9. Paul

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Segunda-feira, Harry chegou no trabalho saltitante, cumprimentando a todos com um beijo e um abraço e sendo ainda mais gentil. Foi para sua sala e deixou sua bolsa sobre a mesa, logo se aproximando da janela e subindo as pernianas. Abriu o vidro e permitiu que a brisa da manhã banhasse seu rosto e sorriu grande.

- Hazzy, o que houve? - Liam apareceu e Styles deu um beijo estalado em sua bochecha, sentando-se em sua cadeira giratória e ligando o computador. - Você está... diferente.

- Estou feliz, Li! Essa viagem com Louis foi tão... especial. Romântica e íntima! - sorriu bobo, pensando em seu namorado.

- Você está apaixonado, bobinho. - sentou-se em sua frente e o fitou. - Como foi?

- Incrível. Ele é tão fofo e cute-cute! - apertou suas próprias bochechas. Payne franziu o cenho, ainda não ia com a cara de Louis, achava-o muito afobado, mandão e boca-aberta. Ele certamente não shippava os dois. - Li, estou apaixonado por ele. Louis me faz tão bem, tão feliz. Sinto-me cuidado perto dele, trata-me como se eu fosse uma flor delicada e preciosa.

- E se ele esquecer de regar essa flor delicada e preciosa? - murmurou. - Hazz...

- Olha aqui, Liam, eu sei que você não gosta dele. - suspirou. - Sei que não apoia nosso namoro e quer saber? Não estou nem aí. - fitou-o com seriedade, não aguentava mais a implicância de Payne. - Está óbvio que estou muito bem com Louis, por que só você não enxerga isso? Que tipo de amigo é você que não apoia minha felicidade?

- Harry! Não, Harry, não é isso! - deu a volta na mesa e o abraçou. O cacheado permaneceu imóvel, dessa vez não seria uma manteiga derretida. - Eu te amo, Hazz! Preocupo-me com você. Não acho que a personalidade do Louis seja boa para você.

- Liam, Louis é amigo de Zayn e nunca vi você dizendo a ele para se afastar. Por que quer que eu me afaste dele? - indagou, afastando a cadeira giratória e encarando o amigo. - Se sua preocupação é tão grande, por que não alerta o seu namorado? Certamente o homem com quem você quer passar a vida ao seu lado tem um lugar antes de mim em suas prioridades.

- Ele é teimoso feito uma mula. - suspirou. - Zayn conhece Louis há anos.

- E? Só porque eu o conheço há pouco tempo não significa que ele seja um homem ruim. - cruzou as pernas. - Ele é o meu namorado. Você sabe muito bem o quanto sofri quando terminei com o meu ex. Você sabe o quanto eu o amava. Não acha que tenho o direito de amar de novo? Não acha que devo ser feliz? Louis me faz bem, ele é gentil, fofo e carinhoso, sei que não vai me trair, ele tem planos para nós e queremos crescer juntos.

- Harry...

- Liam, eu sei que Louis está longe de ser perfeito, ele é um ser humano e comete erros. Não quero um príncipe encantado, quero um companheiro leal e amoroso e ele é isso. - sorriu, tocando a pulseira em seu pulso. - Pode achar que não combinamos porque nossas personalidades são fortes, por questões astrológicas, que seja! Independente do que você ache, eu mereço ser feliz. - fitou-o, seu coração se apertando. - Se não é capaz de me ver feliz, Liam, então você nunca foi meu amigo de verdade.

- O-o quê? - titubeou, nunca esteve preparado para ouvir tal coisa. - Harry, eu amo você! Claro que torço para sua felicidade, só tenho medo de se machucar. - agachou-se em sua frente e segurou suas mãos. - Sei que Louis é um homem legal, mas acho que você é frágil demais para aguentar um relacionamento ao seu lado. Ele parece querer as coisas rápido e creio que você não esteja preparado.

- Liam, eu não sou frágil. - inclinou-se em sua direção e franziu o cenho. - Eu estive fragilizado por alguns meses após o término com meu ex e isso aconteceu há três anos. - pontuou. - Louis é mais velho que eu, ele quer casar e ter filhos, sei disso. Comecei a namorar com ele já sabendo de seus sonhos. - explicou. - É um cara muito tranquilo e sei que não vai me apressar a nada. Por que acha que não vou aguentar um relacionamento ao lado dele?

- Acho que ele vai querer te controlar e você vai deixar porque estará entorpecido pelo amor.

- Liam, ele pode parecer controlador e realmente é em alguns aspectos, é mandão e teimoso sim, mas isso não vai me fazer deixá-lo. - disse calmamente. - Não vou permitir que ele controle minha vida por mim, que coisa mais absurda! Louis não ia querer isso, ele entende que sou um espírito livre e não gosto que alguém me barre.

- E se o ciúme dele for doentio?

- Ele é ciumento e eu também sou. Nenhum de nós passamos dos limites. Sei o que um namoro significa, Liam. Existem prós e contras e devemos colocar na balança. E eu vou continuar meu namoro. - falou. - Pode dizer o que quiser, vou namorá-lo.

- Certo, Hazz. - ergueu-se e beijou sua testa. - Você sabe o que é melhor. - mordeu o lábio e saiu de sua sala.

Harry arqueou a sobrancelha, cansado daquela reprovação idiota de Liam por Louis. Ele não deveria se incomodar, deveria? Quem namora Louis sou eu, não ele, pensou e começou seu trabalho.


~•~


Dois meses depois, eles partiam para Liverpool. Louis estava quase tendo um colapso por ter sua sogra no banco traseiro de seu carro, quieta, apenas observando a paisagem. Aquele silêncio estava mantando Tomlinson, nunca havia falado com Anne em sua vida e agora estava levando-a para outra cidade. Harry estava ao seu lado, é claro, empolgadíssimo por seu sobrinho ter nascido no começo da semana.

Gemma tinha dado à luz segunda-feira e quarta já havia voltado para casa. Como não puderam ir durante a semana, o cacheado insistiu para Louis acompanhá-lo no sábado e ainda dar uma caroninha para Anne, que passaria uma semana em Liverpool para ajudar a filha com a maternidade. Tomlinson achava que não era o melhor momento para se apresentar à família de seu namorado, deveriam marcar um jantar em um restaurante requintado ou até mesmo no apartamento de Styles, mas não quando sua irmã tinha acabado de ter um bebê. Era um momento delicado, talvez eles não se agradassem de conhecer alguém novo.

- Louis? - Anne chamou e o coração do genro acelerou. - Você é jornalista? - indagou. Deveria fazer algumas perguntas pertinentes para saber onde seu garotinho estava se metendo. Jamais impediria Harry de namorá-lo, só queria o conhecer melhor.

- Sim, dona Anne. Fiz faculdade de jornalismo e trabalho na Malik Group Publishing. - respondeu, olhando-a rapidamente pelo espelho do carro.

- Dirige algum jornal ou é colunista? - questionou e um arrepio percorreu o corpo de Tomlinson, tentava ao máximo afastar seus pensamentos daquele assunto, mas eles sempre voltavam.

- Mãe, ele é colunista. - Harry respondeu, vendo o desconforto que aquilo provocava no namorado. Acariciou sua coxa e sorriu carinhoso. - Pretende dirigir um jornal, é um de seus planos de carreira.

- Que legal! - sorriu, feliz. - Você é de onde? Londres?

- Doncaster. - sorriu. - Sou de Doncaster e fui para Londres muito novo.

- Entendo. Desejo felicidades a vocês. - disse e agarrou sua bolsa, voltando a focar na paisagem.

Chegaram em Liverpool cerca de meio-dia. Ah, pronto!, Louis pensou. A irmã dele vai me achar um morto de fome por ter chegado na hora do almoço!

Ele estacionou na frente da casa de fachada cor de pêssego e desceram do carro, pegando uma sacola de presentes no porta-malas. Harry sorriu e apanhou a mala pequena que trazia com duas mudas dele e do namorado, passariam a noite ali. Os dois Styles foram na frente enquanto Louis permanecia atrás, envergonhado.

Anne apertou a campainha e logo Phillip, marido de Gemma, abriu a porta. O homem vestia uma calça jeans desbotada, camiseta preta e tinha cabelos castanhos na altura dos ombros. Sorriu grande para a sogra e cunhado e franziu o cenho para o desconhecido.

- Perdão, quem é você? - perguntou e o cacheado sorriu, segurando na mão do mais velho.

- É o meu namorado. - apresentou. - Louis, este é Phillip, meu cunhado. Phillip, este é Louis, meu namorado.

- Prazer em conhecê-lo. - apertou sua mão com cortesia. - Gems está no jardim com o bebê. - informou e os quatro seguiram para lá, vendo uma mulher na casa dos trinta anos em uma rede, que estava parada sob a sombra de uma árvore. Ela estava com um pacotinho verde nos braços e levantou a cabeça ao ouvir os passos dos visitantes na grama, quebrando alguns gravetos. - Temos visitas, querida.

- Mãe! - sorriu grande, expondo suas covinhas, como as do irmão. Anne a abraçou e pegou o pacotinho, observando seu primeiro netinho. - Hazz!

O mais novo bagunçou seus cabelos e ela olhou confusa para Louis, que estava acanhado.

- Lou, venha aqui. - seu namorado pediu e ele se aproximou, sorrindo para a cunhada. - Gems, este é o meu namorado, Louis.

- Oi! - ela se ergueu da rede e o abraçou, dando tapinhas em suas costas. - Como vai?

- B-Bem, obrigado. - suas bochechas coraram. - Parabéns pelo bebê.

- Obrigada. Ele é meu amorzinho. - olhou para o filho, que estava nos braços da avó. - Vamos para dentro, lá vocês podem sentar, tomar uma água...

Caminharam para a casa grande e sentaram-se na sala de jantar. Phillip ofereceu água para os visitantes e disse que logo o almoço ficaria pronto, indo para a cozinha terminar de prepará-lo.

- Então você está namorando? - ela olhou para o irmão. - O que te fez amolecer o coração, Harry? Uma gravidez indesejada? Devo me preparar para ser titia?

- Gemma! - repreendeu, afagando a coxa de um Louis apreensivo. - Estamos namorando há três meses!

- Hm, com todo o respeito, deve se preparar para ser titia daqui alguns anos. - Tomlinson sorriu, ainda tímido. - Queremos ter um bebê.

- Daqui muitos anos. - o cacheado reforçou. - Nosso namoro ainda é recente, temos muito chão pela frente.

- Faz bem pensar assim, filho. - Anne deu tapinhas em seu ombro. - Casar quando a paixão é muito forte pode ser um grande erro. Esperem completarem pelo menos três anos de namoro antes de pensarem em casamento, a paixão vai diminuindo e vocês começam a pensar direito. - sorriu. - Conhecem-se melhor, pensam se realmente querem casar, se os planos batem... vocês são jovens, não precisam casar correndo.

- Nem se um bebê surgir. - Gemma sorriu. - Estamos no século XXI, não vamos te expulsar de casa se aparecer grávido fora do casamento.

- Até porque eu tenho o meu próprio lar, né, Gemma? - cruzou os braços. - Vocês estão me fazendo passar vergonha! Faz parecer que vivo no mundo da lua ou pior, que só penso em sexo!

- Maninho, você está na frente de sua família e de seu namorado. - ela riu. - Não precisa ter vergonha, mamãe trocou suas fraldas, eu te dava banho quando era criança e certamente Louis já te viu pelado, não precisa de pudores.

- Filha. - Anne a repreendeu ao ver as expressões de seu caçula.

- Eu... Nós nos previnimos, tenham certeza que nossa família não vai aumentar nos próximos anos. - Harry garantiu. - Pelo menos não de minha parte.

- Se aumentar, meu anjo, não tem problema. - sua mãe sorriu. - Desde que esteja feliz, estaremos felizes.

Louis sorriu ao ver sua sogra demonstrando todo o apoio à relação deles, sabia que seria muito querido pelos Styles. Relaxou um pouco, deixando seus músculos menos tensos e fitando o bebê no colo de Anne. O neném tinha cabelinhos castanhos e bochechinhas rosadas. Não podia ver suas íris porque o pequenino dormia tranquilamente nos braços da avó.

- Pode pegar, Louis, ele não morde! - Gemma sorriu. Ela estava feliz pelo irmão, seu cunhado parecia ser muito gentil e atencioso e sabia que precisava de um pouco de paciência para lidar com Harry.

Anne colocou Paul no colo de Tomlinson e ele arregalou os olhos, ajeitando o recém-nascido com cuidado, percebendo como ele era minúsculo e frágil. Teve medo de quebrá-lo. Sorriu bobo para a criancinha e acariciou suas bochechinhas com a ponta dos dedos, logo segurando sua mãozinha com ternura. Já poderia chamá-lo de sobrinho ou ainda era muito cedo?

- Ele é lindo. - murmurou, completamente apaixonado. - Olhe como Paul é fofinho, Hazz! Parece... Parece você. - franziu o cenho ao constatar isso.

- Mamãe disse a mesma coisa quando viu a foto dele pela primeira vez. - Gemma resmungou. - A gente se esforça tanto e o bebê nasce com a cara do tio. - brincou e Harry lhe mostrou a língua.

- Idiota. Ele é lindo. - gabou-se, deitando a cabeça no ombro de Louis e contemplando seu amado sobrinho. - Paul é adorável. Como foi o parto?

