Capítulo 27 - Lídia

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O Império Sul era o maior império em extensão territorial e provia os outros com grandes quantidades de carne bovina em corte ou carga viva, café, cana de açúcar e muitas frutas sendo transportados pelos grandes navios em alto mar, ficando atrás s...

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O Império Sul era o maior império em extensão territorial e provia os outros com grandes quantidades de carne bovina em corte ou carga viva, café, cana de açúcar e muitas frutas sendo transportados pelos grandes navios em alto mar, ficando atrás somente do Império Leste no que dizia respeito a vegetais e grãos já que a área do gado ocupava boa parte do território que poderia ser destinado a plantações. O Imperador Estevão estava satisfeito com os negócios de seu Império, o que realmente lhe tirava os dias de sossego eram os roubos, os assassinatos, os inúmeros prostibulos e os vários homens e mulheres escravizados em suas terras. Ele esperava que o Exército Imperial cumprisse seu papel e desse mais segurança ao seu povo, ora um povo que não sai de sua casa para trabalhar com medo de ter a garganta cortada em cada esquina não gera lucro e o Império Sul precisava receber impostos para continuar a manter-se e a pagar suas dívidas.

As fazendas eram as que davam ao Império a maior parte de seu sustento, o Imperador conhecia alguns dos fatos ilegais que rodeavam as grandes casas, mas se ele apertasse mais as rédeas os nobres poderiam ir contra ele, quebrando alianças antigas e traições poderiam cair sobre suas costas. Estevão não correria o risco de perder o assento no Palácio do Império Sul, seu bisavó havia lutado na Segunda Guerra do Sangue e aquele lugar era seu por direito, se ele estava ali rodeado de riquezas era por julgar ser merecedor e seria uma desonra para sua família se tudo que fizesse por debaixo dos panos viesse à tona. Não, ele iria manter as rédeas longas com os nobres, eles continuariam a apoia-lo e tudo ficaria bem. A pressão no Exército Imperial faria efeito e logo o Império Sul estaria livre dos ladrões que prejudicam o andar dos negócios. As fazendas e as os prostibulos não eram tão ruins assim quando pagavam uma boa quantia para serem encobertos.

Desde o interior rural até as ruas movimentadas das cidades do Império Sul os boatos ganhavam força e pontos eram acrescentados a cada frase contada. Ultimamente falava-se sobre o incêndio na Ilha Liberdade, principalmente em Vila do Porto onde todos os navios paravam primeiro, já que era o maior porto do Império com a capacidade de pelo menos cento e cinquenta navios atracarem. Burburinhos chegavam em todas as tavernas, em cada esquina o nome da Ilha era mencionado, falava-se das explosões, dos corpos que foram queimados e das casas que foram construídas com tanto custo e num piscar de olhos viraram cinzas. As pessoas comuns diziam:

— Bem feito para os malditos piratas! Que o mal carregue suas almas e que elas queimem no submundo! Eu conhecia mulheres que foram estupradas e outras tantas que ficaram viúvas. Todo mal tem sua consequência e chegou a vez deles pagarem!

Os piratas por sua vez lamentavam:

— Eu conhecia pelo menos meia dúzia dos homens que morreram naquela noite e mais meia dúzia dos que ficaram com o corpo queimado. As paredes do estabulo tinham pregos que eu ajudei a pregar e a fumaça cinza nos céus era das madeiras que meu navio ajudou a levar até lá. Maldito seja quem ateou fogo na Ilha Liberdade!

Benjair e Markus estavam em meio a todas as conversas, o assunto era dito em voz baixa como se fosse perigoso o simples fato de pronunciar o nome deles. Os próprios homens a mando dis dois contaram por aí sobre o ímpeto em capturar o responsável por aquele ato hediondo contra a irmandade pirata e puni-lo com uma morte terrível e dolorosa. Claro que havia interesse particular nesse ato de caridade com a comunidade dos ratos do mar, no entanto nenhum pirata mal dizia os homens que buscavam a vingança por eles. O sereia que foi roubado de Benjair seria entregue intacto a ele e todos os esforços seriam recompensados. Não levou muito tempo para que o nome do Alma Negra chegasse à boca de Benjair e que o nome de Jane fosse inflamado na boca de Markus. No dia em que recebera a notícia confirmando a identidade da mulher, que ela era na verdade a capitã do Alma Negra, dois homens morreram em meio a sua fúria, aquele que a vendeu para ele e aquele que lhe indicou o vendedor. A governanta da casa foi posta contra a parede e seu rosto apertado pelas mãos furiosas de Markus, ela jamais o havia visto com tanta raiva. Por fim tudo foi decidido e a caça ao Alma Negra teria início.

Ellysium - Impérios sob a água.Onde histórias criam vida. Descubra agora