- Nas Redondezas de Atenas. -
Era cômico como nós Deuses surgíamos em lugares, e sempre causávamos efeitos inesperados em mortais.
Afinal, aceitara o convite de Ártemis e aqui estava no limite do seu acampamento ao meio da floresta.
Caminhei entre as árvores, até encontrar duas guerreiras em prontidão. Ao me aproximar eu consegui sentir o calor que acampamento emanava, a luz do fogo se propagando entre as copas das árvores e o cheiro de comida já preenchia o ar.
Eu entendia o porquê ela gostava de se reunir com suas guerreiras, não eram como as festas desprezíveis que Ares e Afrodite ofereciam, onde se propagavam o vulgar, o nojento, o desprezível. Era uma reunião de mulheres poderosas, tal como as amazonas, era a comemoração do poder da feminilidade, da lua e do que tudo uma mulher poderia carregar. Entretanto, ali também havia mulheres feridas, perdidas, e sem esperança, que foram moldadas pela força de Ártemis.
Assim que as duas guerreiras sentinelas me viram, uma delas pareceu me reconhecer. Ela se curvou rapidamente e a outra pareceu ficar em dúvida do que fazer. Era muito nova.
Aproximei-me devagar, com a minha túnica branca roçando as raízes das arvores e galhos de arbustos.
Um presente dado pelo meu pai.
A gargantilha dourada que prendia minha túnica fora fabricada pelo próprio Hefestos.
"Minha senhora, nós estávamos lhe aguardando." A guerreira curvada se pronunciou educadamente. "Ártemis já está em sua espera."
A guerreira virou a cabeça sutilmente para perceber que sua outra companhia ainda estava a me encarar.
"Pssst..." ela tentou chamar atenção da jovem, mas ela apenas ignorou.
Seus olhos pousavam sobre mim.
Eu caminhei até ela, e quase cheguei mais perto. Surpreendeu-me agarrando-lhe minha a mão e a beijou.
"Você me salvou, minha senhora." A voz da jovem estava embargada. "Você me salvara, colocando-me no caminho de Ártemis."
A guerreira curvada, se aprumou e eu pude ver o espanto que encarava a cena. Definitivamente, era algo incomum de acontecer. Um mortal tocando uma divindade, mas eu não me importei.
Coloquei a mão em sua cabeça e acariciei levemente.
"A criança de Argos." Respondi.
Raramente esquecia aqueles que eu acudia e com essa menina não fora diferente. Os pais foram mortos por saqueadores e depois de três noites vivendo como escrava, eu a salvei.
"Sim, minha senhora." Sorri orgulhosa.
Ela estava lépida por eu ter a reconhecido.
Devolvi com um sorriso mínimo.
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Doce Atena (Romance Lésbico) [DEGUSTAÇÃO]
RomantizmAtena está prestes a ter os maiores desafios de sua existência. Entrar em guerra com Ares e Poseidon para manter o titulo de patrono de Atenas e se apaixonar pela a guerreira intocada da cavalaria de Ártemis. Uma paixão proíbida e perigosa nasce en...