The Betrayal

Capítulo 21

POV Ludmilla

Eu estava arrumando os biscoitos e os copos que havia comprado para a reunião de pais e professores, ainda era cedo, mas eu gostava de ter tudo perfeitamente ardenado quando
chegassem. Normalmente eles não tinham problemas nessas situações, de fato, uma vez que haviam mudado a metodologia do curso ao qual estavam acostumados, começaram a ter um desempenho melhor, o fato de poderem ter um assunto mais flexível os ajudou a começar a se interessar por diferentes temas e que possibilitaram a realização de melhores ensaios.

- Trouxe uma maçã, senhorita Oliveira. - Fiquei surpresa ao ouvir uma voz perto do meu ouvido e ela riu levemente, toquei-a delicadamente no braço antes de pegar a maçã que ela havia me trazido.

- O que faz aqui?

- Eu vim te ver.

- Bru, você deveria ter me dito, em alguns minutos mães e pais chegam...

- Eu sei, eu vim para isso também. - Ela encolheu os ombros.

- Claro, Brunno. - Ela assentiu. - Por um momento eu pensei que você estava falando sério.

- Em parte é, mas eu não vou mentir para você, meus pais e Brunno me forçaram a vir, esse idiota provavelmente aprontou algo e não quer que mamãe e papai saibam disso.

- Acho que não é a primeira vez que ele faz isso. - Brunna negou.

- Não, mas pelo menos agora tenho uma motivação melhor do que alguns dólares e favores por vir. - A garota de olhos castanhos se aproximou de mim lentamente. - Alguém já te disse como você está linda hoje?

- Várias vezes. - A provoquei, fazendo uma das sobrancelhas dela se levantar.

-Ah,sério? - Eu balancei a cabeça quando ela se aproximou o suficiente para me prender sobre a mesa. - Bem, eles estão certos, você é a mulher mais linda que pisou neste instituto.

- Claro que não, havia garotas muito bonitas em nosso tempo, você também é linda, Bru. - Ela sorriu levemente, mostrando os dentes.

- Eu sei, mas ninguém teve uma comparação com você. Toda vez que você passava pelos corredores, todos se viravam para olhar para você, você nunca precisava de maquiagem porque isso era suficiente. Todas essas pequenas coisas me fizeram apaixonar por você. - Ela capturou meus lábios em um beijo suave que eu não negaria, Brunna tinha essa capacidade de me fazer sentir bem com apenas suas palavras e eu amei isso.

- E uma boa maneira de usar as letras do One Direction, Bru. - Ela riu um pouco, se afastando de mim. - Obrigada pela maçã.

- Não é por nada, professora Oliveira. Eu vou lá antes que o diretor nos veja. - Brunna piscou para mim antes de sair, mas logo voltou. - Posso pegar alguns biscoitos? - Eu assenti, rindo, e ela correu para pegar um pouco. - Vejo você daqui a pouco, baby.

Quando ela foi embora, eu pude analisar suas palavras, ela me disse que estava apaixonada por mim, ou pelo menos eu acho. Sentia o mesmo? Ainda não tinha parado para pensar em tudo o que estava acontecendo, embora soubesse que gostava dela. Estava apaixonada por Brunna? Eu queria negar para mim mesma, mas já sabia a resposta. Naquele momento em que os pais e as mães entraram na sala para
perguntar sobre mim e seus filhos. Certamente eu deveria começar a pensar que seria minha vida, Isabelly e Brunna.

- Agora eu entendo por que seu filho é um idiota, se ele tem um pai tão imbecil! - Gritos foram ouvidos na sala atraindo a atenção de todos. Eu ousei abordar alguns pais juntos e vi Brunna na frente de um grande homem que provavelmente tinha dois metros de altura. Ele era o pai de Henrico, agora eu entendi tudo.

- Ela não é normal.

