Capítulo III

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Temos momentos em nossas vidas que nos acontecem coisas boas, e em outros, coisas realmente muito, muito boas. Mas eu não sabia a qual lado deles eu poderia estar me encaixando nesse momento, se existisse algo como uma escala de vida e nessa escala pudéssemos colocar as coisas boas no topo, na minha escala a primeira coisa boa seria Park Jimin.

No caso ele não é meu motivo de viver, algo ou alguém que me "sustenta", digamos assim, até porque se esse fosse o caso outras coisas boas como família e amigos estariam em primeiro lugar. Mas esse seria meu diferencial, Jimin era alguém especial para mim desde sempre, seja quando éramos crianças e eu era maior que ele, ou quando eu que parecia um alfa em vez dele, ou até mesmo quando ele se mostrava autoritário e apanhava das pessoas na escola por minha causa.

Eram pequenas coisas que mesmo assim não deixavam de ser grandes atos de sua parte. E por esses momentos eu o admirava tanto e sentia meu coração aquecer com todo tipo de carinho que eu recebia dele. No começo eu pensava que o que eu sentia era apenas um carinho de irmão, no caso era isso que Jimin sentia por mim, eu era como o irmãozinho mais novo dele.

No inicio eu amava quando ele me chamava de pequeno, mesmo que eu fosse mais alto que ele poucos centímetros, e quando ele dizia que me amava como irmão eu sentia meu coração acelerar, minha mão suar e meu corpo tremer levemente, e tudo isso acontecia só por um simples olhar que eu recebia por trás daquelas grandes lentes redondas e aquele sorrisinho de bochechas extremamente grandes. E com o passar do tempo esses "sintomas" foram piorando e atormentando minhas noites, onde eu não conseguia mais dormir pensando no sorriso dele ou no abraço quente e acolhedor que eu recebia quase todas as vezes que ele ia a minha casa.

E o pior de tudo era que eu tinha apenas 10 anos na época, nisso eu comecei a pesquisar, todos esses meus "sintomas" estranhos na internet. Claro que era mais fácil eu perguntar para minha omma o que eram todas aquelas coisas estranhas que eu passei a sentir pelo Jimine, mas depois de um tempo eu fiquei mais tímido do que o esperado, eu era uma criança que não tinha vergonha de nada e falava tudo que queria - o que no começo levou meus pais a pensarem que talvez eu também pudesse ser um alfa - no final acabou que eu fiquei com vergonha e decidi que não iria perguntar nada pra minha omma, e muito menos para o meu appa.

Quanto ao caso de acharem que talvez fosse um alfa, meus pais passaram essa hipótese, porque eu comecei a ser vaidoso e queria sempre que minha mãe me desce suéter rosa, colares nada masculinos e a essencial coroa de flores que os ômehas usavam. Sim, o que eu mais amava era comprar coroas de flores ou simplesmente fazê-las.
Eu pedia para minha mãe comprar pequenos buquês de flores falsos, onde eu os desmanchava e fazia as coroas do jeito que eu queria que fossem feitas.
Ficava horas e horas na frente do espelho arrumando meu suéter de cores claras e ajeitando a coroa de flores na minha cabeça, para logo depois sair do quarto, correndo diretamente para o quarto da noona, pois eu sabia que á uma hora daquelas o Jimine hyung estaria lá. E assim me elogiaria me chamando de fofo e coisas que me deixavam com vergonha, mas ainda assim, completamente feliz.

Lembro do dia em que Jimin chegou em minha casa dizendo que voltaria para Busan e o que mais me doía, além do fato de ver que ele iria embora, era vê-lo chorando. Jimin era o tipo de criança solitária na época, e a única pessoa que o dava algum tipo de atenção em sua casa era sua mãe, Jimin era uma criança negada pelo próprio pai, esse que só convivia consigo e sua mãe por obrigação e dinheiro. Jimin tinha sido fruto de um casamento arranjado, onde o pai dele havia engravidado sua mãe numa de suas noites de farras, e como a Park Jihee era uma ômega de família que tinha muitas posses e poder, forçaram o senhor Park Tae Ho a casar-se com a mesma a força.
Eu sabia de toda a historia de Jimin, apenas pelo fato de nossas mães também serem melhores amigas e de vez em quando, digamos assim, eu ficava meio que ouvindo as conversas atrás da porta.

Na verdade é Ômega | PKJ + JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora