Stiles.
Acordo no dia seguinte e estou sozinho no quarto posso ouvir vozes no andar de baixo me levanto com um pouco de dificuldade pego minha bolsa que está em um canto e desço as escadas, o que leva uma eternidade por causa da minha perna, assim que chego na sala vejo Manuella e Damon, vou até eles que se viram assim que ouvem o som de meus passos, vejo olhar de Damon cair sobre minha perna, mas apenas ignoro.
— Ei colorful eyes.
Manuella vem até mim e me dá um abraço.
— Ei constelação, você me deu um belo susto ontem.
— Desculpe.
— Não precisa se desculpar, não é sua culpa.
Manuella se afasta e olha para mim.
— Como está?
— Bem melhor, Damon cuidou de mim.
— Que bom, bem vamos, preciso que descanse mais um pouco nada de ir ao campus hoje.
Manuella se vira para Damon e lhe dá um abraço.
— Obrigada, se cuide ok?
— Pode deixar, monstrinho.
Manuella se afasta e lhe dá um tapa suave, aproveito para me despedir e agradecer.
— Bem, obrigado e tchau.
— De nada, se cuide anjo.
Fico surpreso pela forma que o mesmo me chamou, apenas aceno suavemente antes de sair com Manuella até o carro posso sentir o olhar de Damon sobre mim, resisto a vontade de me virar, entro no carro sem nem mesmo olha para trás, Manuella dá a partida e logo estamos indo para casa.
— E então vai me contar o que aconteceu?
— Alguns garotos me cercaram na saída.
Vejo Manuella apertar com força o volante.
— A quanto tempo isso está acontecendo?
— Já faz alguns dias.
— Quando pretendia me contar?
— Eu só não queria te dar problemas...
— Stiles eu sou sua irmã.
— Eu...tenho culpa, por ter nascido gay e ser manco...se eu fosse...
Manuella para o carro de uma vez.
— Não termine...essa frase, você é normal completamente normal.
Apenas baixo minha cabeça enquanto a mesma volta a dirigir, assim que chegamos em casa, me sento no sofá da sala e deixo algumas lágrimas caírem do meu rosto, Manuella vem até mim e puxa para meus braços.
— Eu só queria...ser normal...porque...porque eu não posso ser feliz...é minha culpa...tudo minha culpa...
— Stiles, não é sua culpa, você é normal, aquilo foi um acidente, o fato de você ser gay não o faz diferente de ninguém, estou aqui e eu amo você.
A aperto mais forte e choro, eu estava tão cansado, cansado daquela vida, eu já não estava mais aguentando, eu só queria que aquilo tudo acabasse de um jeito de outro, eu já não me sentia feliz, eu me sentia paralisado.
— É melhor você subir e descansar.
Aceno e saio de seus braços, subo a escada e caminho em direção ao meu quarto, me deito na cama e deixo o cansaço me levar, devo ter dormido por um bom tempo pois quando acordo já está de tarde me levanto da minha cama e procuro por Manuella, acho um bilhete da mesma pregado na geladeira.
Constelação tive que sair, deixe um lanche para você na geladeira, coma e depois fique a vontade, chegarei tarde hoje.
Com amor Colorful eyes.
Leio aquele bilhete e fico pensando em como a vida da Manuella seria mais fácil se eu nunca tivesse nascido, escrevo uma pequena carta e saio decidido a dar um fim a tudo isso, depois de muito caminhar consigo chegar a um pequeno lago que há em Mystic Falls me sento na beira da ponte que cruzava o lago de uma ponta à outra pois o mesmo era muito fundo, de repente as memórias de tudo que aconteceu vem a minha mente minha mente, eu era o culpado, eu tinha culpa de tudo seu eu não existisse nada disse teria acontecido e com esses pensamentos eu simplesmente me jogo no lago, deixando meu corpo afundar fecho meus olhos e deixo que água entre em meus pulmões, e como um filme a minha vida inteira passa na minha mente, Manuella, o acidente, a surra dos garotos, nosso pai nos abandonando,a morte de minha mãe, aos poucos sinto meu corpo ficar leve e meus olhos se fecharem, até que sinto meu corpo ser puxado para cima me arrancando da pequena escuridão que ameaçava me levar, sou levado para a borda do lago e jogado para fora quando me viro para frente vejo Damon.
— O que estava tentando fazer?
— Eu...só queria que tudo acabasse...
— E acha que isso é alguma solução?
Começo a chorar e Damon me puxa para seus braços.
— Está doendo, eu não aguento...mais é minha culpa, tudo isso é minha culpa...eu não deveria ter nascido, eu odeio o que eu sou...
— Não, não é sua culpa — Damon me afasta e segura meu rosto em suas mãos — sei que está doendo mas pense bem Stiles, Manuella jamais se perdoaria, ela ama você, sei o quanto isso é horrível, sei que às vezes parece que você não pode respirar, sei que tem horas que apenas você quer sentar e chorar, sei que quer gritar para todo mundo que está doendo, sei que parece que isso nunca vai embora, mais vai, um dia, você vai sentar em algum e vai sentir como se tudo estivesse bem, talvez você nunca fique bem, mas eu estou aqui eu sempre vou esta aqui, não importa o que aconteça está me ouvindo.
— Também estarei aqui.
Me viro e vejo Manuella, a mesma vem até mim e se junta ao abraço de Damon.
— Nós estamos aqui, vai ficar tudo bem, um dia.
Me entrego ao choro como nunca, todas minhas dores estavam saindo naquele momento.
Carta de Stiles.
Manuella talvez realmente não seja minha culpa mas eu estou cansado, tão cansado, peço desculpas, desculpa por todas vezes que fiz você se preocupar mas essa é a última vez, é a última vez que faço você se preocupar, sei que jamais irá me perdoar, mas hoje isso é melhor para mim, desculpa, mas hoje não vou voltar para casa.
Adeus, com amor Constelação.
A depressão tem tirado a vida de milhares de jovens sejam eles adolescente, adultos ou crianças e por incrível que pareça ainda existem pessoas que romantizam isso, sinceramente eu posso falar com todas as letras, como é sentir insuficiente ao ponto de querer morrer e não é legal, na maioria das vezes só queremos alguém para conversar alguém que nos entenda, espero que sinceramente que a gente se lembre, que depressão não existe só em setembro assim como o suicídio.
Não tenha medo, peça ajuda.
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Circles - Stamon.
FanfictionStiles tem um pasado sombrio, sua vida se tornou solitária a medida que o tempo seguiu seu curso, mas tudo muda quando ele se encontra com Damon Salvatore, alguém que assim como ele perdeu um sentido em sua existência, será que depois desse encontro...