Circles - Stamon.

Capitulo 1

11 anos depois, dias atuais.

Mystic Falls.

Stiles.

Já sentiu que sua vida inteira não passa de um sonho no qual você está andando em círculos como se tudo tivesse se tornado um maldito ciclo vicioso onde tudo o leva ao fracasso, uma ordem comum entre sentir, amar e sofrer nada já não faz tanto sentindo como deveria tudo aos poucos perde a graça até tudo se tornar cinza e sem vida, mas a pior sensação é quando você descobre que se perdeu e o que resta apenas é um vazio, um enorme vazio, e agora mesmo tendo se passado 11 anos eu ainda tenho meus pesadelos é como se os demônios daqueles dias ainda estivessem comigo.

— Stiles, Stiles, STILES.

Manuella sacode meu corpo me tirando do meu torpor.

— Perdão, o que dizia?

— Estava falando que hoje não precisa ir a faculdade se quiser, onde estava com a cabeça?

— Apenas pensando no final do semestre, acho que irei, não quero ter que ficar aqui sem ter nada para fazer.

Manuella sempre foi bonita, me lembro dos sorrisos que ela um dia teve metade do seu rosto se perdeu naquele dia, seu olho direito perdeu completamente a visão, com a queda que acabei levando acabei ficando manco de uma perna não prejudica muito minha vida mas sei que tenho certa limitações sem contar nas piadinhas infames de alguns idiotas.

— Se quiser, levo você.

— Não se preocupe, vou a pé, preciso passar na livraria.

— Ok, tome cuidado.

Me despeço e saio, Mystic Falls sempre teve um clima sombrio a cidade tem lá seus segredos e mistérios o que a faz um grande centro turístico, quando chegamos aqui fugindo fomos abrigados pela família Gilbert o que nos fez criar um laço com a família, Helena a filha do casal acabou se tornando uma grande amiga nossa a mesma se mudou ano passado com Stefan Salvatore seu noivo para Chicago deixando a mansão Salvatore completamente abandonada, aquele lugar sempre me deu medo por isso evitar passar perto de lá. A minha vida não é exatamente como eu sonhei, me tornei um garoto completamente infeliz, não tenho muito amigos e para ser sincero isso já não faz tanta diferença, estou me acostumando à solidão.

Depois de passar na livraria finalmente chego ao campus, assim que entro recebo alguns olhares, no início aquilo me incomodava mas agora é só algo que faz parte da minha rotina, assim como as risadas e as piadinhas de mau gosto, vou direto para meu armário e assim que o abro alguns papéis caem no chão.

Aleijadinho.

Viado nojento.

Você me dá pena.

Gay, aleijado.

Apenas recolhi tudo aquilo e joguei no lixo e fui para sala, o dia apenas estava começando. No final do dia ainda estava vivo, mas assim que fui cercado no estacionamento, comecei a duvidar se realmente podia comemorar aquela pequena vitória.

— Eai Stiles, como vai?

Luke estava olhando para mim, com um olhar de deboche junto com seus amigos.

— Vou bem.

— E a sua perna com vai?

— Bem também, agora eu preciso ir.

Quando tentei sair, o mesmo entra na minha frente.

— Que isso, vamos conversar um pouco.

— Luke, por favor.

Quando tento passar novamente um dos seus amigos chuta minha perna, me fazendo cair, logo em seguida Luke chutou minha barriga e depois disso recebi vários chutes, até ter meu corpo arrastado por eles.

— Agora vamos dá um presente, para um viado manco e nojento como você.

Luke me arrastou até a propriedade Salvatore e abriu a porta da mansão, me jogando lá dentro.

— Tenha bons sonhos.

Disse fechando a porta da mansão, meu corpo inteiro doía, meu nariz estava sangrando e minha perna era o que mais doía, tentei me mexer mas o mínimo movimento fazia todo meu corpo doer, tudo que fiz foi chorar como uma criança, eu não havia pedido para ter nascido, eu não tinha pedido para ser manco, eu apenas queria ter uma vida normal. Já havia se passado um certo tempo lá fora começava a escurecer, Manuella provavelmente deveria ter me ligado um milhão de vezes, meu corpo agora estava entorpecido e o cansaço estava me dominando e aos poucos acabei pegando no sono antes de render completamente ao mundo dos sonhos, pude sentir meu corpo se levantado do chão e ser envolvido por braços fortes, tentei resistir pois ainda estava com medo.

— Não, por favor, não...

Mas os braços apenas me seguraram com mais força.

— Está tudo bem, eu vou cuidar de você agora.

E ouvindo aquelas palavras, que passavam de certa forma uma paz, me senti seguro em seus braços e então apenas encostei minha cabeça em seu peito e apaguei.