Sempre desconfiei que estava sendo monitorado pelo Google e que o Google vendia esta informação para outros parceiros comerciais. Tive esta certeza quando o governo do estado divulgou dados com o percentual de pessoas que estão cumprindo a quarentena.
Os dados em si não são tão relevantes para meu estudo. Mas fiquei matutando: como eles sabem que 50% dos paulistas não estão cumprindo a quarentena?
Pesquisei na internet e verifiquei que os governantes estão utilizando dois métodos de rastreamento populacional: o primeiro deles, mais simples e menos preciso, é através das próprias operadoras de telecom. Se você está com sinal, através de triangulação de antenas, você está conectado em alguma ERB (estação radio base). A operadora consegue saber, mais ou menos, onde você está. E com isso, o governo sabe se você está em casa, ou tomando uma pinga na Praia Grande.
O segundo método é mais preciso. Os celulares smartphone equipados com android monitoram suas atividades (desde que você autorize, mas 99% das pessoas não leem o contrato e dão ok em tudo na hora da configuração). Este monitoramento é legal e eficiente e pode ser uma mão na roda. Uma vez, eu estava em viagem na cidade de Bogotá e não conhecia nada de um determinado bairro. Entrei no google e ele me indicou os restaurantes com comida típica, com a nota mais alta dos visitantes. Fui em um restaurante que ele indicou e realmente funcionou muito bem.
Este método tem uma precisão muito alta, porque além das antenas, usa o GPS e ainda grava sua última posição, antes de uma desconexão de GPS, por exemplo. Agora, testando o sistema, o Google me mostra exatamente o número da minha casa e em que lado da rua eu estou. E está 100% correto. Ele também sabe quanto tempo você ficou em cada lugar. Com o acordo que o Google fez com o governo, fornecendo os dados, eles sabem onde você está e quanto tempo você ficou em cada lugar. Atualmente, no Brasil não permite ao governo federal ter acesso à identidade e ao número de telefone das pessoas que transitam pelas ruas com esses aparelhos, como tem ocorrido na China, na Coreia do Sul e em Israel, por exemplo.
Foi-se o tempo de privacidade. Eles sabem tudo que estamos fazendo.
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Sao Paulo sitiada - O diario do Coronavirus
Historia CortaMarço de 2020: O fim está próximo. A maior cidade da América do Sul está parando. Sem comida, sem trabalho, pessoas isoladas, crianças sem escola, caos no sistema de saúde. Acompanhe o diário das aventuras de quem vive o apocalipse de perto, com um...