ONZE - Perdas no mar.

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Algumas semanas depois.

DOMINIC

Tossi novamente, secamente. Mas ignorei isto, era o de menos no momento, enquanto a carruagem me guiava de volta para Abbey Mount Hall, para minha casa. Só Deus sabia como eu estava ansioso para chegar, para respirar ares acolhedores, para principalmente abraçar minha esposa. Era até mesmo inexplicável a forma que eu queria, desejava isso. Os meses longe só faziam-me ansiar para estar em sua presença. Algo que se fosse pensado por mim, há um meses atrás seria motivo para que eu achasse que estava ficando louco.

Quando sai daquela carruagem na porta de casa, não esperei que abrissem portas para mim, apenas saí a passos rápidos subindo as escadas em disparada, com o coração batendo forte contra as costelas.

Tamanha falta sentia de casa!

Assim que adentrei, avistei senhora Reardon vindo em minha direção.

— Milorde, como é bom reve-lo. — Disse ela, contida como sempre.

— Também é bom reve-la senhora Reardon. — Suspirei, acho que até mesmo dessa mulher apática que convívo anos, senti saudades. — Onde está minha esposa? — Perguntei olhando em volta, toda a calmaria.

Senhora Reardon então ergueu o nariz ao falar. — Sua esposa deixou essa casa há algumas semanas, voltou para a fazenda do pai...

___________

Estava eu, dentro de uma carruagem, viajando. Quando achei que teria calmaria, descubro que Edith simplesmente foi embora de casa. Eu entendia que ela se sentiu sozinha, eu pude enviar poucas cartas pois haviam poucas formas de o fazer de onde estava, a ilha tinha poucos recursos. E foi justamente por isso que fiquei mais que o planejado.

Muitos homens adoeceram em meio a essa viagem, e logo eu, acabei contraindo essa pneumonia, ainda não sabia se era apenas isso ou alguma virose local e não pude viajar de volta pra casa, os dias não foram fáceis, longe disso, e ainda me sentia em fase de recuperação, meus pulmões ainda não estavam totalmente saudáveis. Mas não quis preocupar Edith, estando tão longe dela. Então nada falei sobre isso em minhas cartas.

Segui viagem com a cabeça cheia de coisas, imaginando que minha esposa possivelmente estaria muito irritada. Mas nada me traria mais satisfação do que te-la me chamando de paspalho pelos cantos. Nada paga poder a tomar em meus braços e eu só fui notar quando estava em meio ao mar, que estava acorrentado demais a Edith. Que em poucas semanas tudo mudou a meu redor, justamente pela presença dela, que de início, tanto dispensei.

Eu fui de solteiro irredutível a um homem apaixonado, e não bastou muito. E eu verdadeiramente não me importo.

Passei a noite em uma hospedaria, ansiando por cada instante da viagem, avistar a propriedade dos Wills.

E quando ocorreu, e os portões foram abertos por um Thomas carrancudo, achei que teria que implorar a alguns para poder ve-la.

Mas não... Quando coloquei meus pés para fora da carruagem, ela apareceu junto a Lady Madeleine e senhora Nanna, saindo da porta, olhando em minha direção em uma expressão indecifrável.

Suspirei, em um nervosismo diferente do que costumava sentir, e subi os degraus da suntuosa fazenda, em direção a minha esposa.

As mulheres ao redor dela se disperçaram com a minha próximidade e meu coração batia forte contra meu peito.

Quatro meses. Quatro meses sem ve-la, beija-la, toca-la, sem ver seus sorrisos calorosos e inúmeros trejeitos.

— Edith... — Saiu de meus lábios, em satisfação em poder estar com ela.

Finalmente estávamos frente a frente.

Seu cabelo que não gostava de penteados elaborados, estavam soltos... As bochechas rosadas... Ela trajava um vestido rosa simples, que... Marcava sua barriga levemente proeminente.

Entreabri os lábios, com inúmeros sentimentos me invadindo. Alegria principalmente....

Ser pai era definitivamente o melhor presente que eu poderia receber.

— Você... — Comecei, mas então fui cortado.

— FINALMENTE APARECEU? NÃO, É PASPALHO? SOME POR MESES E APARECE SORRINDO COMO UM BESTA? PODE DAR MEIA VOLTA, SENDO O RAIO DE UM DUQUE, MEU MARIDO OU PAI DESSA CRIANÇA! — Esbravejou furiosa, como nunca a vi antes, vindo para cima de mim... Como uma selvagem.

E eu sorri, tinha sentido falta até mesmo da falta de modos. E da felicidade de ouvi-la falando sobre nosso filho. Ou filha.

Suas mãos vieram em minha direção no intuito de me empurrarem para longe, eu podia ver em seus olhos a raiva e decepção guardadas.

Eu entendia, sabia que passei tempo demais longe, ainda mais sendo nós dois, recém casados. Mas eu não podia simplesmente voltar para casa estando doente, sem sequer saber se era apenas uma pneumonia. E não foram dias fáceis.

Então, restou a mim, segurar suas pequenas mãos, com as minhas. Entre as minhas.

— Edith. — Frisei seu nome, olhando em seus belos olhos verdes, mas ela se sacolejava enquanto falava e me ofendia como uma matraca. — ME OUÇA! — Esbravejei, e ela parou, se calando em surpresa por me ouvir gritar (o que não é do meu feitio)... Ela afastou suas mãos de mim, e simplesmente começou a chorar. Desenfreadamente.

É, isso é novidade pra mim.

Ela virou de costas para mim enquanto seus ombros sacodiam pelo choro.

— Edith... — Voltei a dizer seu nome, brando, tocando seu ombro tentando faze-la me escutar. — Meu amor... — Sussurrei em um chamado, a ouvi suspirar quando colei meu peito a suas costas. — Olhe pra mim. — Pedi.

Ela se virou então, lentamente e a contragosto, sem olhar em meus olhos.

Retirei uma mecha de cabelo, da frente de seu rosto.

— Eu, em momento nenhum quis estar longe de você. — Confidenciei, a olhando, era a mulher mais linda que já vi.

— Mas esteve. E me senti abandonada. Eu me casei com você, me sentindo um peso Dominic, imagina como me senti quando você simplesmente não voltava pra mim? Mal respondia minhas cartas? — Proferiu, escondendo seu rosto contra meu peito, então apertei contra mim seu corpo delicado, que amoleceu em meus braços...

— Eu estou aqui... Você não sabe o quanto estou feliz de finalmente estar aqui. Eu tenho meus motivos para ter estado tantos dias longe, e lhe contarei. Você aceita me ouvir, meu amor? — Questionei a ela, que enfim ergueu os olhos verdes cheios de lágrimas em minha direção. E assentiu sem desviar o olhar.

Soltei então, o ar que nem sabia que segurava.

Aliviado não só pelo benefício da dúvida, mas por estar de volta ao meu lar. Que era onde Edith Hallward, minha esposa, estava.

___________

OI AMORES❤

ELE VOLTOU! (A nobreza está em festa?) falta a Edith perdoar o nosso duque sumidinho.

Eis que haverá um mini Dominic ou uma mini Edith. AAAHHHHHH

FALTAM DOIS CAPÍTULOS PARA O FIM (eu vou chorar)

Espero que tenham gostado, volto um dia desses aí. Perdão pela demora, eu to tentando finalizar Resolução também, aí me atribula todinha porque to escrevendo um outro romance... Segunda Guerra Mundial é o tema, amo que amo talvez eu traga em breve pro Wattpad.

Beijos

- cris

Reverências ao Duque (SÉRIE 'NOBRES DE MAYFAIR')Onde histórias criam vida. Descubra agora