Capítulo 18

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Quando o sol apareceu por detrás das montanhas, me levantei e estiquei o corpo. Acredito que daqui a pouco algum médico irá entrar e trocar o soro do braço de Zack. Já que há algum tempo atrás uma enfermeira deu alguns remédios para ele.

A noite passou rapidamente, bem mais rápido do que pensei que seria. Após aquele episódio de mais cedo, ele continuou mexendo em meu cabelo e eu acabei cochilando. Pra ser bem sincera, eu não sei muito bem os meus sentimentos por Zack. Queria poder dizer que não sinto nada, mas eu estaria me enganando.

O que eu mais tento entender é o por que estou sentindo isso. Zack sempre me humilhou. E agora está tão mudado. Aos poucos está me conquistando cada vez mais. Mas por quê?

As vezes eu prefiro acreditar que ele apenas tenha decidido se tornar uma pessoa melhor. É isso ou talvez a teoria de Jake esteja certa e ele está apenas me usando em uma aposta.

Prefiro acreditar na primeira opção.

-Oi. –Disse uma voz a uns metros atrás de mim. Virei-me e o vi sentado me olhando com um sorriso no rosto.

-Oi. –Falei me aproximando. –Pronto pra ir pra casa?

-Com certeza, quero voltar pra minha cama. –Ele olhou para o furo em seu braço e em seguida para mim. –Não aguento mais ver isso aqui.

Sorri e me sentei na poltrona.

-O que nos resta é esperar o médico vir te liberar.

-É o que parece. –Passou as mãos rapidamente pelo cabelo. –Você dormiu bem?

-Por incrível que pareça, sim. –Sorri.

-Ótimo. –Zack mordeu levemente os lábios e olhou para baixo. –Eu não te agradeci corretamente. –Continuei o encarando, esperando que continuasse. –Obrigado. Obrigado por estar aqui comigo, agora. E... por tudo o que fez.

Escutar essas palavras saírem de sua boca, sem dúvidas me deixou feliz.

-Você precisava de mim... –Foi tudo o que consegui dizer.

-E você ficou. Isso era uma das últimas coisas que eu imaginei que faria. –Disse sinceramente.

Quando estava pensando no que falar, o médico entrou e sorriu ao nos ver.

-Acordaram cedo. Vim para lhe dar alta. –Disse com a prancheta encostada em seu peito. –Como se sente?

-Eu tô bem. –Lhe disse com um sorriso no rosto.

-Era isso o que queria ouvir. Bom, já está tudo pronto. Espero não encontra-los tão rapidamente. –Ele falou e nós rimos.

(...)

Um tempo depois que saímos do hospital, chamei um táxi e fomos em direção a casa de Zack. O caminho foi bem silencioso. Eu de um lado olhando pela janela e ele fazendo mesmo.

Saber como as coisas irão acontecer daqui pra frente é uma das minhas maiores dúvidas no momento. Digo, não que eu esteja pensando que eu e Zack iremos ter um caso ou coisa parecida, até porque eu sei que isso é praticamente impossível. E com certeza eu não quero ter um caso com ele.

Mas é muito confuso pra mim. Eu nunca tinha passado por isso e não sei muito bem como agir.

-Você está quieta. –Disse Zack chamando minha atenção. –Está bem?

Concordei e voltei a atenção para o vidro. Olhando para o céu, observei que algumas nuvens estavam cinzas, o que significa que irá chover em breve.

A única coisa em que consigo pensar é que Charlotte vai me matar assim que eu chegar em casa. Não quero nem imaginar o quanto irei escutar. Sei que eu devia ter arranjado algum meio de comunicação para lhe avisar que não ia dormir em casa na noite passada. Mas eu a conheço o suficiente pra saber que com certeza ela ia me mandar voltar. E eu não podia.

Eu odeio amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora