14. Wedding

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Harry terminava de tomar o café da manhã quando a campainha tocou. Franziu o cenho e se levantou, apertando mais o robe fofo e azul ao redor de seu corpo, pousando a sua mão em sua barriga, que estava um pouco maior que um mês atrás.

Faltavam quatro dias para o Natal e Louis, apesar de confirmar sua vinda, não disse ao namorado quando chegaria. Styles afagou seu ventre e destrancou a porta, vendo seu amado. Reprimiu um gritinho surpreso e pulou em seu colo, abraçando-o apertado.

- Lou! Ah, Lou! - sorriu, beijando suas bochechas. Passou as mãos pelos seus cabelos e selou seus lábios. - Você veio! Oh, meu Deus, você veio!

- Senti tanto sua falta. - beijou sua testa, fechando os olhos, sentindo o calor de seu corpo. Algumas lágrimas de felicidade quiseram escorrer, mas ele não permitiu que isso acontecesse. Afagou o rosto de Harry e sorriu. - Eu te amo.

- Também te amo, Lou. - deu passagem para que ele entrasse no apartamento e assim o fez, deixando sua mala em um canto. - Não está esquecendo de alguém? - mordeu o lábio, passando a mão pela barriga grávida.

- Como poderia esquecer? - parou em sua frente e tocou seu ventre, não conseguindo mais resistir às lágrimas. A curva da barriguinha do namorado contra seu tato era mágica, mesmo que fosse pequena. - Nosso filho. - fungou. - Nosso bebê.

- Não chore. - segurou sua face, beijando-o calmamente. - Nós te amamos muito.

- Eu... Quero ficar com vocês, Hazz. - chorou, deitando a cabeça em seu ombro e sentindo os carinhos em seus cabelos lisos. - Não quero perder sua gestação, é o nosso primeiro filho e...

- Vou mandar foto de tudo. - sorriu. - Todas as roupinhas, sapatinhos e ultrassons.

- V-Você não entendeu. E-Eu...

- Não. - disse com firmeza. - Nem pense nisso. Não vai largar seu emprego agora, talvez não seja aceito aqui na Inglaterra, talvez não tenha vaga para você.

- Harry, eu amo o que faço, mas não posso te deixar sozinho em um momento como esse. Você está esperando nosso filho e precisa de cuidados. - ergueu a cabeça para fitá-lo. Enxugou as lágrimas e suspirou.

- Louis, eu estou bem. - tranquilizou o mais velho. - Você só ficou três meses na Austrália e está vivendo o seu sonho! Fique mais tempo. Veja se... veja se deseja ficar sua vida lá. Se sim, daremos um jeito.

- Você nunca quis ir para a Austrália.

- Não, nunca quis. - mordeu o lábio. - Mas estou disposto a ir, se você concordar.

- Eu não concordo. - caminhou pela sala, confuso. - Você ama trabalhar na Payne Advertising, está lá há um bom tempo. Quem sou eu para te tirar do seu emprego? E ainda te levar para o outro lado do mundo com uma criança na barriga? Não, Harry. Você fica.

- Louis, temos que chegar a um acordo. - exasperou-se, namorar um cara teimoso era irritante. - Ou você volta, ou eu vou para a Austrália. Simples.

- Não é simples, Harry. - olhou-o, seus olhos vermelhos devido ao choro. - Um de nós vai ter que abdicar de nosso sonho. Um de nós vai deixar para trás o que sempre almejou, acha que isso é simples? Eu sei que tenho responsabilidades, que tenho que ficar ao seu lado durante a gravidez, mas também tenho meu emprego. - balançou a cabeça. - É meu dever proteger vocês dois.

- Você não precisa nos proteger. - falou, sentando-se em uma poltrona e se encolhendo.

- Hazzy, amor. - ajoelhou-se em sua frente e segurou suas mãos, beijando os nós de seus dedos. - A Austrália é um país de clima muito diferente daqui. Você não está acostumado a isso. - fitou-o. - Passe a gravidez aqui. - pediu. - Fique em Londres até que o bebê nasça, por favor, Harry. Por favor, não vá para lá antes desse período.

- Louis, a Austrália não é um bicho de sete cabeças.

- Eu sei. Sei que não é, pelo contrário, é um país ótimo. Mas o seu corpo está sendo dividido com o bebê. O seu corpo é dos dois agora. - sorriu. - Seu sistema imunológico também. Por ser um país mais quente e de grande parte de clima tropical, existem doenças que não temos aqui. - afagou sua bochecha aquecida. - Não quero que se arrisque. A viagem também é longa e cansativa.

