Um Deku Bravo.

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Era como se eu tivesse dezessete outra vez, sim, igual a porra de um título de filme ou livro clichê mas nada ali estava sendo clichê

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Era como se eu tivesse dezessete outra vez, sim, igual a porra de um título de filme ou livro clichê mas nada ali estava sendo clichê. Surpreendentemente, minha mãe não tinha surtado com a festa surpresa mas isso por conta do filhote de arbusto que se jogou nos braços dela gritando um alto e sonoro fucking “surpresa vovó Mit”, nossa, faltou a velha chorar de emoção e eu jurava que ela estava segurando pra não me obrigar a fazer uma praga – digo, criança – pra suprir as necessidades dela de ser avó. 

Naquele momento, era impossível não sentir meu coração aquecer enquanto Inko contava sobre um cliente idiota que tinha passado pela loja, Massaru conversava com o Deku sobre como manter a chama da churrasqueira no ponto certo pra assar frango e Yuuki não parava quieto no colo da velha.

Estava tudo perfeito.

A diferença era que tinham se passado uns longos – e péssimos – anos e agora, felizmente tínhamos aquele mini brócolis pra deixar tudo ainda melhor. Nem parecia que eu tinha sofrido horrores pelo filho da puta do Izuku.

Eu estava feliz, nossa, e como estava.

Mas algo bem no fundo do meu coração dizia que era tudo tão “frágil”, se é que essa é a palavra certa pra descrever. E isso era apenas a ponta do iceberg. Obviamente, ao longo dos anos sem o maldito do Midoriya eu tinha desenvolvido a mania de querer saber das coisas, antes que elas dessem errado, um verdadeiro pessimista de carteirinha. Ao contrário de antigamente, onde eu estava foda-se pra tudo e todos e só conseguia enxergar a mim mesmo ou aos meus problemas.

Se eu fosse assim antes, teria percebido que algo estava errado nos últimos meses que ele tinha passado aqui antes de ir embora. Assim como há algo errado com ele agora, diante da minha fuça mas eu posso falar algo? Não faço a porra da ideia se sim ou não. Talvez fosse meu dever como “melhor amigo” mas não somos mais isso a muito tempo.

O que somos agora? Bom, eu diria que amigos com benefícios. Nos pegamos e é isso, só isso, ignorando o fato de eu querer bem mais.

- Consegui! – ele comemorou ao ter aprendido o que meu pai o ensinou, tinha fuligem preta em sua bochecha esquerda tampando as sardas e ele erguia o vidro de óleo no alto em pura alergia. Esse porra as vezes ainda parecia ser o mesmo bobão de sempre – Olha, Kacchan, vem tentar também.

Neguei enquanto sorria de canto, eu não me dava bem com um fogão de quatro bocas quem dirá com uma coisa que solta labaredas e brasas? Dispenso.

Com um bico fofo nos lábios ele voltou a ajudar Massaru e eu senti algo grudar em minha perna direita. Afaguei os cabelos verdes daquela coisinha preciosa e ele me olhou com um sorrisão de orelha a orelha.

- Pode me mostrar aquilo agora?

- Nem pensar – dei um peteleco estalado em sua testa – Você ainda não é digno, moita.

- Tudo bem. Eu peço pra vó Mit e ela me leva até lá, não vai ser difícil – ele deu de ombros, pirralho esperto! – e ai, o que vai ser?

(...)

Porque Verde É A Cor Mais Bela.Onde histórias criam vida. Descubra agora