64-Eu menti.

982 111 48
                                    

-Doutora - me abaixo junto dela erguendo sua cabeça no meu colo - meu Deus, quem fez isso com você? - mas ela não consegue falar e da sua boca sai sangue enquanto seus olhos me olham quase se fechando - fica acordada tá, eu vou chamar uma ambulância - digo discando o número da emergência.

-Emergência 24 horas de onde você fala?

-Consultório de psicologia, número 500 ao lado. Um senhora foi atacada com faca, por favor ela vai morrer - digo encarando o corpo dela estirado no chão e depois de falar com eles, ligo para Harry.

-Oi Pequena.

-Harry, a doutora Nora, foi esfaqueada, eu tô aqui - digo assim que ele atende.

-Como assim, me explica isso direito.

-Vem para cá, ela vai morrer - choramingo.

-Clhöe, eu preciso que você respire e me explique exatamente o que houve e aonde você está - ele diz seriamente e pela movimentação do outro lado da minha, deduzo que ele se levantou da cama e está se arrumando.

-Eu vim aqui na doutora e achei ela no chão cheia de sangue.

-Você foi sozinha? - assinto mesmo sabendo que ele não pode ver - me diz que não tá sozinha ai, por Deus Clhöe, se esconde, tranca a porta aonde você está e pega algo para se proteger tá, eu já tô chegando - ele me tranquiliza e eu apago a lanterna do celular e seguro o pedaço de madeira, enquanto com a outra mão, puxo o forro da cama para estancar o sangue do abdômen dela.

-Aguenta firme, eles já vão chegar - digo mesmo sabendo que ela só está com os olhos abertos - por favor doutora - choramingo tocando o rosto dela mas ela ao reage mais - por Deus - eu soluço cobrindo o rosto e a porta range fazendo com que eu me cale e vagarosamente repouse a cabeça da doutora me colocando de pé atrás da porta.

O chão de madeira estrala a cada passo que ouço até aonde estou e eu prendo a respiração segurando o pedaço de madeira me preparando para atacar.

Assim que vejo a figura passar pela porta me preparo para atacar mas ele se vira se esquivando de mim.

-Sou eu Clhöe - Harry anuncia e eu finalmente respiro fundo correndo para os braços dele.

-Ela tá morta Harry, tá morta - choro enquanto escondo o rosto no peito dele e ouvimos as sirenes da ambulância e da polícia logo atrás.

Harry me leva até o lado de fora da casa aonde a polícia me espera fazendo perguntas do tipo,

Você viu alguém saindo da casa?

Quando você chegou ela ainda estava com vida?

Ela disse algo para você?

Você chegou a quantos minutos?

E minutos depois estou na delegacia junto de Harry, mas estou em choque demais para responder qualquer tipo de pergunta.

Meus pais chegam logo em seguida com tio Will, e minha mãe segura meu rosto se abaixando junto ao banco que estou sentada observando minuciosamente cada parte do meu rosto para ver se estou bem ou se tenho algum ferimento.

-Por Deus, o que você estava fazendo lá? Eu nem ao menos te vi sair - minha mãe me enche de perguntas enquanto tio Will faz perguntas para Harry.

-Você se machucou? Está tudo bem? - meu pai me pergunta tocando meu ombro e eu apenas assinto.

-É claro que ela não tá nada bem, ela encontrou uma pessoa morta, olha para roupa dela -minha mãe repreende meu pai fazendo eu fechar os olhos fortemente.

𝕺𝖓𝖔𝖒𝖆𝖙𝖔𝖋𝖔𝖇𝖎𝖆  ➼ʜᴀʀʀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora