, saindo do quarto com os sapatos pendurados na mão livre.

 - Me fala onde o senhor está.

" Eu não quero atrap…" 

- Appa. O endereço.

" Ainda estou nos fundos do restaurante, não tô muito bem pra andar até em casa e todos do restaurante já foram embora…Eu sinto muito, não queria te incomodar com isso".

 - Já tô indo.

- Tae? - Hoseok deixou a toalha que secava os cabelos no ombro, encarando Taehyung com curiosidade, o que acabou se tornando preocupação assim que ele encarou os olhos aflitos do mais novo.

- O que aconteceu?

- Meu pai está com problemas, acho que a culpa é minha. - Taehyung falou com as mãos trêmulas enquanto tentava pegar a carteira na mesa lateral da sala.

- Vou colocar uma roupa e te levo.

- Não, eu vou sozinho.

- Você não tem condições de sair sozinho, está nervoso demais. Senta, eu já volto.

 Taehyung passou as mãos nos cabelos, encarando o corredor vazio já que Hoseok não esperou ele responder entrando no quarto para se trocar.

 A viagem até o bairro nada amigável onde Taehyung morava foi tão silenciosa e tensa que até as batucadas de Hoseok no volante já não estressavam mais. Tudo o que ele queria era chegar até o maldito restaurante, que agora parecia longe pra inferno.

 O sol estava nascendo quando eles chegaram ao beco do restaurante onde o pai do Tae trabalhava. Ele nem deixou Hoseok parar o carro para sair correndo pela rua quase abandonada do centro comercial do bairro . 

 Seu corpo girava no que parecia ser uma espécie de câmera lenta para o seu cérebro completamente agitado. Todos os seus pesadelos vieram à tona e ele não conseguia pensar direito, o que era irônico, já que sua mente não parava de trabalhar. Ele sofreu alguns tropeços na rua desnivelada e precisou pigarrear algumas vezes antes de algum som sair por sua garganta. Parecia desespero desnecessário, mas seus instintos diziam que algo estava muito, muito errado e seus instintos normalmente estavam certos.

O poder das circunstâncias ( Taeyoonseok)Onde histórias criam vida. Descubra agora