- Doloroso, é óbvio. - gemeu baixinho, lembrando de seus momentos no hospital. - Felizmente a equipe que me atendeu foi um doce, porque eu estava um porre. Com dor, com fome, cansada, estressada. Phillip só ficou ao meu lado porque é meu esposo e pai de Paul e ai dele se não ficasse.

- O importante é que está tudo bem agora. - Anne apertou as mãos da filha, sorrindo grande.

Logo Phillip anunciou o almoço e trouxe as panelas com a ajuda de Harry e da sogra. Louis continuava apreciando o menininho, maravilhado. Gemma o observava, sorrindo ao ver sua paciência e carinho com o neném. Teve a certeza de que Tomlinson seria um ótimo pai quando chegasse a hora.

Almoçaram tranquilamente e passaram a tarde conversando, atualizando as novidades e algumas fofocas. À noite, Phillip e Gemma cederam um quarto de hóspedes para o irmão e o cunhado e outro para Anne.

- Você fica tão fofinho com um neném nos braços. - Harry falou, dobrando suas roupas e as deixando sobre uma cadeira. Já havia vestido seu pijama de ursinhos e feito sua higiene noturna, preparando-se para dormir. Louis estava na cama, coberto com o edredom e vestido com uma samba-canção xadrez e camiseta branca larga.

- Estou me preparando para os nossos filhos. - selou seus lábios quando o cacheado se acomodou na cama.

- Isso é sério? - arregalou os olhos.

- Sim.

- Você sabe que vai demorar, não sabe?

- Sei. Só depois do casamento. - beijou sua testa e o coração do mais novo acelerou. Casamento. Oh, ele pretende se casar comigo algum dia, pensou. - Daqui alguns anos.

- Não precisamos casar. - falou e o outro pareceu instisfeito. - Como diz minha avó, podemos apenas juntar os paninhos de bunda.

- Não vamos morar juntos sem um casamento. - fez uma careta. - Nem que seja só no civil, faço questão de passar por todas as etapas. É uma tradição.

- Lou, nós moramos de frente um para o outro. - arqueou a sobrancelha. - O que custa eu fazer uma mala e ir para seu apê? Ou você ir para o meu?

- Não tente me dobrar, mocinho. - ralhou. - Morar junto sem casar? Não comigo. Podemos demorar o tempo que for, não vamos juntar escovas de dentes ou panos de bunda antes do casamento.

- Sunshine, casar custa dinheiro. - pegou em seu ponto fraco. - E é só um papel.

- Eu sei. - olhou-o, visivelmente incomodado. Bateria naquela tecla e não daria o braço a torcer. Louis queria um relacionamento estável e duradouro e para ele era sinônimo de casamento. O matrimônio para o colunista era uma etapa importantíssima na vida de um casal. - Quero casar.

- Quer saber? Vamos dormir. - desistiu daquele assunto por ora, cansado demais para aquilo. - Ainda temos três meses de namoro, muito cedo para pensar em outras coisas.

Tomlinson resmungou e ajeitou-se nos travesseiros, fechando os olhos e abraçando o namorado. Estava pronto para continuar aquela conversa, mas sabia que ter uma dicussão na casa de sua cunhada não contaria pontos para si. Naquele momento percebeu como suas personalidades convergiam e se Harry fosse uma pessoa mais inflamada, com certeza já estariam aos gritos.

Suspirou e se entregou ao mundo dos sonhos.


~•~


Louis bateu a porta de sua sala irritado, atraindo o olhar de alguns de seus colegas de trabalho. Não ligou para aquilo e ajeitou sua bolsa sobre os ombros, caminhando apressado pelo corredor. Alguém agarrou seu braço e se virou pronto para dar um soco, abaixando a mão ao ver seu amigo irlandês com um olhar preocupado.

- Louis, o que houve? - perguntou, trazendo-o para dentro de sua sala para que Tomlinson não fosse observado pelos outros colunistas.

- Eu não aguento mais essa tensão, Niall! - passou a mão pelos cabelos, se jogando no pequeno sofá que havia ali. - Cristo, todos os dias tem alguém me observando. Isso quando os estagiários não ficam comigo durante o expediente! Pelo amor de Deus, eu não aguento mais!

- Acalme-se, Lou. - serviu um pouco de chá em uma xícara e deixou em suas mãos. - Você precisa se manter forte para conquistar o que tanto desejou. Ninguém disse que seria fácil.

- Niall, Doniya está me matando sem saber. - grunhiu. - Sempre foi o meu sonho! Por que estou agindo dessa maneira? Por que não consigo simplesmente relaxar e deixar levar, fazer meu trabalho como sempre fiz?