- Ele, idiota. Ele provavelmente é um homem muito melhor que você. - Decidi intervir quando vi a veia pular do pescoço do pai de Henrico.

- Brunna. - Chamei ela, mas ela manteve o olhar desafiador na frente do pai de Henrico, apesar da grande diferença de tamanho, ela não parecia intimidada por ele, o que me surpreendeu. - Brunna Gonçalves estou falando com você.

- A professora esta chamando você, garota. - Claramente, o pai era um idiota tentando provocar Brunna.

- Quando ele se desculpar, podemos voltar para nossas vidas.

- Não vou me desculpar por uma brincadeira com seu amigo. - Brunna soltou um suspiro pesado.

- Se for assim, lamento informar que Henrico terá que deixar o time até que sua atitude mude. Não estou treinando mais atletas idiotas. - O treimador apareceu em cena, parado ao lado de Brunna, e o pai de Henrico olhou para ele com espanto.

- Você não pode fazer isso.

- Se eu puder, junto com a escola, temos um forte discurso de discriminação e, em minha
equipe, aceitarei quem quiser, se vocês não gostarem, poderão me processar, mas me parecerá interessante ao explicar a um tribunal sua transfobia em 2020.

- Ok, desculpe. - Ele murmurou antes de virar e sair.

- Muito obrigado, Jonas. - Brunna olhou para ele com um sorriso.

- Não precisa me agradecer, você sabe que eu adoro o Mário e Yris me mataria se eu não tivesse feito isso. - O treinador sorriu para ela, me deixando confusa.

- Eu não estou entendendo nada.

- Jonas é o pai de Yris. - Brunna me esclareceu. - Desculpe ter interrompido  a reunião. - Brunna disse em voz alta para as mães e pais que testemunharam tudo. - É melhor eu ir.

- Não, nós temos que conversar. - Eu disse olhando para ela e ela acabou aceitando. - Vou esperar por você na minha sala quando tudo acabar.

O resto do dia passou sem nenhum problema, aparentemente eu ainda tinha o dom de agradar pais e mães, então eu o havia usado a meu favor, a maioria parecia gostar de seus filhos e filhas para aumentar suas notas assim que à filosofia. Quando todos saíram e restaram apenas alguns professores em suas salas de aula, Brunna entrou na sala como se fosse um filhote de cachorro punido, o que me causou muita ternura.

- Por favor, feche a porta. - Ela obedeceu e aproveitei o momento para me levantar quando ela se aproximou de mim.

- Escute, eu não vou me desculpar por...- Eu parei, capturando seus lábios em um beijo.

- Eu não quero que você peça desculpas, pensei que era corajosa. - Eu murmurei sobre seus lábios e quando toquei seu braço nu, senti sua pele se arrepiar. - Eu vi você de uma maneira maravilhosa. - Ela colocou as mãos na minha cintura me puxando para mais perto de seu corpo. - Gostei.

- Como você gostou? - Ela levantou uma sobrancelha.

- De várias maneiras. - Ela capturou meus lábios em um beijo com mais desejo e eu o aceitei com prazer, ela encontrou uma maneira de me colocar na minha mesa e quando suas mãos desabotoavam a camisa que eu estava vestindo, alguem bateu na porta e nos separamos a tempo quando o zelador entrou.

- Olá, senhorita Oliveira. Tenho que limpar a sala. - Nós duas assentimos olhando uma para a outra e rapidamente saimos com uma risada.

- Você não escapará dessa professora  Oliveira. - Ela sussurrou no meu ouvido, me fazendo estremecer.

- Desculpe, tenho provas para revisar. - Eu mostrei a língua para ela e ela apenas suspirou. - Mas podemos parar por um momento no meu carro, certo? - Ela assentiu rapidamente antes de pegar minha mão, me levando ao estacionamento que já estava vazio.

Um capítulo curto só pra vocês não ficarem sem. Me digam se estão gostando. Volto mais tarde 💕