Capítulo 5

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POV Ludmilla

Lia meu livro e, às vezes, olhava meus alunos fazendo suas atividades, acho que esse era meu momento favorito na escola. Quando tudo ficava em silêncio  e eles me deixavam respirar em paz e também pensar com clareza.

Eu estava usando meu tempo livre para corrigir alguns exercícios que havia passado para meus alunos, mas minha mente foi para aqueles olhos castanhos tão profundos. Não, de novo não. Foi um momento de fraqueza apenas, pois se tratava de uma jovem que disse que me achava bonita, além da situação em que meu casamento atualmente vive, suponho que era comum.

Eu sabia que era uma questão de tempo até ter um relacionamento estável com Isabelly ,embora agora mal pudéssemos nos ver, sabia que ela só precisava de tempo para se estabilizar aqui.

Falando da rainha de Roma, ela não pensou
em outra hora para me ligar.

- Ficarei do lado de fora por um momento, acredito que vocês não se ajudarão para obter uma resposta descente.- Eles assentiram um pouco nervosos e eu sai para o corredor agradecendo que as portas das salas de aula tinham uma janela que me permitia ver o interior.  Atendi rapidamente a ligação. - Querida, aconteceu alguma coisa?

- Eu só estava pensando em você. - Eu provavelmente sorri. - E eu estava pensando se você queria ir ao cinema hoje, não saimos juntas há muito tempo, apenas nós duas.

- Claro.

- Eu vou embora mais cedo e vejo você lá. Eu te amo, agora volte ao seu trabalho, tenho que voltar para reunião.

- Te amo também. - Ela desligou e eu voltei para a sala com um sorriso.

Foi exatamente isso que eu quis dizer.

À tarde, sai do trabalho o mais rápido possivel para ir ao cinema na cidade em que sempre estivemos, não fazia ideia de quais filmes havia, mas o importante era estar com Isabelly, minha esposa.

O problema era que eu estava lá meia hora, antes de receber uma ligação dela.

- Ei, onde você está? -  Eu perguntei olhando para a rua, caso visse seu carro se aproximando, mas nada.

- Amor, me desculpe. Eles me pediram alguns trabalhos para amanhã, pensei seriamente que hoje poderia passar um tempo com você.

- Lembra que você disse que nunca seria como seu pai biológico? - Eu murmurei com raiva e ela só fez um som de afirmação. - Bem, você já está assim, Isabelly. Vejo você em casa - Desliguei a ligação antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, fiquei com raiva e provavelmente me arrependeria quando encarasse ela mais tarde.

O pai de Isabelly, o biológico, havia saído de casa quando ela tinha 6 anos de idade. O homem definitivamente tinha um problema em trabalhar demais  e claro, um romance secreto com a assistente dele. Era um clichê, mas um clichê ruim. Ele deixou a mãe de Isabelly quando soube que sua assistente estava esperando um menino, esse era seu sonho, aparentemente ele não gostou da idéia de criar uma menina. Felizmente para Isabelly, sua mãe se casou com um homem
maravilhoso que procurou curar as feridas que seu pai biológico havia deixado. Aos 15 anos, ela decidiu usar o sobrenome Fraga, que era o sobrenome de seu verdadeiro pai, não de sangue, mas que se preocupava com ela.

Olhei para o outdoor do cinema mais uma vez e decidi que iria entrar de qualquer maneira, não me importava, já estava aqui. E pelo menos, isso faria minha mente não  pensar em meu relacionamento com Isabelly.

Decidi não voltar para casa antes de assistir a um filme, o primeiro que estava em ação. Eu já estava aqui e não perderia minha chance de ir ao cinema.

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