15. Beatrice

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Harry se abaixou com dificuldade para pegar o envelope grande no chão, acompanhado de uma caixa fina e comprida, porém larga. Parecia um caderno, mas ele sabia o que tinha ali. Seu álbum do ensaio fotográfico e as melhores fotos guardadas no envelope. Apanhou-os e sorriu terno ao fechar a porta, escorando-se na madeira fria.

Tocou sua barriga grande e redonda, já estava com nove meses e o parto estava agendado para daqui duas semanas. O tempo passou mais rápido que ele imaginara, na correria do trabalho e com a ansiedade para o nascimento, mal se deu conta de que a paternidade chegaria em poucos dias.

Seu médico insistiu para que ele fizesse o parto no fim do oitavo mês, mas Harry negou e falou que esperaria o tempo do bebê, adiando a cirurgia o máximo que conseguiu. Havia marcado a cesariana exatamente no dia da DPP, dia quinze de junho. O mês havia acabado de começar e ele estava nervoso, não sabia como se sairia como pai.

Só poderei voltar em julho ou agosto, lembrou-se de Louis falando aquilo e um arrepio percorreu sua espinha, estaria sozinho. Caminhou pelo seu apartamento, indo para o quarto que tinha preparado para a chegada da criança. Ficava ao lado do seu, as paredes eram de cores neutras e os móveis brancos. A decoração era simples, com ursinhos de pelúcia, mas era igualmente adorável. Harry se sentou na cama de solteiro que havia ali e mordeu o lábio ao sentir o bebê mexer.

- Ah, anjinho, queria que seu papai estivesse aqui, huh? - conversou com seu neném. - Ele estaria tão feliz!

Louis estava igualmente ansioso e ajudava-o do jeito que podia. Optaram por não saberem o sexo do bebê antes do nascimento e tudo era neutro. Tomlinson comprava muitas coisas na Austrália e mandava para Londres através de uma transportadora. Alguns jogos de berço, brinquedos e macacões haviam sido mandados por ele.

- O papai te ama muito. - sorriu, afagando a barriga grande. - Louis e eu. Tenho certeza que seu outro papai vai te mimar muito! Lou é tão babão com crianças. - abriu o envelope e sorriu grande ao ver as fotos dele em preto e branco, sua silhueta marcada contra o fundo claro.

Observou melhor, analisando as curvas de seu corpo. A bunda empinada e de tamanho mediano, seus cachos caindo por seus ombros, as mãos entre os fios sedosos e a cabeça jogada para trás. Sua barriga estava um pouco menor, já que havia sido fotografado no mês anterior, com oito de gravidez.

Passou para a próxima foto, onde sua barriga era o foco, com suas mãos a acariciando. Também era em preto e branco e uma lágrima de saudade escorreu por sua bochecha ao ver o anel de noivado em sua mão direita.

Como pude esquecer?, se questionou. Estava tão atarefado com o nascimento do bebê que nem se deu ao trabalho de procurar algo para o casamento. Afinal, quando Louis o pediu em noivado, obviamente planejava casar. Ninguém pede uma pessoa em casamento de brincadeira, pensou. Suspirou, esperava que seu noivo não se decepcionasse ao chegar e ver que nada estava planejado, nem mesmo a lista de convidados.

- Ele vai ter que compreender, não é, bebê? - perguntou. - Não posso resolver tudo sozinho, tenho que cuidar de nós dois e já é uma tarefa difícil. - balançou a cabeça. Sua criancinha era sua única companhia na maioria dos dias.

Ouviu seu celular tocar e se sobressaltou, pegando-o no bolso do robe fofinho. Viu o nome de Louis na tela e sorriu, atendendo a chamada.

- Como estão os meus amores? - ele falou do outro lado do mundo.

- Estamos bem. - Harry sorriu. - Nosso filhote está dando chutinhos aqui. - tocou o ventre, sentindo o pequeno se mexer.

- Você marcou a data do parto?

- Daqui duas semanas. Dia quinze. - murmurou. - Você não vai poder vir, não é?

- Creio que não. - suspirou. - Mesmo com meus cinco dias de licença... as passagens estão mais caras nesta época do ano, o verão está chegando na Inglaterra. - seu peito se apertou. - Queria muito te acompanhar no parto, mas prefiro ir em julho, entende? Ficarei mais tempo com vocês. Se eu for durante minha licença... talvez não consiga voltar em julho. Cinco dias é um período muito curto.

- Entendo, Lou. - disse entristecido. Como ele me pede em casamento sendo que não podemos ficar juntos? - Está ansioso para descobrir o sexo do nosso neném? Tem algum palpite?

- Acho que é uma menina. - falou e Harry soube que ele estava sorrindo do outro lado. - E você?

- Bem, creio que seja um garotinho.

- Temos que pensar em nomes, Harry. Demoramos muito para pensar nisso. Você está prestes a ganhar a criança e ainda não decidimos como vamos chamá-la.

- Se for menina, podemos colocar Beatrice. Ou Sophia.

- Gostei desses. Se for menino, Owen. Ou Brian.

- Owen não, Louis. - resmungou. - Que nome horroroso! - balançou a cabeça e o neném deu um chute. Claramente ele discorda, pensou. - Diana também é interessante.

- Beatrice. - afirmou. - Gosto mais desse.

- Nossa pequena Bea. - sorriu. - Ou nosso pequeno Brian.

- Registre um desses nomes, mocinho. Ficarei muito triste caso não fizer isso. - alertou.

- Dependendo de quando você chegar, talvez eu deixe você bater na minha bunda por isso. - provocou.

- Não faça isso comigo, Styles. - grunhiu. - Não fale obcenidades, sabe que vamos passar vontade.

- Infelizmente. - suspirou. - As fotos do ensaio acabaram de chegar.

- Mande-me. Quero ver como ficou lindo com esse barrigão! - animou-se. - Ah, nosso bebê...

Conversaram mais um pouco, até que Harry se despediu e desligou a chamada, mandando para ele sua foto preferida.



A cada dia fico ainda mais apaixonado por você, amor. Esta foto está linda!

Foi a resposta de Louis e Harry se sentiu tímido de repente. Ver sua barriga fotografada de maneira tão amorosa e terna o fazia se sentir daquele jeito. Suas bochechas esquentaram e ele mordeu o lábio.

Terminou de trocar mensagens com o namorado e folheou seu álbum, com fotos igualmente belas e tocantes. Levantou-se com dificuldade, sua lombar doía frequentemente e naquele dia estava pior. Gemeu e caminhou para a sala, guardando as fotos na estante.

- Porra! - gritou ao sentir uma pontada nas costas, que se alastrou pela lateral de seu corpo até seu ventre. Apoiou-se na bancada que dividia a cozinha e a sala e respirou fundo, abrindo suas pernas.

Pegou seu celular assim que a dor aliviou e mandou mensagem para sua mãe, para que ela vinhesse o mais rápido possível. Informou também sua cunhada, Lottie, que residia em Londres.

Gritou mais uma vez, puxando seus cabelos com a dor forte que tomou seu ventre. Desesperado, começou a chorar, temendo que algo estivesse acontecendo com sua criança. Sabia que poderia ser dores do pré-parto, mas tinha tanto medo. Tanto medo de estar sofrendo um aborto faltando poucos dias para o nascimento.

Era sua primeira gravidez, não sabia muita coisa! A experiência mais próxima que teve foi quando sua irmã estava grávida e mesmo assim não aprendeu tanto. Pesquisou, conversou com seu médico e tudo o mais, contudo o medo tomava seu corpo diante daquelas dores tão fortes.

- Pare de pensar besteira, Harry! - grunhiu para si mesmo, caminhando para o quarto do bebê e apanhando suas bolsas. - Nossos exames estão normais, filho. Você e eu estamos saudáveis, não há motivos para eu me preocupar, certo? Ah! - contraiu seu corpo quando mais uma dor veio, fazendo-o se sentir enjoado.

Abriu a porta de seu apartamento, não se importando em estar somente de pijamas e um robe felpudo no meio da tarde, só precisava ir para o hospital. Não podia gritar para nenhum dos vizinhos, estavam trabalhando naquele horário e o andar estava vazio, a não ser por ele e por alguns animais domésticos nos outros apartamentos.

- Harry! - ouviu e virou a cabeça para o elevador. Lottie estava ali, conseguiu chegar em poucos minutos. - Harry! - correu e o segurou, ajudando o grávido a andar para a caixa de metal. - O neném vai nascer?

- Acho que sim.

- Sua bolsa estourou?

- Ainda não. - murmurou. - Leve-me ao hospital, por favor!

Ela assentiu e tirou os cachos de sua testa suada no caminho. Pegou as bolsas do ombro do cunhado e o auxiliou a andar pelo térreo e a sair do prédio, entrando em seu carro estacionado em uma das vagas diante do edifício. Dirigiu para o hospital, ouvindo os gemidos e reclamações de Harry, devido à dor.

- Oh! - ele se contorceu no banco, os olhos fechados e espremidos. - Céus!