- Louis, eu... quero ficar com você. Quero morar com você. Como uma família! Nós dois e o neném.

- E nós vamos, Hazz. - prometeu. - Nós seremos uma linda família! Por favor, faça o que estou te pedindo. Fique na Inglaterra até o bebê nascer. Eu vou dar um jeito, pensarei em uma alternativa. Não faça loucuras, anjo. Vou analisar minha vida lá, passar mais um tempo no emprego e ver se isso é realmente o que quero. - tocou sua barriga, feliz. - Sempre foi meu sonho, porém isso não significa que eu seja o mais indicado para isso. Até agora está tudo bem, mas talvez minha opinião mude.

- Ok. - cedeu. - Eu espero. Mas se você não se adaptar, exijo que volte para cá. - cutucou seu peito. - Não quero criar nosso filho sozinho.

- Não vai, amor. Estaremos juntos. Se tudo der certo lá, você decide se quer ir para Sydney. - respirou fundo. - Caso eu não me sentir confortável na Austrália, peço transferência para Doniya. Talvez ela tenha uma vaga para mim em Londres.

- Louis, eu espero que você não esteja brincando com a minha cara. - falou, sério. - Tenho medo. Estou inseguro com o nosso futuro.

- Acalme-se, huh? - sorriu. - Lembre-se que agora não somos responsáveis apenas por nós, mas pelo bebê. - beijou a mão de sua aliança de compromisso. - Vai ficar tudo bem. - confortou seu namorado.

- Assim espero. - grunhiu.


~•~


Na noite do dia 24 de Dezembro, Harry estava deitado em sua cama, com as mãos sobre o ventre pouco proeminente, esperando o namorado sair do banho. Iriam para a casa de Anne celebrar o Natal e aniversário de Louis. Styles estranhou quando sua mãe pediu para que o filho chamasse toda a família do genro, mas não protestou, já que era a oportunidade perfeita para contar a todos sobre sua gravidez. Além disso, era a primeira vez que suas famílias estariam completamente reunidas, era o encontro das duas mães.

- Amor, acho que mamãe esqueceu de meu aniversário. - Louis disse assim que abriu a porta e uma nuvem de vapor d'água invadiu o quarto. - Nem me ligou.

- Oh, talvez ela esteja ocupada com os preparativos. - levantou-se e ajeitou a camisa preta que vestia, apanhando o casaco que havia escolhido. Grosso e fofo para aguentar o frio do inverno. - Avisou a ela que só vamos para Doncaster no Ano-Novo?

Claro que Louis não sabia que sua família estava na casa de Anne. Ele achava que seriam apenas os Styles e ele para comemorar o Natal.

- Sim. Ela não ficou muito feliz, sabe? - vestiu sua cueca e a calça jeans. Calçou as meias e os tênis e depois colocou a camiseta preta. Por cima, um blusão de moletom escuro com o logo da Adidas. - Sempre passei o Natal com ela e...

- Eu sei. - riu baixinho. - Mães são iguais, só mudam de endereço. - brincou e se aproximou do namorado, selando seus lábios. - No próximo Natal teremos nosso bebê conosco.

- Sim. - sorriu apaixonado e tocou seu ventre. - Ainda... Ainda não consigo acreditar que seremos papais.

- É mágico, não é? - abraçou-o com carinho, sentindo seu calor. - Nunca imaginei que teria um filho tão cedo. Planejei ser pai depois dos trinta e por fertilização in vitro.

- Perdoe-me por atrapalhar seus planos. - beijou sua testa.

- Eu queria ter um filho sozinho porque nunca pensei que amaria alguém dessa forma, Lou. - confessou, sentindo suas bochechas corarem. - Eu te amo muito e é uma dádiva gerar o fruto do nosso amor.

- Deveríamos ter nos previnido, estamos em um momento delicado. - suspirou.

- Sou uma pessoa de muita fé, Louis. Acredito que tudo acontece no tempo certo, mesmo que achemos o contrário. - afagou seu peito coberto pelo blusão. - Este bebê veio na hora que era para ser. - tocou sua barriguinha e sorriu grande. - Será lindo. Um lindo neném.

- Já é, meu amor, já é. - deu um beijinho de esquimó e caminharam para fora do apartamento. Desceram para o estacionamento e Louis sentou-se no banco do motorista, apertando o volante de seu carro e se sentindo confortável dentro do veículo. - Ah, como senti falta do meu carrinho.

