-Ela... é... -Quando ia terminar de falar, Zack se levantou bruscamente.
-O que aconteceu? Está tudo bem? -Valentina perguntou ao ver Zack sair andando na direção oposta da entrada.
-Eu já volto. -Me levantei também e fui atrás dele. Dei mais uma olhada para trás e vi que a mulher se assustou ao me ver. Talvez tenha se lembrado do meu primeiro dia de aula, onde nos encontramos na secretaria.
Ela deu a meia volta e saiu do restaurante. Pensei em ir atrás dela e perguntar o por quê de estar fazendo isso, só que Zack precisa de mim. Eu tenho que estar ao lado dele agora.
Voltei minha atenção para a frente e tentei imaginar onde ele possa estar, já que o perdi de vista no exato momento em que me virei para sua mãe.
O Central Park, meu subconsciente disse.
É uma ótima possibilidade, até porque o parque fica aqui nos fundos da lanchonete.
Corri até lá e agradeci mentalmente por ter vindo de tênis. Parei de correr no exato instante em que toquei a grama da entrada do parque. Foquei minha atenção em todos os possíveis locais em que ele possa estar se escondendo.
-Zack! -Gritei ao não encontra-lo em canto algum.
As pessoas que estavam caminhando olharam para mim.
-Droga, Zack. -Peguei meu celular no bolso bem na hora em que meu pai decidiu me ligar. Depois eu ligo de volta. Desliguei a chamada e disquei o número de Zack. Chegou a chamar só que ele não fez questão de atender, me deixando ainda mais preocupada. -Por favor não faça nada de cabeça quente. -Sussurrei como se ele pudesse me escutar.
Voltei a caminhar mais uma vez até chegar em frente ao parquinho em que Alicia brincou daquela vez que viemos aqui. Olhei para o mesmo lugar em que havíamos ficado e o encontrei sentado encostado em uma das enormes árvores. Sua cabeça está baixa e ele parece estar completamente abalado.
Não pensei duas vezes antes de ir até lá. Não fui correndo para não assusta-lo. Assim que cheguei próximo o suficiente, tentei não fazer muito barulho com os passos e me sentei ao seu lado. Escutei ele fungar o nariz.
-Ei. -Falei baixo e peguei em seu braço, lhe chamando a atenção. Ele levantou a cabeça assustado e pude notar o quanto seu rosto está vermelho.
-Ela não tinha esse direito. -Falou antes de desabar em lágrimas mais uma vez.
Passei meus braços ao seu redor e tentei lhe abraçar, já que ele ainda continua na mesma posição de antes, com as pernas dobradas para cima e os braços ao redor, como se estivesse se abraçando.
-Não podia ter feito isso comigo durante todos esses anos.
Quase não consegui escutar sua voz abafada.
-Por que ela me fez acreditar que estava morta? Por que me deixou sozinho todo esse tempo?
-Eu sei. -Falei tentando lhe acalmar. -Sei que é difícil pra você.
Ele fungou mais uma vez o nariz antes de levantar a cabeça e olhar para mim.
-Eu te disse que eu tinha algum problema, Alexia. Eu consegui fazer até mesmo minha própria mãe desistir de querer ser mãe.
-Não. -Peguei em seu rosto. -Por favor, não fala assim.
-Mas é a verdade. -Uma lágrima escorreu de seu olho esquerdo.
-Não sabemos o motivo de seu sumiço. Não tem como tirar uma conclusão, não ainda.
-Não tem uma explicação pra isso. -Deu de ombros. -Não existe absolutamente nada que faça com que ela possa me explicar o por quê de ter me abandonado. -Pausou um pouco. -Eu tinha três anos, Alexia. Três anos. -Deu ênfase. Após ficar um tempo em silêncio, ele riu de si mesmo. -E olha como eu fico por uma mulher que sequer se importa comigo. Eu sou um idiota.
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Eu odeio amar você
Novela JuvenilAh o ensino médio, o ensino médio é sem sombras de dúvidas o ano mais complicado para os estudantes. As matérias não são fáceis, as pessoas não são fáceis e os amores com certeza é o menos fácil. A vida de Alexia Gomes virou do avesso nesse último a...