Lottie parou o veículo no estacionamento do hospital e o ajudou Styles a caminhar devagar para a entrada. Sentou-o em uma cadeira de rodas e correu para registrar sua entrada. Logo uma enfermeira o levou para a sala de pré-parto e o conectou a medidor de sinais vitais.

- Lo... Lottie. - ele chamou e a cunhada segurou sua mão, aflita. - Não conte ao Louis.

- O quê? Ele é o pai! Tem que saber!

- Eu sei, eu sei. - sorriu. - Quero dar a notícia para ele, após o parto. Deixe-me fazer isso.

- Claro. - assentiu. - Certo.

Um dos obstetras plantonistas entrou e analisou as fichas, vendo que Harry era o único homem ali. Aproximou-se e sorriu.

- Sr. Styles, huh? - olhou para o prontuário. Mais dois obstetras haviam entrado e auxiliado as mulheres ali, fazendo exames e monitorando os sinais vitais delas e dos bebês. - É sua primeira gestação?

- Sim.

- Bem, vou pedir para as enfermeiras prepararem o senhor para o parto, ok? - indagou e ele assentiu. - Nos vemos no centro cirúrgico.

Ele sorriu e voltou para a recepção ali perto. Enfermeiros se aproximaram e fecharam as cortinas ao redor de Harry, auxiliando-o a tirar as roupas e colocar a bata do hospital. Seus cabelos foram colocados em um coque e isolados em uma touca, assim como seus pés.

Deitou em sua maca para continuar sendo monitorado e foi guiado para o centro cirúrgico. Despediu-se de Lottie no meio do caminho e seu estômago se revirou. Estaria sozinho.

No corredor entre as salas de cirurgia, sentiu mais uma dor forte e puxou o lençol, arregalando os olhos ao sentir um líquido escorrer por suas pernas. Sua bolsa havia estourado. Uma enfermeira segurou sua mão e sorriu carinhosamente para ele, tranquilizando-o do jeito que podia.

Limparam o grávido assim que entraram na sala branca e estéril e o transferiram de maca. Viu o obstetra plantonista, usando bata, touca, luvas e máscara. Assustado, fitou os olhos azuis do médico e quis chorar ao se lembrar dos de Louis.

- Sr. Styles, hoje seu bebê virá ao mundo. - sorriu, percebendo o nervosismo do paciente. - Vamos aplicar a anestesia raquidiana para que não sinta dores, mas ainda esteja consciente, ok?

- Espere! - as portas foram abertas de abrupto.

Uma mulher estava vestida para acompanhá-lo durante o parto. Bata azul, luvas e cabelos cobertos pela touca. Harry chorou emocionado ao ver sua mãe ali, ela conseguira chegar a tempo! O cacheado estendeu a mão e Anne a segurou, beijando seus dedos.

- Estou aqui, querido. Estou aqui. - tocou a testa do filho e se inclinou para dar um beijo na pontinha de seu nariz.

Harry foi virado de lado para que aplicassem a anestesia e logo retornou à posição inicial. Em pouco tempo não sentiu nada da cintura para baixo e logo o médico começou o procedimento.

- Como soube que eu já estava aqui? - ele perguntou. Tinha pedido para que ela fosse para seu apartamento ajudá-lo, mas Lottie conseguiu chegar antes.

- Eu estava no metrô quando Lottie me ligou. Felizmente a estação fica na mesma rua do hospital. Subi o mais rápido que pude. - sorriu com carinho. Era a segunda vez que acompanhava sua prole na sala de parto. Estava com Gemma quando ela deu à luz a Paul e agora segurava a mão de seu caçula enquanto o médico fazia seu trabalho. - Louis sabe que entrou em trabalho de parto?

- Não. Eu vou ligar para ele depois. Quando me recuperar da anestesia, vou falar com ele. - mordeu o lábio. - Como estão as coisas? - questionou sobre a cirurgia e ela não olhou para os panos sujos de sangue. Não tinha estômago para aquilo.

- Bem. Está tudo bem. - apertou sua mão.

O médico tirou o bebê, que foi entregue às enfermeiras para as primeiras higienes. Logo o serzinho chorou e Harry soluçou, finalmente tinha dado à luz. Finalmente sua criancinha havia nascido, completamente saudável.

- É uma menina. - o médico sorriu, suturando o corte. - Uma linda mocinha.

Styles apertou a mão da mãe com mais força e fungou. Olhou para Anne e sorriu.

- Louis... Louis queria uma menininha. - sussurrou. - E agora nós temos uma menininha.

- Parabéns, meu filho. - ela beijou sua mão. - Tenho muito orgulho de você.