- E como está indo e voltando do The Australian Daily? Usando transporte público? - arqueou a sobrancelha, pousando a mão em sua coxa.

- Não, aluguei um carro. - deu partida para a casa da sogra. - Estou alugando tudo na Austrália, é mais prático.

- Mas dependendo do período que for passar lá, é mais caro.

- Eu sei, mas meu salário é bom. Estou recebendo quase vinte mil dólares australianos, a Malik Group paga muito bem. - sorriu. - Equivale a quase dez mil libras. Isso é muito dinheiro. Mais que o suficiente para nos manter.

- Se você estivesse trabalhando aqui, com o mesmo cargo, ganharia este valor? Dez mil libras?

- Sim. Claro que Doniya não ganha isso, ela recebe muito mais por ser responsável por todas as publicações da Malik Group Publising na Inglaterra e pelo The British One. - parou em um semáforo, as ruas estavam sem trânsito, um pouco de neve se aglomerava nas esquinas e nos postes de luz. A noite estava fria e úmida, com uma garoa fina caindo no asfalto escuro. - Ela deve ganhar pelo menos trinta mil. Não sei, não me interessa.

- É muito dinheiro. Mais que nossos salários juntos.

- Suponho que sim. - respirou fundo e deu partida, segurando a mão de Harry com carinho. - Se quiser ir para a Austrália depois que o bebê nascer, posso nos manter. Nós três.

- E ficar sob suas custas? Sendo sustentado por você? - balançou a cabeça, não deixaria de ganhar seu próprio dinheiro. Queria continuar com sua independência financeira. - Não, Lou. Não vou me aproveitar de você.

- Hazzy, é um curto período.

- Louis, são seis meses de licença. Se eu ficar seis meses aqui, com um vínculo empregatício, continuo recebendo e quando a licença acabar, meu emprego está garantido. - suspirou. Vamos falar de trabalho no Natal? Sério? - Se eu pedir demissão e for viver com você... Não, Louis. Não quero pensar nisso agora.

- Tudo bem. - preferiu não insistir no assunto. Franziu o cenho ao chegar em Greenford e estacionar diante da casa de Anne, vendo um carro familiar mais adiante. - Aquele carro parece o da minha mãe... - murmurou.

- Ela está em Doncaster, amor. - desceu do veículo e entrelaçou suas mãos, estremecendo com o frio e buscando o calor do corpo do namorado. Harry abriu a porta da casa e permitiu a entrada de Louis.

Um silêncio mortal se espalhava pela residência confortável de paredes claras e aconchegantes. Styles tirou seu casaco, já que o sistema de aquecimento estava ligado, e andou com o mais velho para a cozinha.

- SURPRESA! - um coro foi ouvido e foi estourado um rojão de papel laminado, que cobriu o corpo de Louis, deixando seu look todo preto repleto de papéis metalizados e coloridos.

Ele abriu um sorriso enorme ao ver sua família ali, sua mãe e seus irmãos todos saltitantes e felizes. Johannah foi a primeira a abraçar o filho e beijou suas bochechas.

- Trinta e seis aninhos! - bagunçou seus cabelos.

- T-Rex! - Ernest falou e todos riram.

Após o aniversariante receber abraços e felicitações de todos, ele sorriu envergonhado e ficou ao lado do namorado, que tinha sussurrado um "parabéns, papai" em seu ouvido, para que ninguém mais escutasse.

- Não tenho palavras para agradecer este gesto de carinho. - indicou a mesa com docinhos e um delicioso bolo de chocolate. - Obrigado a todos, de coração.

- Alguém quer os braços do titio. - Gemma indicou Paul, de agora seis meses, que estava em seu colo. O pequenino esticava os bracinhos para Louis, que o pegou e beijou suas bochechas gordinhas, onde uma covinha se afundava toda vez que ele sorria. - Ele mal te vê, mas é um grude.

- Ele reconhece quem ama crianças. - Harry falou, brincando com o sobrinho e passando o braço ao redor da cintura do namorado. - E quem será um ótimo pai.

- Parece que estão escondendo algo. - Lottie jogou no ar, comendo um docinho.

- Algo importante. - Daisy reforçou.

- Você está tão radiante, Hazzy. - Gemma arqueou a sobrancelha e se aproximou do irmão. Tocou seus cabelos, que estavam mais brilhantes e sedosos por causa da gravidez. - Está com pele e cabelos lindos. - cerrou os olhos e se encararam profundamente. Ela moveu os lábios discretamente em uma pergunta: "grávido?". Ele apenas sorriu e desviou o olhar.

