O despertador tocou às seis e meia, quebrando o silêncio que se instalava no quarto escuro, porém imponente, do jovem Jeon. O cômodo era de mediano para grande, tinha espaço suficiente para sua cama de médio porte, escrivaninha, as estantes de livros e prateleiras com figuras de ação, além de um vasto guarda roupas que talvez, metade do que havia ali dentro, nem fosse usado há um bom tempo.
O ar inflou seus pulmões e abandonou-os aos poucos, antes que ele resmungasse coçando os olhos ainda fechados. Quando abriu-os, piscou algumas vezes para espantar o sono e então sentou-se, esticando suas mãos ao aparelho que vibrava e tocava incansavelmente, um tantinho irritante.
Seu corpo estava incrivelmente pesado e seus nervos e músculos doíam como se tivesse sido atropelado por um trem, ou talvez ele tenha servido de poltrona para um elefante cor-de-rosa. Caminhou arrastando-se para o banheiro de seu quarto, pensando que talvez deve-se mandar pintar de branco o desenho do homem aranha em sua porta, já estava crescido agora, não era mais uma criança!
Ele até riu um pouco ao se lembrar o quanto tinha insistido para seus pais deixarem que fizessem uma pintura ali, até tinha apelado para Jennie Kim, sua irmã mais velha e com a ajuda do chamego e bajulação de Min Yoongi, seus pais deixaram por fim. E não era nada mais do que justo, visto que sua irmã tinha desenhos de princesas na porta também; "Por que ela pode e eu não" incomodou o senhor e a senhora Jeon por algumas semanas.
Agora, Jennie Kim já havia mandado pintar por cima daquele desenho, um rosa antigo, culto e elegante, como ela gostava de dizer, então talvez aquilo fosse o indicativo para ele fazer o mesmo, talvez encontrasse algum azul antigo para usar e fazê-lo parecer adulto.
Mas até que ele gostava do homem aranha.
Jeon Jungkook entrou no banheiro depois de ter ficado um tempo encarando aquela maldita porta, lavou seu rosto com toda a calma do mundo, como se os ponteiros do relógio não estivessem correndo adoidados por aí.
Ainda gastou mais alguns segundos massageando o rosto, fingindo afincadamente que havia aprendido algo com Jennie e Chaerin sobre cuidados matinais com a pele. Ele se enganou bem em acreditar que estava fazendo certo.
Depois de enxaguar o rosto de sua massagem, levantou e olhou para o espelho e levou um susto com oque viu, precisando de um breve momento para se recompor.
E ele se sentiu acabado, ali encarando seu reflexo que o encarava como se risse de seu desamparo. Era como se o espelho não se importasse de precisar ser decadente para imitar a si, já que ninguém o veria além do dono.
E Jeon desejou ser o reflexo por um momento.
Jogaria-se ao chão na primeira oportunidade.
Estava vestindo suas roupas do pijama que não lhe favorecia muito o corpo que já não estava em seu melhor estado - estava mais magro do que imaginava e ele tinha certeza que os ossos de sua bacia não deviam apontar assim. Seus cabelos não tinham brilho, estavam ressecados e ele não penteava há duas semanas (e isso sem contar o corte que sequer existia, os fios haviam crescido bastante). Seu rosto foi oque mais deixou-lhe deprimido, definitivamente, pois não podia esconder-lhe mesmo que quisesse e deus, como ele queria. Era para ser assim, fino, com as bochechas fundas e olheiras que se assemelhavam a hematomas de fortes socos?
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How to find out a liar | Livro Físico!
Diversos[¡LIVRO UM!] Um grupo de amigos começa a receber mensagens de um número bloqueado que parece saber todos os seus mais sombrios segredos. Assustados, eles se juntam para desvendar esse caso ao mesmo tempo em que tentam sobreviver às mais perigosas ch...