No dia seguinte, Harry acordou melhor. Havia despertado na madrugada, completamente grogue, e voltara a dormir. Ele tocou sua barriga e sorriu, apesar de inchada, não havia mais um neném ali. Olhou para o lado e viu sua mãe no sofá, lendo uma revista.

- Mãe. - chamou e ela se levantou. Ele sorriu fraco e sentiu um incômodo em seu ventre. - Onde está minha filha?

- No berçário. - sorriu. - Vou pedir para trazerem sua bebê.

- Certo. Pegue meu celular, por favor. - pediu e ela o entregou o aparelho antes de sair do quarto. Harry discou o número de Louis e logo seu noivo atendeu. - Lou?

- Hazzy. Sua voz está fraca, o que aconteceu?

- Eu tive o bebê. - fungou, ainda não conseguia acreditar que sua pequena havia nascido.

- É uma menina?

- Sim. Você sempre esteve certo. - mordeu o lábio.

- Como ela é?

- Ainda não vi. - engoliu em seco. No centro cirúrgico, adormeceu antes que conseguisse ver sua filha. - Mas deve ser linda.

- Como foi o parto?

- Foi rápido, estou um pouco dolorido. - murmurou. - Mamãe está comigo, acho que vai passar uns dias no apartamento, até minhas dores diminuírem. Lottie me ajudou muito ontem, trouxe-me para o hospital.

- E ela não me avisou!

- Eu pedi para que não avisasse. Queria dar esta notícia a você e... você não parece muito feliz.

- Estou feliz, Hazz! - sorriu grande. - Estou muito feliz, mas... não tenho o que fazer. Quero segurá-la. Quero abraçar nossa pequena e infelizmente estou do outro lado do mundo. - fungou. Harry percebeu o quanto Louis ficava magoado com o fato de estar isolado na Austrália. - Mas prefiro pensar que ela ainda está no seu ventre porque minha vontade de segurá-la fica menor. - sua voz embargou. - Terei que ficar um mês longe de nossa pequena e pensar nisso me mata aos pouquinhos.

- V-Você quer uma foto dela? - indagou.

- Quero. Por favor.

- Certo. Vou desligar, ela está chegando. - falou e se despediu. Deixou o celular na cama e sorriu grande ao ver a enfermeira trazer seu bercinho.

Suas mãos coçaram para pegar a pequena e ela foi colocada em seus braços, embrulhadinha em um macacão amarelo e uma manta de tricô branca. Analisou sua menininha de rostinho avermelhado, olhinhos pequenos e boca carnudinha. Seu nariz era minúsculo, parecia o de Louis. Acariciou sua testa, vendo seus fios castanhos sob a touca amarela.

- Você é linda, meu anjo. - sorriu. - Minha pequena Beatrice. - tocou seu narizinho. Ela dormia tranquilamente, aconchegada ao peito do pai. - Seu papai vai ficar tão feliz quando te conhecer! Amamos muito você, princesa! É o fruto de um amor muito forte entre nós dois. Você é um presente, filha. - se controlou para não chorar. - Uma dádiva. Fico grato por ser escolhido para ser seu papai, huh? Vou protegê-la de tudo que estiver ao meu alcance, Bea. Minha pequena joia. Meu diamante lapidado. Eu te amo, filha.

Anne sorriu, emocionada. Dispensou a enfermeira, que lhe entregou uma mamadeira pequena, com um pouco de leite. Ela colocou nas mãos do filho e seu rosto se iluminou ao pousar a mamadeira na boca de sua pequena Beatrice.

- Eu te amo, filha. - reafirmou, seu coração batendo mais forte.

Era um amor incondicional.



~•~



Finalmente julho havia chegado. Mais uma vez, Harry estava irritado com Louis por Tomlinson não ter lhe informado a data que chegaria. Beatrice já tinha um mês de vida, era uma bebê saudável e tranquila, não chorava muito. Dava resmungos insatisfeitos e o pai logo reconhecia suas necessidades.

A cada dia a pequenina se parecia ainda mais com Louis, seus olhos eram azuis e o narizinho como o do outro pai. Linda. A boca era semelhante à de Harry e frequentemente via covinhas em suas bochechas gordinhas quando ela esboçava um sorriso, embora fosse mais espasmos que realmente sorrisos.

O cacheado assistia à Netflix, deitado no sofá da sala, com o carrinho de Bea ao seu lado, a neném dormia tranquilamente, tinha acabado de tomar uma boa quantidade de leite. Apesar de cansado, Harry não queria dormir, ou não teria uma noite tranquila de sono.