- Ele sempre foi lindo, cunhada. - Louis sorriu.

- Não, mas tem algo diferente rolando. - Phoebe se manifestou. - Vocês parecem... mais maduros.

- Não sei você, Anne, mas sinto que estamos ficando velhas. - Jay olhou para a mãe de Harry e a Sra. Cox tocou sua própria barriga, entendendo a mensagem.

- Oh, não tem como esconder nada de vocês! - o Styles mais novo resmungou e afagou sua barriga. - Eu estou grávido.

- Sabia! - Anne, Jay e Gemma falaram em uníssono e agora as felicitações e mimos eram direcionados a Harry. - Conte tudo!

- Como assim? - riu.

- Como descobriu? Como Louis reagiu? Já começou o enxoval?

- Bem, eu... descobri há um mês. - envergonhou-se e entrelaçou sua mão à de Louis. - E ele soube no mesmo dia. Nosso bebê só tem um macacão, que Lou trouxe de Sydney.

- Paul tem roupas que nunca foram usadas, vou separar e dar a você. - Gemma sorriu. - Esse garotão cresceu rápido demais. - apertou as bochechas do filho. - É, o garotinho da mamãe está crescendo! - pegou o pequenino, que já se encostava mais no ombro de Louis para dormir.

- Estou muito feliz por vocês. - Jay abraçou o genro e beijou sua testa. Envolveu o filho em seus braços e chorou baixinho. - Vai me dar meu primeiro netinho. - fungou. - Obrigada, Lou. - enxugou seu rosto e tocou o ombro dos dois. - Vocês serão ótimos pais, tenho certeza disso.

- Mas... e a questão da Austrália, irmão? Como vão lidar com isso? - Lottie perguntou, preocupada.

- Estamos pensando nisso. - Louis abraçou o namorado por trás e pousou as mãos em seu ventre. - A única certeza que temos é que o bebê nascerá em Londres. Como estarei longe, peço a ajuda de todas vocês. - apoiou o queixo no ombro do amado. - Por favor. Supervisionem Harry, cuidem dele como eu cuidaria.

- Louis, pare com isso! Sei me cuidar. - ele balançou a cabeça.

- Pelo menos um telefonema por dia, uma visita por semana para ver como ele está. - ignorou o protesto de Styles. - Ajudá-lo a comprar o enxoval e a montar o quartinho do neném.

- Estaremos aqui, Louis. - Anne garantiu. Ela era a mãe de Harry, jamais o abandonaria em um momento tão delicado. Estaria sempre ao seu lado, apoiando seu eterno garotinho.

- Fica tranquilo, cunhado, ele vai ter aulas de treinamento com o Paul. - Gemma riu. - E comigo. Seu filho vai ser tratado como uma pérola.

- Assim espero, huh? - cerrou os olhos e deu um beijo no pescoço de Harry. Era um ato casto, mas o cacheado entendeu que aquela era a promessa de uma noite ardente.


Mais tarde, depois da meia-noite e de todos terem se recolhido, Harry e Louis estavam no quarto que pertencera ao cacheado durante sua adolescência. O clima do lado de fora estava gélido e melancólico, contrastando com o ambiente quente que ambos compartilhavam.

Tomlinson gemeu baixinho e beijou o pescoço do mais novo, movendo-se sobre ele e ouvindo-o ofegar a cada investida. As pernas de Harry estavam ao redor de sua cintura e as mãos em suas costas, arranhando a pele pálida e mergulhando o quarto em uma discreta sinfonia de gemidos e ofegos.

- Louis... - arqueou as costas, tombando a cabeça contra os travesseiros, seu corpo dando solavancos toda vez que seu namorado o preenchia, fundo e deliciosamente.

- Amor... Não aguento essa lentidão. - confessou. Estava se movendo devagar para a cama não ranger ou bater na parede, não queria acordar quem estava dormindo nos cômodos ao lado, principalmente por serem crianças.

- Preciso de mais. - sussurrou, abaixando a cabeça de Louis e o beijando com fervor, colando seus corpos suados e quentes. - Preciso que faça amor comigo do jeito que gostamos.

- Forte e fundo, huh? E como procederemos? - mordiscou seu queixo, sua mão agarrando sua cintura e descendo para sua bunda. Apertou e ele gemeu. - Parede?

