Capítulo 24

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Levantei e fui até o quarto em que Zack está. Assim que abri a porta, o vi sentado no chão ao lado da cama.

-Está acontecendo de novo. –Disse assim que me viu.

Fechei a porta atrás de mim e corri até ele. Está com os mesmos sintomas da última vez. Suando, tremendo e com falta de ar.

-Vai passar, eu tô aqui com você. –Me sentei de frente para ele. -Respira fundo, Zack. Eu sei que você consegue sair dessa.

-Não dá. –Abaixou a cabeça e começou a balançar as duas pernas.

-Olha pra mim. –Demorou um pouco mas olhou. –Quero que se concentre em mim está bem? Tenta ignorar tudo o que você está sentindo.

Peguei em sua mão e senti novamente a tremedeira.

-Respire fundo. –Me obedeceu e tentou. Mesmo assim a respiração não se normalizou. –Continua.

-A minha bombinha...

Pareceu estar piorando. Consenti e levantei, abri sua mala e encontrei o inalador. Levei para ele.

-Começou agora?

Retirou o inalador da boca e negou.

-Não. –Abaixou a cabeça e gemeu baixinho. –Esse sentimento horrível de que vou morrer...

-É somente na sua mente, Zack. Tente combater ela. –Peguei novamente em sua mão.

Ele usou o inalador mais uma vez e depois ficou um tempo tentando respirar sozinho.

-Ninguém mais me ouviu não é? –Perguntou.

-Não. Só eu.

Sua mão parou de tremer um pouco.

-Acho que está passando. –Disse e encostou a cabeça na parede.

-Você não devia tomar algum remédio?

-Eu esqueci. –Fechou os olhos.

-Tudo bem. –Respirei fundo. –Como está sua respiração?

-Normalizando. Melhor do que estava.

-Ótimo. –Saí de sua frente e me sentei ao seu lado.

Ficamos em silêncio.

-Dessa vez não foi tão forte. –Disse olhando para frente. Consenti. –Acho que é porque você está aqui comigo.

Sorri.

-Isso não é verdade. Eu estava com você na sexta passada também.

Ele riu. Ficamos novamente um tempo em silêncio.

Olhei para o quarto e parei na janela. Ela dá acesso para o telhado. Levantei e Zack ficou me encarando.

-Vem. –Estendi a mão.

-Aonde? –Segurou em minha mão e ficou de pé.

-Ué você não confia em mim?

Ele riu ao perceber que eu estava imitando sua fala.

-Muito engraçadinha.

Ri e fui até a janela. A abri e passei para o outro lado. Zack fez o mesmo e se sentou. Parou de chover e o céu ainda está com algumas nuvens, não impossibilitando de ver a enorme lua cheia.

-Está frio. –Falou.

Consenti e voltei a olhar para o céu.

-Qual foi a verdadeira razão pra ter me trazido aqui, Zack?

Eu odeio amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora