12. Airport

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Louis olhava para a estrutura de vidro em sua frente, seu interior iluminado com uma coloração amarela enquanto a Lua nascia no leste, redonda e cheia. Ele suspirou, tirando a chave da ignição e olhando seu namorado, que estava no banco do passageiro, de olhos marejados e tristonhos.

- Hey, amor. - chamou, segurando sua mão com delicadeza e beijando os nós de seus dedos. - Vai ficar tudo bem.

- Vou sentir sua falta. - disse baixinho.

- Também sentirei a sua, bebê. - abriu seu cinto e se ajeitou no banco, afagando sua bochecha com carinho. - Amo você.

- Faltam... faltam quantas horas para o seu vôo? - enxugou o rosto, algumas lágrimas teimosas haviam escorrido por suas bochechas rosadas.

- Duas. - olhou em seu relógio de pulso. O acessório foi um presente de Harry nas últimas duas semanas. Era belo, com a pulseira em um elegante tom de cinza cromo e o visor rodeado com prata. Era digital e acendia sempre que fazia movimentos mais bruscos com o braço.

- Já ajustou o relógio para o horário australiano?

- Não e nem vou. - selou seus lábios e sorriu. - Este presente só será usado aqui, com você.

- E vai ficar perdido no tempo? - franziu o cenho.

- Tenho outro relógio. Velhinho e analógico, mas funciona perfeitamente. - fitou-o com ternura. As íris estavam mais claras que o normal devido às lágrimas, as escleras avermelhadas pelo mesmo motivo e as pupilas dilatadas por estarem em um ambiente escuro.

Harry sorriu pequeno e acariciou seu rosto, descendo seus dedos pela aspereza de sua barba rala, chegando ao seu pescoço, à gola da pólo e ao primeiro botão, que foi aberto discretamente. Estavam próximos, suas respirações se misturavam, acelerando aos poucos. O cacheado resvalou seus narizes sensualmente, logo conectando suas bocas, um beijo casto e amoroso.

Louis mordiscou o lábio inferior de Styles, levando sua mão aos cachos sedosos. Puxou a carne avermelhada entre os dentes e sentiu sua língua pedir passagem, que foi rapidamente concedida.

Para Harry, era como se fosse a primeira vez. Seu coração estava acelerado e um friozinho se instalava em sua barriga, estava nervoso. Grunhiu e apertou o ombro do namorado, separando suas bocas com selinhos. Encarou-o e sorriu malicioso.

- Já que amanhã não estará mais comigo, pode me amar uma última vez? - sussurrou e Louis riu baixinho.

- Eu estarei com você. Em seus pensamentos, em suas mensagens...

- Bobo. - balançou a cabeça.

O mais velho puxou-o para seu colo, apertando sua cintura com delicadeza. Desceu suas mãos para a bunda redondinha e a apertou, friccionando seus corpos. Harry gemeu baixinho e o beijou mais uma vez, movendo seu quadril lentamente, levando sua boca para o maxilar barbado e dando mordidinhas sensuais. Passou a língua pelo seu pescoço, apreciando o cheiro gostoso de seu perfume e sorrindo quando ele o apertou com mais força.

- Temos que ser rápidos e discretos. - Tomlinson murmurou, abrindo os botões da calça preta do namorado.

- Céus, eu deveria usar saias! - resmungou, erguendo-se o suficiente para que Louis abaixasse a vestimenta junto com a cueca, logo voltando a se sentar em seu colo. - Calças são um transtorno na hora da rapidinha.

- Prefiro te ver completamente nu. - agarrou seus cabelos, puxando-os para trás e permitindo que o pescoço de Harry fosse exposto. Beijou a pele pálida, deixando marcas que sumiriam em questão de segundos. - Todo para mim... Oh, como amo! Explorar seu corpo, beijar seus mamilos e ouví-lo gemer sob meu corpo...

- Não me faça passar vontade, Louis, não temos tempo e nem espaço para isso. - ofegou, rebolando em seu colo, o atrito do jeans do namorado contra sua pele nua dava uma sensação áspera e exótica.

Abriu o cinto do mais velho e os botões de sua calça, descendo o suficiente para libertar seu falo rígido. Acariciou a região, subindo e descendo sua mão devagar, vendo Louis jogar a cabeça contra o banco e entreabrir os lábios.

- Tem algum lubrificante aqui? - indagou, apertando sua glande entre os dedos, intensificando os movimentos.

- Hm... Hm, não. - ofegou. - Nada, não tenho nada.

Harry engoliu em seco, teria que dar um jeito nisso. Ajoelhou-se com dificuldade, sentindo o volante pressionar suas costas e tendo o cuidado para seus pés não apertarem nenhum dos pedais. Céus, que posição mais difícil, pensou.

- Quer ir para o banco de trás? - Louis indagou, vendo seu namorado espremido aos seus pés.

- Deite o seu banco. - pediu e ele o fez. Harry ficou aliviado quando pôde apoiar seus joelhos no assento e se inclinar para fazer o que tanto queria.

Lambeu a cabecinha devagar, lambuzando-o de saliva. Louis gemeu sôfrego e puxou seus cabelos, mordendo seus lábios com força quando Styles o envolveu por completo, sugando com uma necessidade absurda, como se sua vida dependesse disso.

Acariciou suas bolas suavemente, puxando-as para baixo e pressionando seu períneo. Harry sabia como enlouquecê-lo, tinha todas as cartas na manga e Louis estava louco para que as usasse. Porém, seus pedidos silenciosos não foram atendidos.

O cacheado se ergueu quando o deixou completamente lambuzado de saliva e pré-gozo, engatinhando até pressionar suas intimidades. Segurou-o e o posicionou em sua entrada, descendo com cuidado por não ter se preparado e pela escassez de lubrificante.

- Hm... - arfou quando sentou por completo, encarando Louis sob seu corpo, ofegante.

A luz da Lua adentrava pelas janelas do carro, iluminando seus corpos suados. As pequenas gotinhas do suor na testa de Tomlinson davam a impressão que ele estava coberto com pequenos diamantes e que suas íris eram safiras do mais puro quilate. Harry sorriu apaixonado, inclinando-se para beijar seu anjo de olhos azuis.

- Eu te amo. - falou com sinceridade, afagando seus cabelos e os levando para trás. - Promete me ligar todos os dias?

- Prometo. - subiu as mãos por suas coxas, arranhando-as com as unhas e chegando em sua cintura.

- Promete não se esquecer de mim? - circulou seu lábio inferior com o polegar, descendo o dedo por seu pescoço, deixando um rastro ardente na pele de Louis. Abriu o outro botão da pólo e se moveu devagar.

- Como poderia? - ele segurou sua mão direita e beijou sua aliança de prata. - Você é o meu namorado. É o amor da minha vida.

Harry sorriu e apoiou seu peso nos ombros de Louis, subindo e descendo em seu colo, sentindo-se deliciosamente preenchido. Conectou seus olhares, nenhuma palavra precisava ser dita naquele momento, um sabia o que o outro pensava. Estavam mergulhados em uma bolha que não envolvia somente o desejo, mas também muito amor, respeito e cumplicidade.

Tomlinson agarrou seu corpo, deitando-o sobre seu peito. Moveu seu quadril com rapidez, ouvindo o grito sofrido que Harry emitiu, completamente mergulhado no prazer. Beijou suas bochechas e pescoço, até onde a camisa estampada permitia. Sentiu seu orgasmo se aproximar quando ele se contraiu ao seu redor, do mesmo modo que o seu próprio ápice chegava.

- Oh, Louis... - Styles soltou um gemido lânguido quando gozou entre seus corpos, sujando suas vestimentas com o líquido viscoso.

Louis continuou a se mover e grunhiu quando gozou, abraçando o corpo do rapaz. Beijou-o lentamente e afagou suas bochechas rosadas. Levou os cachos suados para trás e sorriu terno, amava tanto seu garoto.

- Posso estar em qualquer lugar do mundo, Hazzy, mas vou levá-lo comigo. Em meu coração. - sussurrou e o outro sorriu, uma lágrima escorrendo por sua bochecha e pingando no rosto de Tomlinson.

- Você, Sr. Tomlinson, sabe seduzir como ninguém. - riu, sentando-se e procurando suas roupas. Foi para o banco do passageiro e vestiu sua cueca, tendo uma certa dificuldade para colocar a calça apertada. - É ótimo com as palavras.

- Fico feliz em ouvir isso, sweet. - ajustou o banco para a posição inicial e subiu suas roupas, fechando o zíper da calça.