- Chão. - decidiu e soltou um muxoxo quando Louis saiu de si, dando uma estranha sensação de vazio. Levantaram-se da cama e Harry colocou o edredom no piso, jogando um travesseiro sobre ele. Deitou-se e chamou Tomlinson, que rapidamente ficou sobre seu corpo e o invadiu de uma vez em meio aos beijos que deixava em seu rosto. - Oh!

Louis abriu mais as pernas do namorado, deixando-o completamente exposto quando apoiou os tornozelos em seus ombros, agarrando sua cintura e o trazendo de encontro ao seu quadril, movendo-se com mais velocidade.

- Oh, sim... - Styles apertou o travesseiro sobre sua cabeça, mordendo o lábio com a visão de Tomlinson sobre si, seu corpo suado e os cabelos caídos em sua testa, os lábios entreabertos e trêmulos de desejo. - Mais, Louis, preciso de mais... - choramingou.

Louis grunhiu, apoiando as mãos ao lado do travesseiro, fitando Harry, que ainda mantinha os tornozelos em seu ombro. Seu olhar era selvagem e completamente lascivo, embora Styles tivesse percebido que ele estava se esforçando para se controlar. Tocou os fios de Tomlinson, puxando-os sem delicadeza e sorriu safado.

- Faça-me gritar, Louis. - falou com firmeza. - Faça-me gozar. Dê o melhor de si, quero que você me foda com força. - fitou-o, vendo as pupilas dilatarem, quase sumindo com as íris azuladas.

- O bebê... - lembrou.

- Ele está bem protegido. - garantiu. Seu médico tinha permitido ter relações sexuais na gravidez. - Por favor, Louis... - ofegou e ele liberou uma de suas pernas, mas manteve outra ainda em seu ombro. Tomlinson fechou os olhos por um momento e Harry tinha certeza que poderia ter gozado só com o olhar que ele lhe lançou assim que levantou suas pálpebras. Quente, indecente e promissor.

Louis atendeu ao pedido e moveu-se rapidamente, entrando e saindo de Harry sem pudor algum, ouvindo seus gemidos e súplicas. Inclinou-se para beijá-lo, suas línguas se entrelaçando com paixão e lascívia. O mais novo puxou seu lábio entre os dentes e deu um gemido agudo quando gozou, sujando suas barrigas.

- Hm, Lou...

- Hazz... - investiu mais algumas vezes, atingindo seu orgasmo no interior do namorado e o preenchendo com seu calor. Isso não traria problemas, já que o que buscavam evitar estava sendo gerado no ventre de Harry.

- Céus, estava com saudades disso. - murmurou, estremecendo quando Louis passou a beijar seu pescoço. - Não posso ficar longe de você na gravidez, talvez eu queira transar muitas vezes por dia. - deu um sorriso malicioso e acariciou os fios de Tomlinson. - E não precisamos nos preocupar com contracepção!

- O período perfeito para o sexo e estaremos separados. - resmungou e separou seus corpos. Levantou-se e estendeu a mão ao namorado. - Venha, o chão está frio. Você precisa ficar protegido.

Styles sorriu com sua preocupação e pegou um cobertor felpudo no guarda-roupa. Deitou-se na cama, nu, e se aconchegou nos travesseiros, esperando o namorado, que dobrava o edredom que foi para o chão e o colocava em uma cadeira mais afastada. Caminhou para a cama e se acomodou sob o cobertor, trazendo Harry para seu peito e beijando sua testa.

- Você não tem medo? - indagou.

- Medo do quê?

- Da gravidez? Digo, de todas as mudanças e dores.

- Não, não tenho. - afagou seu peito com poucos pêlos, passando os dedos por sua tatuagem. - Por que eu teria?

- Vai sentir enjôos, vomitar, seu corpo vai ficar mais inchado e talvez com algumas marcas... e o parto... bem, o parto é algo doloroso.

- Louis, o que quer dizer? - franziu o cenho. - Eu sei que meu corpo vai mudar com a gravidez, provavelmente tenha estrias. - deu de ombros. - Todo parto vai doer, Louis, seja cesariana ou normal. Mesmo que eu esteja anestesiado na cesariana, o pós-parto dói. Você vai deixar de me desejar por causa das mudanças da gravidez? Vai deixar de me desejar por ter gerado o seu filho?

- Não, claro que não. - balançou a cabeça. - Só... achei que se preocupasse com isso. Eu não posso engravidar, então não sei como é, mas imagino que eu ficaria assustado.

- Não tenho medo da gravidez. - disse. - Tenho um pouco de receio, nunca convivi muito tempo com um bebê, então minha preocupação maior é se vou ser um bom pai. Se vou conseguir cuidar de um serzinho tão pequeno e frágil. Tenho medo de falhar com nosso filho e acabar decepcionando vocês. Você e ele.

