A praia já estava quase toda arrumada, se por assim dizer eles havia, divido as tarefas terminando-as de forma bem rápida, até. Restava apenas algumas coisas e a praia estaria limpa como estava cedo.
Alex catava alguns copos que estavam próximos a água enquanto se esforçava para não lembrar do episódio de algumas horas atrás, a sensação de ter o corpo de Maya preso ao seu entre os seus braços havia mexido com ele de uma forma estranha, sua boca ficou seca e seu coração faltava pouco rasgar-lhe o peito, havia feito um esforço enorme para não descer o olhar para o seu corpo e um maior ainda para não beija-la ali mesmo. Enquanto isso Maya tentava se manter o mais longe possível de Alex enquanto inutilmente tentava apagar de sua mente o que acontecera e o que sentira ao estar nos braços do rapaz.
Sabrina aproveitando que os dois estava afastado do restante do grupo, não se controlando os puxou para um canto e desatou a falar como uma draga.
-Eu sei que vocês assim como eu também viram o clima que rolou entre aqueles dois, eu não estou vendo coisa.
-O que é que você está querendo aprontar com os dois? – Ana perguntou indo direto ao ponto.
-Boa garota, você é das minhas. – Sabrina falou dando uma piscadela para a amiga. – Eu só quero dar uma ajudinha a esses dois se pegarem logo de uma vez, a tensão e o desejo entre eles estão quase insuportáveis de tão palpável.
-Desembucha logo minha linda, vamos ver se dá para ajudar você. – Xandão falou então recebendo um aceno de cabeça e então Sabrina começou a falar.
-Maya! – Igor gritou atraindo a atenção da menina – A Ana perguntou se você não pode ajudar a desmontar a tenda, a gente está guardando o restante das coisas no deposito, mas já vamos te ajudar.
-Tudo bem, eu vou na frente para adiantar as coisas então, assim a gente economiza tempo. -Ela falou terminando de fechar o saco de lixo.
O vento que vinha do mar parecia ainda mais gelado do que antes, e isso estava começando a lhe dar frio, esfregando os braços um no outro para se esquentar Maya estava quase terminando de guardar os panos e almofadas no saco quando tomou um susto ao notar a presença de Alex.
-Você quer me matar do coração? – Indagou meio exasperada devido o susto.
-Desculpe não foi a minha intenção, as meninas disseram que você estava precisando de ajuda para desmontar a tenda, e então eu vim te ajudar. – Ele respondeu meio sem jeito novamente passando a mão pelos seus cabelos, isso devia ser alguma mania ela pensou.
-Eu já terminei de guardar as coisas, mas agradeço se me ajudar a desmontar a tenda.
-Claro! – Foi o que Alex falou começando o trabalho.
Alguns minutos haviam passado e a estrutura da tenda estava quase todo desmontada exceto pelo pano que fazia a cobertura dela que havia se enroscado no ferro dificultando o trabalho de Alex, bufando irritado e atraindo a atenção de Maya para ele.
-Algum problema aí? – Ela indagou atraindo a atenção dele.
-O pano resolveu se enrolar na porcaria da estrutura do topo e por causa disso eu não consigo desmontar o restante. – Respondeu bufando novamente. – Será que você pode me ajudar?
-E como eu vou te ajudar se nem se quer dou altura? – Ela perguntou de forma divertida.
-Eu te levanto e você desenrola essa porcaria, antes que eu desista de vez e me dê por vencido. – Ele falou esfregando a mão no cenho e então a passando entre os fios de seu cabelo novamente.
Maya até pensou em negar, mas a carinha de cachorro que caiu da mudança a fez mudar de ideia, ele nem fazia ideia do quanto estava fofo com aquela cara de criança birrenta que não conseguiu o que queria. Se dando conta do rumo dos seus pensamentos ela balançou a cabeça como que para espantá-los.
-Tudo bem, mas se você me derrubar eu te mato. – Ela falou em tom de ameaça o fazendo rir.
Se aproximando dela, ela não pode deixar de sentir seus batimentos cárdicos acelerarem de novo, Alex parou em sua frente e inclinou-se em sua direção oferecendo ajuda para levantar, ainda tentando controlar suas emoções ela estendeu a mão entrelaçando seus dedos aos dele e se permitindo ser puxada para cima em um único impulso, que novamente o fez segura-la pela cintura para firmar seu corpo quando ela já se encontrava de pé, mas rapidamente ela se afastou limpando as mãos úmidas nas roupas.
Alex passou a mão entre seus cabelos respirando fundo e indo em direção a ela, a olhando como se pedindo uma confirmação de que de fato poderia segurá-la, recebendo apenas um aceno de leve em sua direção. Ele abaixou em direção a suas pernas as abraçando logo depois e então levantando totalmente o corpo com ela em seus braços, um passo em falso e os dois cairiam com tudo no chão.
Tentando ser o mais cuidadoso e respeitador o possível, ele a levantou ainda mais indo em direção ao ponto central da tenda, Maya esticou os braços e então tocou no pano tentando desembolar ele, mas o vento não a ajudava fazendo o pano bater como um boneco inflável de um lado para o outro, alguns minutos tinham se passado e ela estava quase terminando de tirar o pano, mas já cansada e sem paciência ela deu um puxão fazendo com que o pano soltasse de vez mas por causa da força usada, ela acabou por tombar um pouco o peso fazendo com que Alex perdesse o equilíbrio e então os dois foram ao chão, ela caiu por cima do pano e Ales por cima dela, os dois respirando de forma ofegante devido o susto.
-Você está bem? – Alex perguntou levantado o peso do corpo e apoiando as mãos em volta da cabeça dela.
-Sim, foi mais o susto. – Ela respondeu com a voz baixa, tentando fazer o corpo lembrar como é que se respirava, mas a aproximação dos corpos deles não ajudava muito e então o silencio se instalou entre eles.
Próximos demais, era o que ela pensava ao sentir o corpo dele sobre o seu, lentamente Alex desceu um dos braços parando-o ao lado de sua cintura, seus olhos não puderam deixar de notar os braços fortes deles a sua volta, voltando ao olhar para o seu rosto analisando detalhadamente, os seus olhos eram azuis e tinham pequenos riscos pretos, seu rosto parecia ter sido esculpido detalhe por detalhe pelos anjos.
-Você não acha que é pesado não? – Ela perguntou tentando focar o pensamento em qualquer outra coisa que não fosse a situação em si.
-Você é sempre tão arisca assim? – Ele perguntou em um tom de voz baixo quase um sussurro.
-Não sou arisca, parede de me chamar assim e saia de cima de mim. – Respondeu tentando empurrá-lo para longe dela e falando inutilmente porque antes que conseguisse pensar em algo ela teve seus dois pulsos ao lado de sua cabeça prensando-os contra a areia, ela até tentou se debater mais isso não serviu de nada, pelo contrário só aumentou o atrito entre seus corpos.
O som das ondas era o único som que quebrava o som ofegante de suas respirações, os olhos cativantes de Alex novamente a atraíram mas dessa vez suas pupilas estavam delatas, havia desejo nelas e ele então desceu o seu olhar para a sua boca o que a fez respirar ainda mais ofegante, quando é que respirar havia ficado tão difícil?
Novamente ela tentou empurrá-lo, mas novamente foi uma péssima ideia. Definitivamente, de fato foi uma péssima ideia; Porque o corpo másculo a sua frente havia entrado em atrito com o seu e uma parte dele parecia bastante vivo, e tudo o que Maya queria naquele momento era se enfiar em um buraco de tanta vergonha, ela queria se desculpar mas algo a dizia que isso ia acabar deixando as coisas piores.
Seu coração batia tão rápido que parecia que ia lhe rasgar o peito e saltar para fora, ambas as respirações estavam descompassadas e o rosto de Alex parecia ainda mais próximo do céu, suas respirações já se misturava.
-De repente o gato comeu a sua língua. – Ele sussurrou contra os lábios dela e umedecendo seus próprios lábios atraindo o olhar dela, ao realizar o ato.
-Não tenho nada a dizer agora. – Ela contra respondeu também em um sussurro e então o espaço entre eles se findou de vez e os dois finalmente se beijaram.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Verão inesquecível
Short StoryMaya é uma estudante de psicologia e completamente apaixonada pelas praias nordestinas, por isso novamente ela escolheu passar as férias lá. Ela só não contava que um banho de refrigerante tornaria as suas férias tão memorável. Era para ser apenas u...