- Vamos? - questionou.

Louis assentiu e saíram do carro, passando as mãos por suas roupas para desamassarem as peças. Tomlinson pegou suas malas e as guiou para o aeroporto com a ajuda do namorado, logo colocando-as em um carrinho. Fez o check-in após enfrentar uma longa fila e despachou as três bagagens, pagando pelo excesso.

Entrelaçou suas mãos e caminharam pelo aeroporto, chegando ao portão de embarque. Um frio percorreu a espinha de Harry e ele quis chorar pela enésima vez naquela semana. Sentiria muita falta de Louis. O colunista ocupava um lugar extremamente importante na sua vida, não sabia como lidaria com sua ausência.

- Amor, tenho que ir. - Tomlinson ficou em sua frente, segurando suas bochechas. - Eu te amo. Muito, muito, muito. - sorriu, selando seus lábios.

- Também te amo, Lou. - abraçou-o, seus olhos ardendo para conter as lágrimas. Não se permitiria chorar ali, não queria que a última lembrança que Louis tivesse dele fosse olhos vermelhos e inchados e o rosto encharcado.

- Aqui. - tirou as chaves do carro do bolso e colocou nas mãos de Harry. - Pode usá-lo. Ele é todo seu até minha volta.

Styles balançou a cabeça, mas aceitou as chaves do veículo.

- E o novo inquilino? - questionou.

Louis optara por não vender o apartamento, pois não sabia o que acharia da Austrália. Preferiu alugar e garantir seu teto quando voltasse. Coincidentemente ou não, o locatário era o novo colunista de astrologia do The British One, um rapaz que concluíra sua faculdade poucos anos atrás e estava em busca de um emprego.

- Fique de olho nele. - pediu. - Conte-me tudo que acontecer. Posso estar longe, mas o apê ainda é meu. - seus ombros enrijeceram com a possibilidade de encontrar seu apartamento destruído quando voltasse.

- Certo. - respirou fundo.

Passageiros do vôo 2888, com destino a Camberra, embarque imediato.

- É o seu. - Harry falou, selando seus lábios mais uma vez. - Vá.

- Sentirei sua falta, sweet. - beijou sua testa carinhosamente e Styles viu seus olhos molhados e avermelhados pelas lágrimas. - Amo você.

- Também sentirei a sua. - deu um beijinho de esquimó e sorriu. - Vá. Ligue-me quando pousar.

- Certo. - caminhou para o portão de embarque e foi doloroso para soltar sua mão, mas o fez. Enxugou uma lágrima que insistiu em escorrer e colocou sua bolsa sobre a esteira passando pelo detector de metais.

Apanhou a bolsa e se virou, fazendo um coração para Harry, que retribuiu. Louis moveu os lábios em um "amo você" e o cacheado acenou, vendo-o partir.


~•~


Viver longe de Louis não estava sendo fácil. Para começar, Harry voltou a estar sozinho e perdeu as caronas matinais. Claro que poderia dirigir o carro do namorado, mas decidiu usar o veículo apenas em dias chuvosos ou muito frios, preferia caminhar para espairecer.

Quando saía do trabalho, ia direto para seu apartamento e se enfurnava ali até a manhã seguinte. Estava voltando a ser quem sempre foi. Sozinho.

Antes de Louis, apesar de morar com Anne, não saía de casa. Mal falava com as pessoas, ficava em seu quarto lendo um livro ou pensando em algum projeto. Sempre foi muito recluso e encontrar o vizinho atirado e sem papas na língua ajudou o publicitário a ver o mundo de outra forma. Tomlinson sempre o levava para sair e estava ao seu lado para assistir comédias românticas ou rir enquanto faziam o jantar.

Com Louis, Harry não se sentia tão sozinho. Estranhamente, o colunista lhe dava ânimo e disposição para fazer tudo o que desejasse, mas tê-lo longe... tê-lo longe fazia o Harry instrospectivo voltar. Ficava fechado em seu próprio mundo, pensando em seus problemas e sonhos, sem dar importância para o que acontecia fora das paredes do apartamento.

Uma vez, quando ainda era adolescente, seu psicólogo falou que sua introspecção era uma faca de dois gumes. Do mesmo modo que ele tinha conhecimento do próprio eu, sua reclusão também poderia desencadear um quadro depressivo.