Anne ficou com filho e neta por duas semanas e logo retornou a Greenford, precisava voltar ao trabalho. Sua mãe foi de grande ajuda, impediu que a pequenina fritasse sob roupas quentes demais para o verão e outras coisas, já que a experiência de Harry era nula. Felizmente, ele aprendeu o suficiente para cuidar bem de sua filha, prezando por seu bem-estar e segurança.

Ouviu a campainha tocar e balançou a cabeça, emburrado. Pausou sua série e se levantou, tocando a barriga ainda inchada, como se estivesse com quatro meses de gravidez, e caminhou a passos pesados, visivelmente irritado.

- Um pai não pode descansar nessa casa! Sento por cinco minutos e já tenho que me levantar! Minha coluna vai cair daqui a pouco! - resmungou, destrancando a porta e a abrindo. - Que saco! Um minu... - parou de reclamar quando viu quem estava ali. - Louis.

Arregalou os olhos, não sabia se o abraçava ou gritava com ele por não ter avisado sua chegada. Desceu o olhar pelo noivo, ele usava uma calça jeans e camiseta preta, sua pele estava mais bronzeada e os cabelos mais compridos. Viu suas bagagens em sua frente. Três malas grandes. Por Deus, três malas para passar um mês?, se questionou.

- Hazzy. - sorriu grande, abrindo os braços. Styles soluçou e o abraçou, chorando em seu peito. Finalmente ele estava ali! - Você está lindo, meu amor.

- Ora, pare de ser mentiroso! - riu, se afastando e enxugando suas lágrimas. - Senti tanto sua falta! Tanto, Louis!

- Onde está nossa pequena? - indagou, colocando suas malas no apartamento de Harry. Selou seus lábios com ternura e correu até o carrinho no meio da sala, arregalando os olhos ao ver sua filha. - Como ela é linda! - sua voz fraquejou. - Que neném mais linda. - tocou sua mãozinha com cuidado, temendo acordá-la. - Posso... Posso segurá-la?

- Pode. - Styles tirou a menina do carrinho e a ajeitou melhor na manta, colocando-a com cuidado nos braços de Louis. Tomlinson soluçou ao ter a pequena em seu colo pela primeira vez, encantado com Beatrice. - Ela é a sua cara.

- Eu... Não sei o que dizer. - estava em êxtase. Sentia-se em outra dimensão, a ficha de que era pai não tinha caído. - Céus, nós... nós somos pais. Eu...

- Não consegue acreditar. - sorriu, passando as mãos pelos cabelos mais longos do noivo, os fios de sua nuca encostavam nos ombros e os da frente estavam na altura de suas orelhas. - Parece um sonho, não? Um ano atrás estávamos conhecendo a família um do outro e aqui estamos nós! Com a nossa própria família.

- Ela é quentinha. - riu baixinho, sentindo o calor do corpinho em seu colo. Olhou para Harry e segurou sua mão, vendo o anel de noivado no mesmo lugar que colocou, como se a joia não tivesse saído dali nenhuma vez. - Acho que já podemos marcar a data, não?

- A d-data? - arregalou os olhos. - Do casamento? Louis, daqui um mês você vai voltar para Sydney e...

- Não vou. - o olhou com seriedade. - Não vou para a Austrália. Meu lugar é aqui, com vocês.

- Louis...

- Harry, não vou ficar em Sydney sabendo que minha família precisa de mim em Londres. Sou pai agora, tenho outras responsabilidades. Além disso, quero ser um marido. O seu marido. - beijou sua mão. - Não tem como eu ser um bom marido do outro lado do mundo.

- E seu sonho?

- Meu sonho? Este é o meu sonho. - indicou sua filha, sorrindo para seu frutinho. - Você realizou meu sonho, Harry. Você fez com que eu me tornasse pai e serei eternamente grato por isso.

- Na verdade, nós dois provocamos isso. - mordeu o lábio. - E seu emprego? Vai ficar sem trabalhar?

- Pedi meu cargo de volta. - suspirou. - Mas Bonnet já é o colunista de astrologia.

- Vai ficar desempregado?

- Não. Lembra que Doniya tinha duas funções? Ela está querendo dar mais atenção à sua vida pessoal e vendo que eu queria voltar, permitiu que eu ficasse responsável pelo The British One. - sorriu, orgulhoso de si mesmo. - Ela confiou em mim para este trabalho. Sou o novo editor do jornal.

- Você é o editor do maior jornal de Londres! - selou seus lábios, orgulhoso de seu amado. - Fico tão feliz por você, sunshine!

- Podemos marcar a data? - indagou.

- Yep! Vamos marcar a data do nosso casamento!

Louis sorriu, não podia estar mais feliz!

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