- Sei que não vai. - confortou-o, acariciando sua cintura nua. - Será um ótimo pai. Estamos juntos no mesmo barco, huh? Seremos pais de primeira viagem. Erraremos muitas vezes e vamos aprender com nossos deslizes. - suspirou. - Você não vai decepcionar nenhum de nós.

- Espero que não. - falou e ficou um tempo em silêncio, logo voltando a se manifestar. - Zayn te falou que o casamento dele é daqui dois dias?

- O quê?! - arregalou os olhos. - Como assim?

- Bem, eles iam se casar em março, mas adiantaram porque queriam que você estivesse na cerimônia. - selou seus lábios. - Falei para Liam que eu tinha certeza que você estaria aqui no Natal e no Ano-Novo, então ele falou com Zayn.

- E-Eu... fui pego de surpresa!

- Mais uma vez, huh? - sorriu. - Nós seremos as testemunhas. Eles vão se casar no civil e a festa vai ser em um salão.

- Oh, viver na Austrália me dá surpresas demais. - resmungou. - Amanhã voltaremos para casa e vou caçar um terno nas minhas caixas. Onde você as deixou?

- Ao lado do meu guarda-roupa. - informou. - Assim que soube que seríamos testemunhas, mandei lavar nossos ternos. - sorriu. - Ainda bem que eles adiantaram o casamento, se fosse em março, eu estaria com um barrigão.

- Quero te ver logo com a barriga redonda. - se animou, ansioso. - Vai ficar ainda mais lindo. Todo redondinho, carregando nosso filho! Ah, como eu queria te ver assim.

- Você vai ver, mas por fotos. - afagou sua barriga pequenina. - Vou fazer um ensaio fotográfico só para você.

- Agradeço sua gentileza, Sr. Styles. Futuro Sr. Tomlinson. - sussurrou a última parte e Harry ficou em silêncio, sorrindo para si mesmo ao entender o que aquilo significava. Era uma promessa discreta de algo que envolvia papéis e uma moradia juntos.

Casamento.


~•~


Dois dias depois, Harry e Louis acompanhavam Zayn e Liam no órgão público. Os noivos estavam radiantes ao assinar os documentos, ambos elegantemente vestidos com ternos pretos e um cravo vermelho no bolso. Styles e Tomlinson, por outro lado, usavam ternos azul-escuros e uma rosa branca na lapela.

As duas testemunhas assinaram logo depois e os noivos se beijaram, felizes por finalmente terem realizado aquele sonho. Receberam abraços calorosos dos dois presentes e saíram da sala com os documentos, encontrando o carro preto com latinhas amarradas no para-choque traseiro. Louis achava aquilo brega, mas era uma das tradições mais marcantes de um matrimônio.

Liam e Zayn acenaram e entraram no veículo, atraindo olhares de quem estava do lado de fora do prédio. As pessoas bateram palmas pela união e Tomlinson passou a mão na cintura de Harry, guiando-o para seu próprio carro no estacionamento.

O pôr-do-sol banhava a cidade de Londres, colorindo o céu nos tons de amarelo, laranja e azul-escuro. Ainda eram cinco horas da tarde e a noite já chegava devido ao inverno. As noites eram mais longas e os dias mais curtos naquela estação do ano.

Harry estremeceu e respirou fundo quando entrou no carro, encolhido no banco do passageiro. Louis inclinou-se e apanhou um cobertor no banco traseiro, entregando ao namorado, que sorriu agradecido.

- Tem que cuidar de sua saúde, amor. - falou com seriedade e ele deu partida para o salão de festas, que ficava em um bairro não muito longe dali.

Chegaram após alguns minutos e sorriram para os familiares de Zayn e Liam. Os Tomlinson e Styles também estavam ali, já que Malik era muito próximo de Louis e Liam de Harry. Os amigos mais próximos do The British One estavam ali e o sorriso de Tomlinson foi enorme ao ver Niall.

Correu para abraçá-lo e beijou as bochechas do irlandês, que riu e o apertou contra seu corpo.

- Louis! Há quanto tempo! - deu batidinhas em seus ombros. - Harry! Como é bom ver você! Está ainda mais bonito, o que anda fazendo?

- Bem, somos um casal grávido. - Louis riu, afagando a cintura do namorado.

- Oh! Parabéns, papais! - abraçou os dois novamente e roubou um canapé da mesa. - Ed e eu ainda estamos tentando, mas está difícil.

