Minhas mãos soavam.
Obviamente era pelo calor e não ansiedade, jamais. Ah, pff, quem eu queria enganar? A mim mesmo é claro. O corredor estava silencioso como sempre e as dupla dinâmica vulgo Mitsuki e Inko já haviam ido embora. Passavam das onze da noite e Yo já havia ido dormir pois teria que acordar cedo pra dar uma bela desculpa pro diretor do hospital e sorte a dele que esse era seu tutor deis de pequeno se não já estaria no olho da rua.
Eu sabia que estava sendo idiota ao fazer aquilo mas quanto mais meu cérebro tentava me privar mais o coração insistia. Eu precisava vê-lo e a desculpa era simples: apenas iria agradecer por mais cedo e partir. Só isso e nada mais.
Sei que devo ter erguido a mão pra tocar a campainha umas três vezes e desistido. Mas se eu já estava ali então deveria parar de enrolação logo e fazer o que deveria ser feito, não era nada de mais.
Depois de ouvir o som ecoando pelo lado de dentro os passos vieram se aproximando na medida que meu coração acelerava, a porta se abriu e lá estava o dono de toda a confusão que há em mim, descalço, com uma samba-canção amarela e uma camisa branca simples. Os cachos caiam pro lado esquerdo e os lados estavam raspados assim como quando o reencontrei no colégio, parecia recém cortado e Izuku segurava em mãos uma taça com algo que parecia ser vinho. Ele pareceu surpreso ao me ver ali mas abriu um sorriso fodidamente lindo de imediato, um tanto triste - talvez pelo que ouviu mais cedo - mas não deixava de ser bonito.
- É... tava ocupado? Espero não ter atrapalhado na-
- Não, Kacchan, eu não estava ocupado - ele sorriu anasalado e com total certeza eu estava com cara de idiota - Precisa de algo?
Endireitei a postura e pensei "apenas diga e vá embora ".
- Eu só vim dizer um obrigado por - o barulho de algo apitando lá dentro me interrompeu e então o esverdeado voltou a atenção pra onde o som vinha.
- Você não quer entrar? - de jeito nenhum! - tu pode me dizer lá dentro eu acabei de fazer pizza.
- No microondas? - arqueei uma sobrancelha curioso, o cheiro estava bom e, o porra como assim? Eu não iria entrar e muito menos comer com ele como se fossemos amiguinhos!
- Uhum. Aprendi com o Shin.
- Olha eu acho melhor não eu só vim-
- Vamos Kacchan, não custa nada - seus olhos imploravam e como era impossível dizer não para aquela criatura suspirei derrotado e um tanto irritado. Eu não queria comer com ele, no apartamento dele, eu só vim dizer obrigado e pronto, mas que inferno! - Encosta a porta pra mim que eu vou pegar os pratos.
Foi o que ele disse já indo até a cozinha enquanto sorria por ter conseguido me trazer pra dentro. Filho da égua! Uma hora diz que não quer mais nada comigo e um mês depois ta me fazendo jantar com ele, super normal, nada confuso ta tudo ótimo.
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Porque Verde É A Cor Mais Bela.
RomanceApós oito longos anos, Katsuki tem que lidar com a volta inesperada de seu antigo melhor amigo que sumiu sem dar notícias depois de quebrar seu coração lhe dizendo que estava noivo quando finalmente tomou coragem para se declarar. Como o destino não...