Capitulo 2

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POV Brunna

Eu sempre gostei de ter pais tão liberais como tivemos com Brunno, eles simplesmente queriam que fossemos felizes e, junto com meu irmão, entendemos por que eles estavam trabalhando para nos dar alegria, por isso tentamos ajudá-los financeiramente em tudo. Eu trabalhei para poder gastar com combustivel para meu carro e Brunno trabalhou para ajudar meus pais que pagaram pela minha universidade, apesar de terem obtido uma bolsa de 50%. Além disso, estudar Artes era caro por causa de todos os materiais que usamos que costumava terminar rapidamente. Pelo menos eu estava prestes a terminar, mas logo meu irmão iria para a faculdade e o idiota estava se metendo em problemas por causa de sua má sorte, mas ele era um garoto inteligente e eu tinha certeza de que, ao contrário de mim, ele poderia
ter uma bolsa de estudos completa.

Eu tive que admitir que, quando vi Ludmilla Oliveira, meu amor secreto por ela veio a mente quando fomos para o ensino médio, e tive que admitir que a mulher que vi lá era mais bonita de que eu lembrava. Fiquei um pouco surpresa por ela ter voltado para Dallas, pois até onde eu lembrava, tinha ido a Yale. Se eu tivesse tido a oportunidade de sair daqui, provavelmente tinha ido para não voltar.

Olhei para fora de uma das grandes janelas da cafeteria vendo as nuvens cinzentas no céu, não era algo comum em Dallas e gostei muito da ideia da temperatura começar a cair um pouco.

A campainha tocou e eu fiquei surpresa ao ver a mulher de terno que havia entrado na cafeteria. Era Isabelly Fraga. As duas estudantes de Yale voltaram para Dallas?

- Olá, eu quero um café preto sem açúcar. - Reagi quando a ruiva ficou na minha frente, me entregando uma nota de dez dólares. Eu rapidamente peguei o pedido dela e dei o troco. - Uhm, você  parece familiar...

- Nós estavamos indo para o mesmo instituto. - Eu respondi ela assentiu, me dando um sorriso gentil, me deixando mais do que surpresa.

- Bem, muito obrigada... - Ela estreitou os olhos lendo a placa no meu vental com a minha identificação - Brunna.

Sua atitude me surpreendeu, Isabelly  no ensino médio não era a pessoa mais gentil pra falar a verdade. A unica pessoa que controlava era Ludmilla, embora esse nem sempre fosse o caso, desde Isabelly quando ela teve dias ruins, não era o melhor caminho. Ela era a rainha da escola e ninguém duvidava disso, mas era como a rainha de copas de Alice no pais das maravilhas.

Quando sai do trabalho, corri pro meu carro porque havia começado a chover, agradeci  por não ter passado no meu irmão porque estava um pouco cansada e só queria chegar em casa logo. Mas, aparentemente, isso teria que esperar.

De longe, vi um carro preto razoavelmente elegante estacionado e vi a silhueta de uma mulher tentando ver o que estava acontecendo. Afastei-me para estacionar e ver o que estava acontecendo. Quando estacionei o carro, reconheci que Ludmilla estava olhando o motor do carro, a escola devia estar pagando muito bem ou ela tinha um bom trabalho antes de vir aqui para pagar o carro.

- Precisa de ajuda? - Ela pulou, batendo com a cabeça no capô do carro. Aí, isso deve ter doído, pensei segurando a risada assim que vi ela olhando em minha direção.

- Se você tem bateria no celular ou conhece algum mecânico, seria excelente.

- Só posso ajudá-la com o primeiro. -  Ela suspirou. - Vamos lá, deixei o celular no carro e seria melhor nos protegermos dessa chuva. - Eu vi a duvida em seu olhar, mas no final ela decidiu me seguir.

Quando entramos no meu carro, dei-lhe meu celular e ela parecia tentar entrar em contato com alguém, mas eles não atenderam.

- Inferno - Esbravejou

-Uhm, deveria chamar um guincho, eu posso te levar até em casa.

- Eu posso pedir um táxi.

- Você estava indo na mesma direção acho que não teria nenhum problema em desviar um pouco.

- Você é minha salvação... - Ela parecia querer se lembrar, mas era difícil pra ela.