- Ele está aqui hoje? - Harry indagou, com a mão no ventre.

- Foi ao banheiro. - olhou ao redor e seu rosto se iluminou ao ver o marido voltando. Ed Sheeran Horan usava um terno verde-escuro e bem moldado ao seu corpo, seus cabelos ruivos tinham ondinhas adoráveis e Harry suspirou, o que não passou despercebido por Louis, que o puxou levemente para si em uma demonstração discreta, porém clara, de seu ciúme. Styles revirou os olhos ao constatar isso. - Oh, querido! Fico feliz de apresentá-lo aos meus amigos. Ed, estes são Louis, ex-colunista de astrologia do The British One, e Harry, seu namorado.

- É uma honra conhecê-los. - foi gentil, dando beijos em suas bochechas. - Niall fala muito de você, Louis.

- Fico feliz por estar aqui. - sorriu. - Este é o meu namorado, Harry. Creio que ele seja um grande fã seu.

- Oh, é mesmo? - tocou os ombros do grávido carinhosamente. - Venha, vamos tomar um drinque juntos.

- E-Eu não posso, estou esperando um bebê. - gaguejou, ainda surpreso demais por estar cara a cara com um artista por quem tinha muita admiração.

- Sem problemas, tomaremos um suco, então. - sorriu grande e puxou Harry para o outro lado do salão.

- Ah, ele é assim mesmo. - Niall sorriu. - Espontâneo e cheio de vida! Por isso amo meu marido! - disse apaixonado e pigarreou. - Como conseguiu engravidar Harry tão fácil? - abaixou o tom de voz.

- Suponho que eu não precise explicar como uma gravidez acontece, Niall. - falou, apanhando uma taça de champanhe de um dos garçons que passou por eles.

- Como ele está? Digo, Harry está praticamente sozinho com você na Austrália.

- Está bem, nossa família apoia muito. - sorriu, dando um gole na bebida adocicada. - Apesar de ser um momento delicado para uma gravidez, foi bom, sabe? Tenho mais um motivo para voltar.

- Está pensando em voltar? - arregalou os olhos.

- Não sei... a ideia de paternidade está mexendo muito comigo. - suspirou e olhou para Doniya do outro lado do salão, rindo com suas irmãs. - Não penso mais por dois, penso por três. O bebê, Harry e eu. Estamos tentando nos decidir se ele vai para Sydney ou volto para Londres. - balançou a cabeça, fazendo uma careta. - Não podemos manter uma família com uma distância tão grande. Quero estar presente nas primeiras conquistas do meu filho. Os passinhos, o primeiro sorriso...

- Ah, Lou, nunca achei que te veria assim. - sorriu, orgulhoso de seu amigo. - Estabilizado, com o homem que ama, aguardando a chegada de um filho... Isso me deixa muito feliz, cara. Você merece tudo que está conquistando. - fungou, sua emoção era tanta que estava prestes a chorar. - De nós três, Zayn, você e eu, sempre achei que o último a se tornar pai seria você, já que sempre foi solteiro e costumava pegar muitos caras, achei que continuaria na vida festeira por mais tempo.

- Não, creio que chegou a hora, huh? Trinta e seis anos pesando nas costas, acho que já é tempo de eu ver a vida de outra maneira. - disse com tranquilidade. Estava muito mais maduro que nove meses atrás, quando conheceu Harry e ele virou seu mundo do avesso. - Harry... ele não é como os outros caras. Ele é doce, tímido... adorável também. Mas sei que por baixo disso existe um homem muito corajoso e independente. Harry me encanta de um jeito tão... ah, Niall, não sei explicar o que sinto. Amor é uma palavra pequena demais para definir o tamanho de meu sentimento!

- Você está caidinho por ele. - deu um soquinho em seu ombro. - Já pensou em pedí-lo em casamento?

- Venho pensando nisso há meses, mas sempre acho que é cedo demais. - balançou a cabeça. - Sei que uma hora vamos morar juntos por causa do bebê, mas não queria que fosse assim. Quero documentos, quero alianças. Quero um casamento.

- E ele não?

- Para ele tudo parece mais simples nesse quesito. - deu de ombros. - Harry diz que quer juntar os paninhos de bunda sem o matrimônio. - riu baixinho. - Eu não. Quero me casar com ele, Ni. Quero viver para ele, fazê-lo feliz, carregar uma aliança com seu nome. Quero os votos, entende? Na alegria e na tristeza...

