Capítulo 7

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A música na praia bombava, mas Maya não conseguia focar em nada a não ser em como Alex segurava a sua mão com tanto zelo. Eles estavam sentados na frente em uma das mesas do quiosque, ele tinha conseguido gelo e com todo carinho do mundo colocava-o em sua mão que agora nem doía tanto mais.

Ela não podia deixar de observar o quanto ele era bonito, moreno com os cabelos levemente ondulado, ombros largos e um tronco malhado, seus olhos pareciam ser claros, mas ela não conseguia identificar a cor. Ainda dispersas em meio aos seus pensamentos, Maya só se deu conta que ele falava com ela, quando o viu estrala o dedo em sua frente.

-Admirando a vista? – Ele perguntou com um sorriso ladino enquanto ela revirava os olhos mais uma vez.

-Alguém já te disse que você é extremamente irritante? – Indagou erguendo a sobrancelha na direção do rapaz, que não fez nada além de rir da língua afiada da moça.

-Eu sei que sou irresistível, só não precisava praticamente babar enquanto me observava. – Retrucou de forma divertida, lhe lançando uma piscadela. – Sua mão está melhor?

-Está, obrigada! -Maya respondeu de forma rápida.

-Olha só, ela é educada. – É obvio que Alex não ia deixar de implicar com ela, afinal ela ficava muito linda toda marrentinha. – A propósito, meu nome é Alex prazer.

-Maya! – Ela respondeu estendendo a mão em direção a ele, mas recolhendo-a logo depois ao se lembrar do machucado.

-Será que nós sempre nos encontraremos em meio a uma confusão Maya?

-Não tenho culpa se seus amigos são dois completos idiotas que não sabem ouvir um não.

-Thiago e Rodrigo são dois babacas acostumados a sempre ter o que querem e na hora que querem, pensei que com o tempo eles melhorariam, mas infelizmente só pioraram. Cansei das idiotices deles. – Respondeu aparentemente frustrado e passando as mãos por entre os cabelos, que já estavam levemente bagunçados.

-Eles com toda a certeza vão te odiar, por toda a eternidade por fazê-los passarem a noite na cadeia.

Alex não pode deixar de soltar um riso frouxo ao perceber que ela também sorria e parecia um pouco mais relaxada em sua presença.

-Agora eles só saem de lá com a presença de um advogado, e não vai ser eu que vou tirá-los de lá como todas as outras vezes.

-Você é advogado? – Maya perguntou levemente curiosa. – É que você parece ser tão novo, não parece já ter uma profissão.

Mais uma vez Alex sorriu.

-Estou no oitavo período do curso de direito, mas como já tenho um conhecimento um pouco amplo na área já consigo mexer uns pauzinhos aqui e ali. – Parou analisando-a mais uma vez, e então voltando ao assunto tento ela como foco. – Mas e você, o que faz da vida?

-Sou estudante de psicologia, estou no sétimo período. -A surpresa estampada na cara dele foi impagável, ela só conseguia pensar no quanto queria sua câmera com ela para poder registrar aquela imagem. – Qual o motivo da surpresa, ou melhor dizendo espanto?

-É...Ahn... – Maya não conseguiu conter a vontade de rir e soltou uma gargalhada alta atraindo um pouco da atenção para a sua mesa e deixando Alex levemente sem graça.

-O gato comeu a sua língua? – Indagou com um sorriso ainda brincando em seus lábios.

-É que você não parece nada com uma psicóloga, você é muito brava e a sua profissão em questão me remete uma pessoa tão zen.

-É as pessoas tem o costume de me dizer que errei de profissão, mas como não é a opinião deles que importa e sim a minha, eu sigo em frente e convicta da minha escolha.

-Você realmente é uma mulher que sabe o que quer.

-Você não imagina o quão certo está ao dizer isso. – Respondeu lançando lhe uma piscadela com um sorriso brotando no canto de seus lábios.

Olhando no relógio em seu braço Alex não pode deixar de se espantar ao perceber que tanto tempo havia se passado.

-Você não quer ir ao encontro da sua amiga? – Ele perguntou logo depois, fazendo com que Maya arregala-se os olhos em espanto total, ela havia se esquecido completamente de Ana e principalmente de Sabrina.

-Claro! – Respondeu levantando-se e procurando o seu celular na bolsa enquanto passava uma mensagem rapidamente para a Sabrina, guardando o telefone logo depois. – Vamos?

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