Harry suspirou, enrolando-se no cobertor. Estava na sala, depois de um dia de trabalho, terminando de assistir uma comédia romântica. Contudo, não prestou atenção no filme, já que sua mente desviou para uma análise íntima de passado e presente.

- Ah, Louis, você dá cor ao meu mundo. - murmurou para si mesmo, apanhando o celular.

Já estava há uma semana sem o namorado. Louis havia lhe dito que após desembarcar em Camberra, a capital australiana, foi para Sydney, onde estava a sede do The Australian Daily. Trocavam mensagens constantemente, mas sem sempre conseguiam fazer uma ligação, o fuso horário australiano tinha nove horas a mais que o britânico. Geralmente, falavam-se quando eram nove horas da noite em Londres, Tomlinson sempre estava com a voz ensonada por ter acabado de acordar.

Styles desligou a televisão e se ergueu, decidido a esquentar o jantar. Estava cedo, mas não tinha nada para fazer a não ser comer. Franziu o cenho ao perceber que eu celular vibrava sobre a bancada e o pegou, vendo o nome de Louis na tela.

- Lou? - atendeu, preocupado. Eram quatro horas da manhã em Sydney, deveria estar dormindo para não cair de sono durante o trabalho.

- Oi, Hazz. - o publicitário jurou que ele estava sorrindo do outro lado da linha. - Como você está?

- Estou bem, e você?

- Sofrendo de uma insônia infeliz. - resmungou. - Poxa, tomei um cafézinho depois do jantar e isso tirou meu sono completamente.

- Ah, amor, que triste. - mordeu o lábio. - Pensou em tomar um chá?

- Já tomei e não adiantou nada. Camomila, você diria? Se sim, tomei uma caneca.

- Conseguiu achar um apartamento?

- Sim. - sorriu. - Alugado, é claro. Não quero comprar nada até estar estabilizado.

- Oh. Está gostando da Austrália?

- Yeah. Aqui é quente. - riu baixinho. - E as praias são lindas.

- E seu trabalho? Como está se sentindo?

- Realizado. - suspirou. - Tudo o que eu sempre quis, mas sinto falta do friozinho inglês. E de você também, é claro. É muito bom ser editor, sou o chefe. Mas tenho um chefe também. Que tem outro chefe, que no caso é Yaser.

- Espere. - fez uma pausa, confuso. - Yaser é o pai de Doniya e Zayn.

- Ele é o dono da Malik Group Publishing. - falou. - Doniya gerencia a MGP na Inglaterra e o The British One.

- Doniya tem duas funções?

- Sim. Ela poderia ter escolhido outra pessoa para comandar o The British One, mas preferiu continuar. Resumindo, ela se mata de trabalhar. - explicou. - O meu chefe aqui é Miki Duncan, responsável pela MGP na Austrália. Não sei como Yaser conseguiu contratar esse homem, nunca vi um cara mais chato na vida! - parecia irritado. - Toda vez que mostro a ele o jornal pronto, ele acha um defeito. Que inferno!

- Bem, nada é perfeito. - sorriu em solidariedade, mesmo sabendo que ele não o veria.

- Você acredita que ele me pediu para buscar café para ele?

- Mentira! - riu. - E você buscou?

- Claro que não! Ele que vá buscar seus próprios cafés. - disse e Harry balançou a cabeça, mordendo o lábio. Seu namorado era impossível. - E você, amor? Como vai seu trabalho?

- Corrido. Aceitamos fazer uma campanha para uma marca famosa e a dona é bem exigente. - suspirou.

- Liam continua implicando com você? Sobre nosso namoro?

- Não, ele está calado. - colocou um cacho atrás da orelha. - Ainda bem, porque se ele começar a falar abobrinhas, vou dar um corte certeiro!

Louis riu e o mais novo contou mais algumas novidades, disse que Paul já tinha três meses e visitaria sua irmã e sobrinho ainda naquela semana.

Tomlinson ouviu com atenção, ficando feliz por todos em solo inglês. Ele sentia tanta falta de seus amigos e familiares, principalmente do namorado. Não seria fácil tentar se estabelecer em um local desconhecido, mas tinha que tentar, não?

E ele tentaria, planejava ter filhos com Harry e pensava em suas crianças. Queria dar uma vida boa para os pequenos, mesmo que não fossem tê-los por um bom tempo.

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