- Ah, amigo, tudo vai dar certo! - encorajou. - Talvez ele pense diferente com a chegada do bebê. São outras responsabilidades, huh? Não que um filho signifique que os pais são obrigados a casar, mas o coração dele pode estar mais aberto a ideia de casamento e a construção de uma vida a dois. No caso, a três.

- Comprei o anel de noivado em Sydney. - tocou o bolso de sua calça, onde estava a caixinha com o anel de ouro branco com um delicado diamante.

- Então está esperando o que para pedir?

- Um sinal de que não estou sonhando sozinho. - respirou fundo.

- Gente! - ouviram e se viraram para o centro do salão, onde Zayn e Liam estavam. Cada um segurava um buquê de flores vermelhas e brancas. - Hora do buquê! Duas chances, huh? Solteiros e solteiras, venham para cá!

Louis observou de longe e riu baixinho quando Ed incentivou Harry a entrar no meio das pessoas. A pequena aglomeração era formada por mulheres, incluindo as irmãs de Tomlinson e as de Zayn.

- Um... Dois... Lá vai! - Malik riu ao jogar o buquê junto com o noivo. Ouviram um grito e Safaa pulou entre todos, balançando um dos buquês. - Ora, maninha, confesso que fiquei enciumado. - Zayn fez um biquinho e riu, beijando a testa da irmã caçula. - Onde está o outro?

- Aqui. - uma voz baixa foi ouvida e as pessoas se afastaram, revelando um Harry encolhido e com as bochechas vermelhas como um tomate. - E-Eu peguei o buquê.

- Isso é algo promissor, não? - Niall sussurrou ao lado de Louis e o ex-colunista deu de ombros, esperando a reação do namorado.

Zayn vibrou por Harry ter pego e logo o cacheado correu para Tomlinson, que sorriu e abriu os braços para recebê-lo. Beijou seus cabelos e ele o olhou, trêmulo.

- O buquê... Lou, eu peguei o buquê! - abriu um sorriso depois do choque e deu alguns pulinhos. - Isso significa que fomos abençoados pelo casal, não? Oh, nossa união será em breve? - parecia esperançoso e Niall deu uma cotovelada nas costelas de Louis.

- Isso sim é um sinal. - disse baixinho e se afastou, deixando o casal sozinho.

- Hazzy. - colocou um cacho atrás de sua orelha e entrelaçou suas mãos, guiando-o para a varanda dos fundos do salão, sentindo o vento frio contra suas bochechas. Abraçou o corpo do namorado, de frente para ele para aquecer sua barriga. - Você sabe que eu te amo. Amo muito.

- Sei, sunshine. - afagou as bochechas de Louis.

- E você sabe também que relacionamento é algo muito importante para mim. - murmurou. - Família também. - tocou seu ventre. - Nunca encontrei alguém com quem pudesse sonhar junto, Harry, e isso aconteceu com você. Foi o primeiro homem que me despertou uma vontade avassaladora de morar juntos, de construir uma família. Eu te amo. Amo demais. Não me ache um tolo por estar em uma posição tão vulnerável no momento, mas isso é porque eu amo você. Estamos juntos há nove meses e vamos ter um bebê daqui seis meses. Quero ter uma vida ao seu lado, meu amor. Quero dividir minha cama, meu corpo e minha alma com você. - tirou a caixinha do bolso e se ajoelhou em sua frente, segurando sua mão. - Você, Harry Styles, aceita se casar comigo?

O cacheado estava sem palavras. Soluçou e levou as mãos à boca ao ver o anel de ouro branco e diamante, discreto e elegante. Olhou do anel para Louis e de Louis para o anel. Passou as mãos pelos cabelos e uma desceu para sua barriga, tocando o ventre onde seu bebê crescia saudável. Sorriu e soluçou, surpreso demais para dizer algo.

- Aceita, amor? Aceita ser meu esposo?

- Eu... Céus, eu aceito! - riu, feliz. - Claro que aceito! - ajoelhou-se em sua frente e Louis tirou a aliança de seu anelar direito, substituindo pelo anel. Ele, contudo, permaneceu com sua aliança de compromisso, já que não vendiam pares de anéis. Preferiu não comprar alianças porque seu amado merecia mais. Merecia uma jóia refinada e deslumbrante, assim como ele, e não uma simples aliança.

- Eu te amo, Harry Styles. - selou seus lábios, envolvendo sua cintura com os braços.

- Eu te amo mais, Louis Tomlinson. - sorriu e o beijou com mais intensidade.

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