- Porque você está nervoso. Ansioso para saber o resultado. - acariciou seus ombros. - Sabe que também estou sendo avaliado.

- Então por que não está desse jeito? - indicou a si mesmo, indignado. - Por que está tão calmo?

- Porque não faz tanta diferença para mim, Louis. - sorriu amoroso. - Ed vive pelo mundo, dificilmente vem para casa. - deu de ombros. - Já saí da Irlanda e vim para cá, se eu tiver que me mudar para a Austrália, mudarei. Meu marido viaja o ano inteiro e vai continuar viajando, eu estando aqui ou não.

- Ah, Ni, odeio me sentir assim. - resmungou. - Parece que perco o controle dos meus sentimentos e isso me deixa puto.

- Mas é um capricorniano mesmo. - riu, beijando sua testa. - Vá para casa. Vá para Harry, ele saberá te ajudar melhor do que eu. - disse e Louis se ergueu, terminando de beber o chá e o deixando sobre sua mesa. - E tente relaxar sua mente para escrever a coluna. Dá para perceber que está nervoso através de sua escrita.

Louis assentiu, sentindo-se mais calmo. Saiu dali e dirigiu para a agência onde Harry trabalhava, esperando seu namorado. Sorriu quando ele avistou seu carro e caminhou até o veículo, acomodando-se no banco do passageiro. Como sempre, selou seus lábios com carinho e deu um beijinho de esquimó.

- Oi, sunshine. - afagou suas bochechas e o fitou, percebendo que algo estava errado. - O que foi?

- Estou cansado, preciso relaxar. - murmurou e o outro assentiu, preocupado. Colocou seu cinto e tirou o jornal da bolsa, não tivera tempo de ler de manhã.

Abriu o The British One e leu a coluna de gastronomia, tinha uma receita interessante e pensou em fazê-la algum dia. Viu as notícias e chegou na parte da astrologia. Franziu o cenho ao ler, parecia que o autor estava revoltado com o mundo.

- Lou, seu colega está bem? - perguntou inocentemente, analisando o horóscopo.

- Que colega?

- O colunista de astrologia. A escrita dele mudou nos últimos dias. Parece mais... agressivo.

- Eu sou o colunista de astrologia. - falou, não precisava guardar segredos de seu namorado. Olhou-o quando parou o carro no semáforo, Harry estava de olhos arregalados e boca entreaberta.

- Por que nunca me disse?

- Não achei necessário falar. - deu de ombros. - Falei para descobrir sozinho naquela época e nunca mais voltamos no assunto.

- Essas previsões são reais ou inventadas?

- Não sou astrólogo para prever os signos ou algo do tipo. Aliás, uma pessoa não é somente o signo solar, existe o ascendente, os planetas e tudo o mais. - explicou. - Estas previsões não são reais. - revelou. - Se quiser saber mais sobre, visite um astrólogo, tenho muitos contatos, eles vão te explicar melhor.

- Eu só... Eu leio por hobby. - deu de ombros. - Bem que percebi que as previsões de Aquário estavam corretas.

- Coloquei mensagens escondidas em seu signo. - confessou, suas bochechas coradas.

- Bobo. - selou seus lábios e afagou sua coxa. - Você anda ainda mais nervoso, não é? - preocupou-se, estava percebendo suas mudanças.

- Estou cansado. Não aguento mais essa espera. - respirou fundo, manobrando para entrar na garagem do prédio em que moravam. Estacionou em sua vaga e grunhiu, tirando o cinto e olhando para o namorado. - Estou ansioso. Ter um pouco de ansiedade é normal, digo, uma pessoa se empolgar a espera de um resultado é natural. Mas acho que a minha ansiedade está passando dos limites.

- Isso significa que você deve procurar um psicólogo.

- Não vou procurar um psicólogo. - olhou-o de soslaio e saiu do veículo. Harry o acompanhou e entrelaçou suas mãos. - Estou... estou levando.

- Louis. - seu tom foi repreensivo.

- Preciso de férias. - apertou o botão do elevador. - Mas só tenho daqui dois meses.

- Em Agosto. - sorriu. - As minhas também são nesse mês. Poderíamos viajar, para um lugar bem calmo e relaxante.

- Hm, o Sul da França. - gemeu em aprovação. Existiam algumas praias paradisíacas e desertas por lá.

- Vou pesquisar os preços, ok? - indagou, se animando. - Nós dois, em uma praia tranquila...

- Céus, que sonho. - disse baixinho. - Serão as melhores férias da minha vida.

Harry selou seus lábios quando entraram no elevador vazio. Sabia exatamente o que fazer para ver seu namorado bem e feliz.

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