JURAMENTO SOLENE

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Acordei toda partida, rasgada e muito maltratada com a voz de Meiying a sacudir toda minha alma. Ela me desamarrou os braços machucados, me ofereceu uma calcinha e um vestido e foi em busca de um copo com água antes de me deixar falar qualquer coisa; o policia então apareceu que nem um vulto, me deixando meio nervosa e confusa com aquela história.

Bebi muita água sempre com Meiying me pedindo muita calma sem eu perceber a verdadeira razão; o policia olhou para mim muito sério e fez sinal para Meiying me interrogar.

‑ O que aconteceu filha? Ele estuprou você?

Eu não percebi a natureza daquela pergunta e fiquei um pou‑ co atoa com a curiosidade de Meiying, será que ela chamou a policia pensando que eu fui estuprada?

Olhei para os seus rostos macambuzios esperando a mi‑ nha reação, encolhi os braços um pouco chateada com aquele pequeno velório, mas eles não se intimidaram e me fisgavam com muita compaixão descrevendo em suas faces umas linhas muito melancolicas. Eu então fiz sinal de contenção para tentar aliviar o clima, mas mesmo assim me olharam com muita pena e medo.

‑ Você conhecia Daniel Cortez? Namorava com ele?

O policia me perguntou com um pouco de receio ‑ Por favor

tem todo tempo.

Meiying me deu as suas mãos sempre confortadoras e eu agradeci deixando as minhas se envolverem naquele amor ma‑ terno que ela tinha por mim e olhei para o policia outra vez um pouco confusa com a sua pergunta. Ora, claro que o conhecia ele se deitou a noite inteira na minha cama. Tive um clarão que me iluminou todo corpo, pensei seriamente ao ver o policia ali, olhei em redor e não havia nenhum bilhete de Daniel, Meiying me olhou e começou a chorar... Nesse instante entendi a pre‑ sença do policia, juntei alguns fragmentos em minha cabeça apaixonada e fiz o meu relatório baseado nas emoções que me transmitiam.


‑ Daniel assaltou a nossa casa?

Meiying aquiesceu a minha pergunta me deixando a tremer e muito desiludida com a notícia. Eu nem queria acreditar que ele teve aquele charme todo só para roubar minha casa, me senti humilhada e desvalorizada.

‑ E o que ele levou ‑ Falei a medo.

‑ O pensador ‑ Respondeu o policia ‑ Ele só queria o pensador.

Derrocada. Pancada forte em mim. Hecatombe pura nos meus sentidos absortos.

Murchei que nem uma rosa em dias de inverno e senti meu rosto tornar‑se torrido puxando as lágrimas ocultas que amea‑ çavam beijar meu rosto.

‑ Quanto valia aquela estátua senhora? Olhei para o policia destroçada. A minha boca tremia em violências de emoções, como se tivesse adquerido uma epilepsia e não consegui fechar a boca entrando em pequenos soluços, tombando no rosto de Meiying. Matou. Daniel matou todo meu orgulho numa flecha certeira.

o assassino de corações - Falsa SubmissãoWhere stories live. Discover now