Capítulo 14

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POV Brunna

Eu estava olhando para a pintura que havia feito em detalhes, era a primeira vez que ela tinha uma nota tão alta em algum tempo. Provavelmente era uma das minhas pinturas favoritas, mas ainda não conseguia encontrar uma grande diferença das outras. Eu olhei para os olhos que eu havia feito entre as manchas de tinta que estavam lá, elas eram familiares para mim e a verdade, minha professora estava certa, eram olhos que, apesar de serem apenas uma pintura, transmitiam tranqüilidade a você.

- Você está de folga? - Eu olhei para cima rapidamente, reconhecendo aquela voz.

- Oi, eu só vim tomar um café. É o meu dia de folga. - Ela sorriu um pouco antes de se sentar na minha frente, então eu notei que eram os olhos dela.

- É o meu dia de sorte nesse caso, eu esperava poder vê-la hoje.

- Ah sério? - Ela assentiu. - Não tenho notícias suas há dias.

- Bom, eu estive ocupada com algumas coisas.  - Balancei a cabeça, olhando para Mário, que estava esperando seu café, aparentemente ele havia reconhecido Ludmilla à distância porque estava olhando para mim surpreso. - É uma pintura muito bonita.

- Obrigada, demorei algumas horas, mas valeu a pena. - Eu sorri para ele. - É uma das minhas pinturas favoritas.

- Você é muito talentosa. - Ela permaneceu com seu sorriso.

- Nossa, que surpresa ver Ludmilla Oliveira, especialmente sentada com perdedores como nós. - Mário tomou o lugar dela ao meu lado e a morena olhou para mim um pouco surpresa.

- Desculpe, eu não sabia que você estava acompanhada.

- É apenas Mário. - O garoto olhou para mim confuso. - Além disso, eu não sou uma perdedora, eu não sei sobre você. - Mário  acabou me batendo no ombro.

- É verdade, ninguém é, eu acho.

- Isso é o que um professor diria a um perdedor. - Mário brincou, fazendo Ludmilla rir um pouco. - Suponho que estou certo. 

- Não vou negar, mas também não vou afirmar. - A morena deu de ombros. - Bem, acho que vou deixar vocês sozinhos.

- Você não precisa ir. - Mário tirou as palavras da minha boca. - Nós iamos tomar um café, e eu queria agradecer pelo que você fez no ensino médio. Brunno me disse, eu queria que você fosse nossa professora naquela época - Por um momento eu imaginei, certamente teria me apaixonado por minha professora nesse caso.

- Não foi nada, além disso, não posso aceitar todo o crédito, foi idéia da Bru  - Eu desviei o olhar para o meu café. - Há coisas que não podem mais ser "toleradas". Na verdade, gostaria de me desculpar por não ter feito nada na época.

- Não se preocupe, não guardo rancor contra pessoas como você. Você nunca fez nada comigo, eles eram seus amigos e bem, seus amigos também. - Mário deu de ombros e olhei para ele, sabia que era um assunto delicado para ele. - Embora, se você quiser me ajudar ou me compensar, pode dar a Brunno uns dez para que ele tenha mais tempo livre.

- Acho que minhas desculpas são tudo o que posso oferecer agora. - Ludmilla sorriu e eu olhei para as covinhas que se formaram em sua bochecha.

- Bom, isso já está de bom tamanho. Bru, o gato comeu sua língua? Não cansa de olhar desse jeito para Ludmilla? - Corei.

- Eu não sei por que você ainda é meu amigo.

- Eu sou a pessoa mais agradável com quem vocé pode interagir.  Bem, isso foi até Ludmilla se sentar conosco. - Olhei para a morena que estava sorrindo levemente para mim e rapidamente procurei uma maneira de mudar de assunto.

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