- Brunna - Eu terminei e ela assentiu com um sorriso.

- Você é minha salvação, Brunna Gonçalves. -  Sorri quando ela pegou meu celular novamente para ligar para um guincho e desviei o olhar tentando pensar que ela não viu minhas bochechas corarem. -  Bem, eles estarão aqui daqui a pouco.

- Você pode procurar musicas enquanto... - Ela negou.

- Seu carro, sua música. - Decidi aleatoriamente a musica como costumava fazer. - Eu gosto de Card B - Ela disse feliz enquanto a música tocava.

- Eu também, não tanto quanto eu gosto da Nicki, mas...

- Nicki é e sempre será a rainha do rap, quem me diz o contrário é porque não viveu a última década da música. - Eu olhei para ela um pouco surpresa, ela não parecia o estilo de mulher que ouvia Nicki Minaj , ou realmente a admirava. - Desculpe, eu costumo ficar um pouco animada com coisa de música.

- Eu entendo. Eu ia lhe dizer o mesmo, mas um pouco menos eufórica. - Ela riu. - Eu vi sua amiga hoje, Isabelly. Posso perguntar por que as meninas de Yale voltaram a Dallas? Tenho certeza que conseguiriam um emprego onde quer que vocês quisessem.

- Bem, Isabelly recebeu uma boa proposta de emprego aqui, então decidimos voltar.  Eu acho que é uma maneira de devolver a Dallas o que nos deu, ou algo assim. -  Ela deu de ombros e seus olhos foram para janela.

"Uhm, eu entendo. - Decido não falar novamente, pois a atmosfera se tornou um pouco desconfortável com a minha pergunta, como se ela realmente não gostasse da ideia de voltar.

- Bem, veio o guindaste - Ela desceu e vi o guindaste que estava estacionado ao lado do carro dela, acho que não demorou muito para que eles levassem o carro na direção da oficina. - Eu moro no primeiro bairro que fica logo abaixo dessa estrada. - Concordei que não morávamos muito longe, a diferença  que ela vivia no rico bairro da região. Aparentemente, a escola teve que
pagá-la o suficiente para morar lá - E bem, o que você faz da sua vida? -  Ela perguntou quando voltei para a estrada

- Bem, estudo Artes e trabalho em uma lanchonete, não tenho uma vida muito interessante sendo bem sincera com você. - Eu olhei para ela pelo canto do olho rapidamente antes de olhar de volta para a estrada.

- Estudar artes faz você ter uma vida interessante, não minta para mim. -  Eu ri levemente. - O que é engraçado?

- Que todo mundo pensa isso, mas não é assim. Vivo fazendo esculturas e coisas, uso meu tempo livre para trabalhar, então não tenho muito tempo para fazer coisas loucas e esse tipo de coisa.

- Bom ponto, mas você deveria relaxar mais.  Você parece tensa na maioria das vezes é uma professora do ensino médio que está dizendo isso. - Eu ri um pouco. - Veja, é assim que a vida é melhor.

- Vou seguir o seu conselho, suponho que você não estudou filosofia por nada.

- O que a filosofia tem a ver com tudo isso?

- Nessa filosofia, você tem a parte teórica moral para viver uma vida feliz, certo? - Ela assentiu um pouco surpresa. - O fato de eu estudar artes não me deixa ignorante do resto das coisas, além disso, também tive aulas de filosofia quando jovem com o professor Smith.

- Suponho que é uma falta de hábito para alguém fora do meu mundo acadêmico falar comigo dessa maneira. - Ela disse arrumando o cabelo. - Oh, essa é a minha casa. - Estacionei na beira da estrada e olhei para a grande casa branca que estava lá, era uma casa bem grande e bonita.

- Muito obrigado por me trazer, Brunna.

- Você já sabe, se precisar de algo, pode procurar por mim e eu posso tentar ajudá-la. - Ela sorriu. - Bem-vinda de volta a Dallas, Ludmilla - Ela beijou minha bochecha antes de sair, fiquei um pouco surpresa com isso, mas acordei do transe novamente quando vi a porta da casa dela aberta e vi Isabelly, que a recebeu com um abraço.

Por hoje é isso, espero que estejam gostando, até amanhã, beijinhos 💕

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